É nos momentos mais difíceis que descobrimos nossa real força interior na busca pelo que sonhamos

Rede Nacional do Esporte
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5 min readJun 23, 2016

Por: Felipe Nascimento, atleta do pentatlo moderno e representante brasileiro da modalidade nos Jogos Rio 2016.

Foto: Arquivo Pessoal

Meu nome é Felipe Lima do Nascimento, tenho 22 anos. Nasci em Recife (PE). Minha história com o esporte começou quando eu era bem pequeno. Aos três anos de idade, meus pais me colocaram numa escolinha de natação, apenas para eu praticar uma atividade física. E o que era para ser só uma brincadeira, com o passar do tempo foi se tornando algo sério. Eu cresci a minha vida toda fazendo natação, sempre participando de competições e me dedicando todos os dias. Minha família sempre me apoiou nesse processo, principalmente meu pai. Eles sempre me acompanhavam nas competições. Comecei a amar a vida esportiva, e assim foi crescendo um grande sonho: participar de uma olimpíada.

Mas vocês devem estar se perguntando, ele não é atleta de pentatlo moderno? Pois bem, eu me dediquei muitos anos à natação, porém com o passar dos anos fui percebendo que minhas chances de chegar a uma olimpíada pela natação seriam muito difíceis.

Foi então que em 2007 eu participei de um biatlo moderno (evento de corrida e natação) que serviria para selecionar atletas para o pentatlo moderno. E nessa competição eu fui o campeão geral mesmo tendo apenas 14 anos de idade. Foi a partir daí que meu pai percebeu que meu caminho deveria ser esse. Inclusive nessa competição meu atual treinador, que até então não me conhecia, disse aos meus pais que eu deveria ir para o pentatlo moderno.

Entretanto os anos se passaram e o projeto de iniciação do pentatlo não vingou. Continuei seguindo na natação. Foi então, que 2 anos depois em 2009, estava numa competição de natação quando uma ex-pentatleta estava chamando alguns nadadores para o pentatlo. A princípio eu não liguei e nem contei aos meus pais, só então que num segundo dia meu pai ficou sabendo por acaso e procurou se informar.

Posso dizer que quem me convenceu a começar a praticar o pentatlo moderno foi meu pai. No começo foi muito difícil ter que abandonar a natação.

Depois de muita resistência, cedi e aceitei fazer um teste para o pentatlo. Comecei a praticar quando tinha 16 anos. Minha primeira competição foi um brasileiro, e acabei ficando em 3º lugar da minha categoria.

Foi a partir daí, que eu comecei a ver que levava jeito para o esporte. Logo no ano seguinte consegui me classificar para participar do campeonato Mundial Jovem A (categoria de 16 a 17 anos) na Suécia, foi minha primeira viagem para fora do Brasil.

Depois disso, comecei a me dedicar exclusivamente ao Pentatlo Moderno. E aos poucos fui me desenvolvendo e aprendendo cada vez mais esse esporte.

O ano de 2014

Em 2014 já praticava o pentatlo há 5 anos. Estava na categoria júnior, uma abaixo da principal, com 21 anos.

Esse ano foi o mais difícil da minha vida. Logo no começo do ano tinha uma competição muito importante que seriam os Jogos Sul-Americanos, porém uma semana antes de viajar meu pai precisou ser internado por conta de um súbito desmaio. Eu viajei para competição sabendo que havia algo de errado com ele, mas até então não sabia o que era.

Felizmente, competi muito bem e ganhei a prova. Foi um resultado inesperado para mim e para todos que me conheciam. Ao cruzar a linha de chegada desabei em choro, só pensava no meu pai. Havia competido aquela prova por ele.

Quando voltei de viagem minha mãe me deu a notícia, meu pai estava diagnosticado com câncer terminal. Foi um baque para mim.

Meu pai, a pessoa que sempre sonhou junto comigo em me ver numa olimpíada. Nunca esperava que poderia passar por isso. Meu pai veio a falecer em dezembro de 2014.

Foi um ano intenso, cheio de dificuldades. Mas, foi o ano em que mais amadureci na minha carreira esportiva e na vida. Eu me mostrei mais forte e determinado do que imaginava. Toda essa situação me fortaleceu e só aumentou mais minha vontade de participar das olimpíadas do Rio. Prometi a mim mesmo que iria conseguir, por mim e por meu pai. Cada competição, cada treino eu pensava nele e essa motivação foi o que me manteve firme até o final.

A partir de então, tudo foi acontecendo naturalmente e quando me dei conta já liderava o ranking brasileiro absoluto da modalidade. Trabalhei duro e permaneci em primeiro do ranking, até a data do fechamento das vagas olímpicas, conseguindo assim a única vaga brasileira de país sede.

Essas Olimpíadas serão a realização de um grande sonho. Não penso em um resultado especifico, meu foco é apenas melhorar minhas marcas em cada prova e fazer o melhor de mim em cada uma delas, o resultado será consequência. Será um orgulho representar o meu esporte e nosso país nesses Jogos Olímpicos. Conto com a torcida e energia positiva de todos os brasileiros, juntos somos mais fortes!

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