[não está tão a fim de você]

monica march
a panaceia
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3 min readNov 3, 2017
© monica march

No universo dos amores possíveis, essa é daquelas verdades que todo mundo precisa escutar em algum momento da vida. Ou em muitos. Porque momentos, convenhamos, na maior parte do tempo andam separados, cada um com determinada pessoa. Mesmo vivendo um momento junto com um grupo de ‘n’ seres, ele será diferente pra cada um dos envolvidos.

Os americanos chamam isso de timing. Nunca encontrei melhor palavra em qualquer língua para explicar momentos onde tudo parece tão perfeito de um dos lados, mas muitas vezes tudo termina (ou nem começa) porque a outra parte não está ali — pronta, presente, em sintonia.

Simplesmente não está tão a fim de você.

É a velha história de Carlos, que amava Maria, que desejava Pedro, que queria Julia e assim sucessivamente. A falta de timing faz desencontrar tudo, inclusive aquilo que poderia dar certo em outro cenário.

O mundo dá voltas. E o que normalmente acontece é que quando Julia descobre que era Pedro seu amor, ele já conheceu Sandra e eles tiveram dois lindos filhos. E que quando Maria resolve olhar com olhos mais amorosos para Carlos, ele mudou para o Tibet porque descobriu que sua vocação era ser monge. Exemplos não faltam. Diga você.

Não importa. Nesse mundo onde corremos o tempo todo atrás de coisas, objetivos, pessoas — que muitas vezes não valem o investimento, elegemos prioridades. Fazemos escolhas sem parar.

Ver aquela série que todo mundo está comentando e parece ótima ou dormir porque se quer descansar mais? Comer aquele pote de doce de leite que está no armário e ser feliz naquela noite ou fazer aquela receita que você queria tentar e chamar um/a amigo/a pra dar risadas junto? Sair com um tanto de pessoas ao mesmo tempo pra preencher espaços vazios ou convidar aquela pessoa com quem você se conectou tanto quando conheceu e esquecer todas aquelas possibilidades tentadoras?

Não existem respostas certas.

Cada um tem suas prioridades e vai fazer suas escolhas em cima delas. A única verdade é essa. Se alguém quer estar com você, vai se movimentar para isso. Se não conseguir dizer, vai mostrar de alguma maneira. Vai escrever, vai ligar, vai chamar, vai encontrar tempo.

Se isso não acontece, mesmo que você já tenha dado todos os sinais (porque ninguém é adivinho, lembre-se), não quer dizer que não se importe ou não goste de você, mas simplesmente talvez naquele momento não esteja a fim o suficiente para escolher andar ao seu lado.

Talvez uma outra hora, um outro dia, em um outro pedaço do espaço-tempo. Porque histórias de amor podem ser como rodas-gigantes que giram e param exatamente onde deveriam. Ou talvez nunca aconteça. Porque às vezes a fila anda e você também.

Ah, o timing, ele pode ser um putinho. Ou não.

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monica march
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ando descalça pela vida • editora do a panaceia ••• i walk barefoot through life • editor of her view