A Paraíba no cinema

Adailson Paiva
Moderna Parahyba
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3 min readJun 19, 2020

Cinco filmes dirigidos, escritos e protagonizados por paraibanos

A indústria do audiovisual cresce em grande escala a cada ano. Com isso, cada vez mais filmes são produzidos e lançados em massa para o consumo geral, sejam eles comédias, dramas, filmes de terror, etc. Entretanto, os espectadores acabam bitolados a consumir produtos destas grandes empresas e negligenciam a produção local, que muitas vezes foge aos olhos destas pessoas mesmo que ainda esteja presente em alguns cinemas ou em serviços de streaming.

Nesta perspectiva, a lista a seguir mostra uma pequena parte do que o Brasil e a Paraíba tem a nos oferecer, com filmes extremamente inventivos, premiados e com qualidade que pode tranquilamente ser comparada às produções de grande distribuição.

O Hóspede

Com o ingresso de tropas estadunidenses para investigar um acontecimento misterioso em Campina Grande, na Paraíba, um homem se hospeda na Pousada Solaris sem dar maiores satisfações sobre si mesmo, atiçando a curiosidade do dono do local que começa a segui-lo pela cidade. O filme roteirizado, produzido e dirigido por Anacã Agra e Ramon Porto Mota, foi exibido, elogiado e premiado em diversos festivais, também tendo exibição gratuita disponibilizada no Vimeo:

O País de São Saruê

Produto da luta contra a censura da ditadura militar brasileira, o documentário de Vladimir Carvalho começou a ser filmado em 1966 mas só foi lançado em 1979, por liberação dos órgãos censores do país. O longa-metragem mostra, sob a visão de vários indivíduos, o histórico da região do Rio do Peixe — situada entre os estados da Paraíba, Pernambuco e Ceará — com narrativas muito plurais dos mais diversos tipos de pessoas que passaram pelo local. Seu título tem inspiração em Viagem ao País de São Saruê, uma das obras do cordelista paraibano Manoel Camilo dos Santos. Uma restauração do filme é encontrada integral e gratuitamente no YouTube:

E Agora, Você

Realizado pelo cineasta paraibano Edson Lemos Akatoy em conjunto com outros participantes da residência criativa Cine Luso Espirito Mundo, na Bélgica, o curta-metragem em preto e branco se passa no ano de 2048, quando os recursos naturais estão se extinguindo e a humanidade se encontra em situação precária por consequência das decisões tomadas por líderes nos dias de hoje. O filme é livremente baseado no poema José, de Carlos Drummond de Andrade, pois a ideia do projeto foi de produzir uma obra sobre a temática meio ambiente dialogando com a literatura. Por consequência da situação de isolamento social, foi disponibilizado gratuitamente no YouTube:

Ikó-Eté

Torquato Joel traz em Ikó-Eté uma crítica moderna à colonização e o ponto de vista dos nativos do nosso país quanto à resistência a dominação cultural e ideológica propagada aqui pelos europeus, arranjados expressivamente bem sem diálogos e em apenas nove minutos de filme. Na história, um descendente da tribo potiguara se cansa de ouvir os tradicionais discursos religiosos em sua televisão ao chegar do trabalho, abandonando suas roupas e sua casa para redescobrir suas origens dentro das terras de seu povo. O diretor disponibiliza o filme gratuitamente no Vimeo:

A Noite Amarela

Também obra do diretor Ramon Porto Mota, o filme tem nítidas inspirações em produções estadunidenses, como os contos do escritor H.P. Lovecraft e a direção do cineasta David Lynch. A Noite Amarela nos coloca sob os olhos de um grupo de amigos viajando até uma ilha para comemorar o término do ensino médio, o horror oculto vai crescendo enquanto os jovens exploram seu destino final sem saber se conseguirão voltar ao ponto em que estavam antes dali. O filme pode ser encontrado de maneira oficial para compra no YouTube e no Google Play Filmes.

(Foto: Divulgação / Vitrine Filmes)

Revisão: Rayssa Oliveira

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Adailson Paiva
Moderna Parahyba

Supostamente jornalista. Gosto de alienígenas em caixas azuis e falo de filmes às vezes.