E QUEM ESTÁ LÁ FORA ? : “Me sinto com medo mas com esperança…”
Priscilla Cavalcanti está na cidade de Gödöllõ a cerca de 30 km de Budapeste, capital da Hungria. Ela é estudante do nono período de Engenharia Ambiental na Universidade Federal da Paraíba e faz parte do grupo de intercambistas que permanecem no exterior durante a crise do novo coronavírus.
“Aqui na Hungria, quando chegou a 33 casos do coronavírus, todas as fronteiras foram fechadas e o lockdown começou, há exatamente um mês. Depois de uns dois dias a União Europeia toda fechou suas fronteiras. Aqui o lockdown consiste em: certos momentos pode ir ao mercado e não pode transitar muito pela cidade em si e muito menos entre outras cidades. A fronteira para a Áustria por exemplo segue aberta apenas para trabalhadores que residem aqui.”
A jovem que estava acostumada a ir para Budapeste conta que sua rotina mudou totalmente e passa os dias no dormitório até que o Lockdown acabe. No dormitório estão estudantes de todo o mundo que fazem intercâmbio desde o bacharelado até o pós doutorado, ela divide o quarto com uma estudante Angolana.
A Hungria tem um total de 250 mortes pela Covid-19, um número bastante inferior se comparado a outros países europeus como Itália e Espanha que lideram o número de mortos no continente Europeu. Para Priscilla, o país conseguiu manter os números baixos por ter fechado bem cedo todas as suas fronteiras e ter medidas bastantes restritivas.
Sobre estar tão longe da família durante esse momento com previsão , Priscilla diz tentar se manter tranquila.
“Me sinto com medo mas com esperança de que temos capacidade para melhorar o mundo e nossa realidade. Falo com minha família todos os dias e tento manter a cabeça no lugar. Minha maior preocupação é o Brasil. […] Não importa a nacionalidade, todos com quem converso sobre a pandemia me perguntam sobre como o povo brasileiro aguenta essa falta de suporte do governo brasileiro.”
A estudante está na Hungria desde 27 de janeiro e a previsão de retorno ao Brasil é para setembro.