O Jesus inclusivo

A P Agostinho
Mitocôndria

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Se tem algo que escandalizava os fariseus, era ver Jesus assentado à mesa com os publicanos e pecadores. Eles observavam a refeição de longe, perdendo uma ótima oportunidade de se alimentarem bem, por causa de um preconceito estúpido, porque, afinal, se aquela era uma mesa de pecadores, eles também deveriam estar sentados nela.

A única diferença dos fariseus para os outros pecadores é que os outros provavelmente reconheciam seus pecados, ao contrário dos fariseus que se gabavam da sua justiça. O que eles não sabiam, em sua cegueira, é que se Jesus não pudesse se assentar com pecadores — pobre Jesus! — teria que comer sempre sozinho.

Quando Jesus os ouviu questionar sobre o porquê estava comendo com pecadores, Jesus lhes respondeu:

— Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores.

Existe uma clara associação entre estas duas frases, onde o justo equivale ao que tem saúde, e o pecador equivale ao doente. A conclusão mais óbvia é a seguinte: Assim como um doente precisa de médico para ser curado de sua doença, o pecador precisa de Jesus para ser liberto do seu pecado.

E quem sabe se comer com eles não fazia parte do tratamento? Por serem pecadores, talvez pensassem que Deus os odiava. No entanto, ali estava o Deus encarnado para mostrar que odiar o pecado não significa olhar com cara feia, hostilizar ou discriminar os pecadores. Ainda podemos comer com eles, abraçá-los, beijá-los e amá-los, porque o pecado não é contagioso; mas o amor cobre muitíssimos pecados.

Este episódio de Jesus comendo com os pecadores foi registrado pelos evangelistas Mateus, Marcos e Lucas, com pequenas variações entre si. Dos três evangelhos, Lucas é provavelmente o último que foi escrito, e por isso mesmo o mais detalhado. Segundo Lucas, as exatas palavras de Jesus foram as seguintes:

— Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento.

A bíblia não poderia ser mais claro do que isso. Jesus veio para chamar pecadores ao arrependimento. Que bom que Lucas tornou as coisas mais claras, porque hoje muitos querem pular a parte do arrependimento de pecados, para falar apenas sobre amor, perdão e graça.

Pense comigo: Se o arrependimento não fosse importante, porque então haveria festa no céu cada vez que um pecador se arrepende?

Gostaria de recomendar meu livro, um romance emocionante e divertido com pano de fundo cristão, que aborda questões como relacionamento pais e filhos, primeiro amor e segundas chances.

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A P Agostinho
Mitocôndria

Uso o medium para escrever meus sermões, alguns também disponíveis em podcast. Escrevi o romance "O farol", disponível em ebook na Amazon: amzn.to/3TxicjQ