Tio Flávio: é preciso abertura para o desenvolvimento

Tio Flávio é o idealizador do Tio Flávio Cultural

Veja bem essa frase: “fui demitido e acabei de completar 50 anos!”. É possível ter uma ideia da insegurança que essa situação traz, uma vez que nosso mercado de trabalho não costuma ser muito favorável com quem chega aos 50. Na sua visão profissional, quais são as três atitudes que uma pessoa que esteja passando por esse momento, assim como eu, deve evitar com todas as forças?

Culpa, pois se caracteriza como uma âncora, que não nos permite sair de um lugar de lamentações e caça às bruxas; Inferioridade, em que a pessoa se sente menor que as demais. Isso é comum em muitos de nós, em várias fases da vida, quando achamos que não somos capazes e acabamos nos diminuindo, o que afeta a autoestima; Isolar-se: achar que não pode fazer algumas coisas que diminuiriam a si mesmo diante do currículo e experiência acumulados. Nem tudo cabe naquilo que podemos e queremos fazer, mas abrir-se a novas experiências pode não ser tão ruim. É uma mudança de hábito, que precisa ser trabalhada. fechar-se para todos acreditando que está incomodando ao conversar com alguém sobre a atual situação também não ajuda de jeito algum.

Que elementos um profissional 50+ deve observar hoje, em seu ambiente de trabalho e no mercado, para revitalizar ou reforçar seu posicionamento?

A primeira coisa é ele ampliar a mente para entender se o posicionamento dele não está muito cristalizado. Ao ficar por muito tempo numa mesma empresa ou atividade, vamos nos costurando com uma couraça que já quase se torna a nossa identidade. Ao sairmos de uma organização, parte desta proteção tem que ser aberta para que eu me reconheça, entenda no que eu sou bom e no que devo me desenvolver (des envolver). E perceber o que o mercado pede hoje para que eu adeque aquilo que tenho e posso com o que o mercado quer. Só não acho muito produtivo e nem feliz fazer algo que eu nã0 domino e nem gosto só por ser isso que o mercado está a fim de pagar.