Paulo Ferrari: é preciso repaginar para a recolocação

Paulo Ferrari atua como Product Designer na Neon, sendo contratado em uma iniciativa de valorização 50+

À medida em que o tempo avança e a situação de desemprego não muda, se torna cada vez mais difícil administrar o desespero. Para quem é 50+, essa situação é ainda pior; fica aquele sentimento de que não é mais uma força produtiva e isso facilita um adoecimento. O que fazer para não se deixar levar?

A primeira coisa é se desconectar do vitimismo. Acho essencial enxergar sob outro prisma, de que esse é o momento de abandonar a história profissional passada, trazendo de lá apenas a experiência acumulada e nada mais. Estar focado no presente, dando chance a novos aprendizados, se mostrando aberto ao novo, pode ser a melhor, senão única, saída para driblar esse momento de transição.

Você conseguiu voltar para o mercado de trabalho formal depois dos 60, com uma relativa calma. Como um profissional 50 maduro deve pensar seu reposicionamento e recolocação?

Não sei se existe uma fórmula, mas no meu caso foi deixar de focar na minha área de atuação, me predispondo a fazer algo completamente fora do meu escopo. Isso, além de trazer o frescor do novo, acabou abrindo uma brecha para evolução em áreas totalmente desconhecidas. Mas, para essa transição de carreira, o mais importante é se atirar sem medo de errar e sem preconceito de se colocar, em alguns momentos, como aprendiz.