decaído
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1 min readMar 23, 2018
aquilo no chão é resto de comida
carne mordida, pedaço de pão
disputo com o cão uma caçada renhida
nessa sanha não dá pra se ter amigo
já tive prato na mesa, comensais
bebidas em taças e talheres finos
mas nessa selva não se faz mesuras
desamarro as tramas da cortesia
como vim pra esse lugar onde vivo?
uma queda atrás de outra e de outra…
abismo sem escada nem piso
terremoto abala frágil estrutura
no teto que se desfez, me deito
no chão que se desmanchou, salto
desmedido pranto de orvalho
de onde devia partir, me tardo