1 ano morando fora do Brasil
Há 1 ano eu saí do Brasil. Pela primeira vez na vida, aos 30 anos de idade.
Desde então tenho vivido a vida de “nômade digital”, ou seja, trabalho à distância para uma empresa de tecnologia, o que me permite trabalhar de qualquer lugar.
Tenho conhecido países ao mesmo tempo que avalio onde quero morar um dia (também fui à Itália reconhecer minha cidadania italiana, o que facilitou algumas viagens e estadias depois). É uma vida de desapego, minimalismo, e muitas vezes de incertezas que não é pra qualquer um, mas que traz coisas imateriais que eu não teria de outra forma. Cada lugar traz uma sensação diferente, uma perspectiva de vida nova, e ao mesmo tempo você começa a notar as coisas que se repetem. Eu achava que ia encontrar o lugar que eu mais gosto no mundo pra dizer “é aqui que eu quero morar”, mas na verdade eu gostei de quase todos, e agora ficou mais difícil decidir.
Sim, eu sei, First World Problems. Entretanto, não é uma vida de turista, nem de luxo. Quem me banca sou eu mesmo com o meu trabalho. Às vezes trabalho a semana toda e não quero sair no final de semana, só assistir uma série no Netflix e pronto, seja lá onde eu estiver.
No início, outros idiomas me assustavam muito. Me lembro do desespero e cansaço que senti quando fui pela primeira vez num supermercado alemão e descobri que não havia absolutamente nada em inglês. Alguns meses depois, estava eu despreocupado comprando coisas num 7-Eleven do Vietnam e pagando em Dongs como se não fosse nada demais, pois afinal você percebe que o inglês é suficiente sim, e nem sempre precisa estar escrito.
Neste primeiro ano, estive na Europa e Ásia. Gostaria que todos pudessem ter a oportunidade e o privilégio que eu tenho de conhecer outros países (e as pessoas que neles vivem), é aquele tipo de experiência agridoce que ao mesmo tempo é “maravilhosa” e “nada demais”, mas que também te muda muito.
A imagem no topo é o mapa gerado pelo meu perfil no site NomadList.
