Liberté, égalité, transsexualité.

Nascida em Cabaceiras, sertão paraibano do Cariri, Camille Cabral é conhecida como umas das primeiras ativistas mundiais em defesa das pessoas trans e é dona de uma história de vida tão intrigante que lhe rendeu um filme chamado “Madame”, um documentário produzido pela Canhota Filmes.

Durante sua vida ela chegou até a estudar para ser Frei, mas acabou seguindo por outro caminho e ingressou na faculdade de medicina, em Recife, Pernambuco. Após se formar, ela se mudou para São Paulo, onde foi trabalhar como estagiária no Hospital das Clínicas. Foi na capital paulista onde ela decidiu se vestir publicamente como mulher pela primeira vez, sempre após seus expedientes como médico.

Em 1980, ela foi à Paris, na França, fazer uma residência médica e acabou se especializando na área de dermatologia. Foi lá onde ela abraçou a sua feminilidade e no ano 1990 adotou o nome Camille.

A capital francesa foi onde ela começou o seu trabalho em prol das transexuais trabalhadoras do sexo, que muitas vezes eram trazidas à França por meio do tráfico humano. Sua militância levou a fundação da PASTT, um grupo que além de acolher e apoiar transgêneros e transexuais, promove ações que auxiliam em questões relacionadas a moradia, educação, assessoria jurídica e suporte para a legalização de imigrantes em situação ilegal.

Foi seu trabalho na PASTT que a levou ao Partido Verde francês, congregação que deu início a sua vida política e lhe fez concorrer ao cargo de vereadora no ano de 2000. Através desse partido ela foi eleita e se tornou a primeira transexual da história da República Francesa a alcançar tal feito.

Atualmente, seus esforços estão voltados para sua ONG, onde ela mantém contato com várias embaixadas do mundo, promovendo ações que atuam em favor do acolhimento de pessoas transexuais, independente de seus lugares de origem.

Revisão: Aléssia Guedes