Manual do bom DevOps Júnior

Lázaro V. Bonifácio
mobicareofficial
Published in
7 min readApr 5, 2022

Que o mercado de tecnologia anda aquecido todos nós sabemos. E uma das áreas mais exploradas no desenvolvimento de software é a união entre desenvolvimento e operação, o DevOps. Mas não se trata apenas de uma área ou um cargo, mas sim de uma cultura. O pivô profissional dessa cultura é o engenheiro DevOps, removendo impedimentos e otimizando as entregas.

Se você, assim como eu, acabou de começar na carreira de tecnologia e se apaixonou por essa área, venha comigo para entender como eu lido com os desafios de começar em uma das carreiras mais promissoras do mercado.

Apesar da minha breve experiência na área, aprendi diversas lições que me ajudaram a lidar melhor com os desafios. Assim, esse post pode ser útil não apenas para iniciantes como eu, mas até para alguns gestores entenderem a perspectiva de um Júnior.

Eu separei alguns pontos que considero fundamentais para lidar melhor com a pressão do mercado e o dia a dia do trabalho. São eles:

Você não precisa saber tudo, mas seja craque em uma coisa

Pela natureza da cultura DevOps, o engenheiro precisa ser uma pessoa multidisciplinar. O ideal é que a pessoa goste tanto do que tange ao desenvolvimento, quanto da implantação e operacionalização de software. No meu ponto de vista, essa é uma carreira que não admite juniores no tocante ao fato de que há uma série de conhecimentos necessários para a performática das atividades, que somente alguém com mais experiência teria. De qualquer forma, busque se aperfeiçoar em algo que goste ou que você perceba que é uma necessidade no seu ambiente de trabalho.

Eu já me cobrei muito por estar começando e ter tanto para aprender. Achava que não conseguiria espaço no mercado. Hoje eu sei um pouco mais do que quando eu comecei, mas estou consciente da longa jornada de aprendizado que tenho pela frente.

Sua religião é a documentação

Além de evangelista da cultura, um engenheiro DevOps precisa incentivar, usar e criar a documentação. Saber consultar a documentação do software que você ajuda a desenvolver é essencial, bem como consultar a documentação das tecnologias utilizadas na implantação do seu software. Além de ter a documentação na palma da mão, devemos ser fortes incentivadores desse ato, mas não de qualquer modo. O ato de documentar deve ser pensado e padronizado para otimização da busca, consulta e leitura.

Muitas pessoas não gostam de documentar, mas isso é inadmissível. Documentar é pensar no próximo, é saber que você não vai estar ali pra sempre. Portanto, documente sempre da maneira mais clara possível.

Procure sempre ensinar

Transmitir seus conhecimentos aos outros não é apenas um ato nobre, mas colabora com o exercício da sua atividade em diversos aspectos.

Destarte, isso te ajudará a fixar melhor os seus conhecimentos, principalmente para um Júnior, que tem muita coisa a aprender. Além disso, o ato de ensinar é também uma forma de evitar ser chamado para resolver o mesmo problema no futuro, se for autorizado ao solicitante a realização dos procedimentos necessários para a correção.

Aprendi isso quando trabalhava prestando suporte ao usuário. Lá 80% dos problemas se resolviam com 20% dos conhecimentos. Quando esses conhecimentos são de fácil compreensão e de simples atuação, não faz mal você compartilhá-los.

Siga a stack devops, mas foque no uso diário

Tenha um caminho certo e definido de aprendizado, mas dê prioridade às tecnologias que você utiliza diariamente. Isso é positivo em vários sentidos, mas eu gostaria de destacar apenas dois: isso lhe trará mais desempenho no trabalho e os conhecimentos apreendidos serão melhor fixados.

Em se tratando de produtividade, o uso dos conhecimentos aprendidos de forma imediata lhe trará um senso de resultado melhor nas suas entregas, mais segurança sobre o que foi aprendido e mais rapidez no desenvolvimento de soluções que envolvam a tecnologia recém estudada.

Outro ponto positivo é a fixação do que foi adquirido em estudo. Esse ponto possui explicação psicológica, visto que os acessos rotineiros a um conhecimento o ajuda a fixá-lo de maneira mais eficaz.

Mas, qual stack/roadmap escolher? Consulte os diversos materiais disponíveis na internet e perceba o que terá mais uso no seu dia-a-dia, e em seguida o que lhe será útil em longo prazo. Esse é um bom começo. Há alguns materiais que eu quero lhe recomendar para lhe ajudar nessa decisão.

Fique atento às mudanças e novidades da tecnologia

Quem trabalha com tecnologia sabe melhor que qualquer um que esse mercado muda muito rápido. A cada dia temos novas versões de softwares sendo entregues, novas tecnologias sendo desenvolvidas, metodologias tomando o lugar de outras, carreiras sumindo enquanto outras emergem. E a tendência natural é que isso se mantenha. Retomando, porém, o pensamento para a área de atuação do engenheiro DevOps, precisamos estar bem informados sobre novas tecnologias que colaborem com a afirmação dos pilares da cultura DevOps. Não apenas isso, mas devemos também nos informar dos boletins de segurança.

Entenda os conceitos fundamentais das soluções

Como percebido no tópico anterior, a atualidade exige mudanças em alta velocidade. Seja ela de uma metodologia de implantação de software, seja na filosofia que rege o desenvolvimento, ou na aplicação de correção de qualquer natureza, principalmente no nível de segurança. Estamos sempre precisando nos ajustar ao que o mercado pede. O quão rápido nós respondemos a ele, maiores as nossas chances de sucesso profissional. Mas também podemos cair na armadilha de não nos aprofundarmos em nenhuma solução, permanecendo na superficialidade do que uma solução pode oferecer.

Uma dica que recebi de um colega com mais de dez anos de experiência no desenvolvimento, foi a de me aprofundar nos fundamentos da computação — e isso faz todo o sentido.

Por mais que as soluções mudem constantemente, os fundamentos da computação mudam em uma velocidade bem mais lenta. O que a maioria das tecnologias de implantação, orquestração, gerenciamento e monitoração faz é nos entregar, em mais alto nível, o acesso a esses recursos computacionais.

Por exemplo, o Docker é uma solução para criação, gerenciamento e manipulação de contêineres. Porém, o que ele nos entrega é o acesso mais facilitado e simplificado à tecnologia de CGroups e Namespaces. Pode haver algum momento em que o Docker vai deixar de ser a solução mais utilizada e será substituído por outra, mas os princípios de funcionamento serão, em linhas gerais, os mesmos.

Esteja aberto a escutar

Não é difícil perceber que atualmente muitas pessoas querem falar o que pensam e serem ouvidas, mas não estão dispostas a ouvir. Portanto, uma forma de se destacar positivamente é estar disposto a ouvir aquilo que as pessoas têm a dizer sobre o seu trabalho. Obviamente, nem todos darão críticas construtivas, mas a chave está em saber filtrar tudo o que você recebe dos outros e tentar tirar alguma informação boa e/ou relevante disso. Não tenha medo de pedir a opinião sobre o seu código para um colega “gente boa”, que você sabe que vai contribuir contigo. Esteja atento ao que seus gestores falam do seu trabalho. Além disso, saiba perceber as características do ambiente de trabalho da sua equipe ou empresa e proponha algumas soluções. Há um mundo imenso de oportunidade e aprendizado quando decidimos escutar.

Coloque seus conhecimentos à prova

Não fique apenas na teoria — Eis uma frase muito clichê de ser dita. Mas apesar disso, não deixa de ser verdadeira. Como falei anteriormente, quanto mais utilizamos um conhecimento mais o fixamos. Porém, quando ficamos apenas nos exemplos oferecidos pelo professor em aula acabamos ficando condicionados a pensar que tudo dali para frente vai seguir uma estrutura semelhante, o que, por vezes, não acontece. Apesar de haver a possibilidade de praticar o aprendizado no trabalho, muitas vezes a empresa já tem uma stack definida de tecnologias e acaba que tudo o que produzimos fica muito parecido. Por isso eu lhe convido a fazer coisas diferentes na hora de praticar seus conhecimentos: use uma stack diferente da do trabalho, tente utilizar uma tecnologia nova que você gostaria de aprender, procure tudo o que uma opção pode lhe oferecer, tente criar a mesma solução em outra tecnologia, entre outros.

Conclusão

Essas foram apenas algumas lições que meu breve tempo de atuação como engenheiro DevOps me proporcionou. Eu espero que essa tenha sido uma leitura proveitosa e enriquecedora. Espero vê-los aqui novamente. E se você gostou desse conteúdo compartilhe-o com mais alguém, deixe o seu gostei e siga o espaço da Mobicare Oficial.

Sobre o autor: Me chamo Lázaro (@lazarovbonifacio), tenho 21 anos, cristão, casado e sou um engenheiro DevOps em construção. Estudo tecnologia há um pouco menos de 6 anos e sou apaixonado em entender como as coisas funcionam por debaixo do capô da informática. Que a força esteja com vocês!

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