07 de maio de 2020
Vamos todos juntos, pra frente Brasil!
Na seleção da morta de hoje temos novamente a presença do nosso grande craque Pedro Guimarães. O psicopateta presidente da Caixa estava lá para explicar por que “a minoria barulhenta” ainda não recebeu os 600 contos de coronavoucher (adoro essa palavra, coronavoucher, coronavoucher).
Jair estava livre, leve e solto. Em cima da mesa, uns pastéis. (Achei sacanagem com a gringa aqui. Qual o próximo passo? Postar foto de cerveja Original gelada?).
Falando nisso, o capita vai assar um churras para 30 parças neste final de semana. Está programada até uma pelada casados (com camisa) contra solteiros (sem camisa) no gramado das emas do Alvorada. Tudo para comemorar o drible que o presidente deu no STF e “Foda-se a vida” (disse a lifestyle influencer Gabriela Pugliesi, mas poderia ter sido Jair. “E daí?”)
O Brasil está nas paradas de sucesso. Aparecemos hoje no editorial da The Lancet, uma das mais prestigiadas revistas científicas da área médica. O país já é o campeão de infectividade do novo coronavírus no mundo. Corre agora para ultrapassar os EUA, do bróder Trump, no número de mortos.
Mas vamos falar de coisa boa? U-lá-lá. COPOM. Ano passado a gente não infartou, mas esse ano a gente infarta, não é mesmo amiguinhos? Segundo Jair “a taxa selic baixou para 3.0% e nunca se viu isso na história do Brasil”. (parece o outro lá falando…). E o psicopateta da Caixa explica as razões desse su-ces-so “porque o Brasil tem a confiança do mundo. Então a política do senhor gera confiança e com isso reduz a taxa de juros”. (É uma confiança tão grande que já dá pra arredondar o dólar a meia dúzia, pra facilita a conta.)
Eu não sou nem besta de entrar nesse mérito, então mudando de assunto…
Segundo o genocida “entrou uma ação do partido Rede Sustentabilidade no Supremo para tentar, aê, tornar sem efeito uma portaria nossa que tinha a ver com demarcações de terras indígenas. A nossa portaria diz que a área indígena começa a ser definida após laudos antropológicos serem validados. Então o ministro Fuchs resolveu não acolher essa ação do partido Rede né”…” Então parabéns ao STF e ao ministro Fuchs que não aceitou essa ingerência do partido Rede Sustentabilidade em ações do poder executivo”. (In Fucks, we trust)
Falando em Supremo, hoje cedo Jair foi dar um rolezinho no STF, fazer uma visitinha surpresa, dar uma incerta, no broder Dias Toffoli. Levou junto uma burrama de 15 empresários que tinham ido visitá-lo no Planalto pra passar a sacolinha da pandemia.
Mas quando o genocida iria começar a explicar o rolê, a live travou…
(Take 2)
Jair já começa full putaço “Se cair a gente vai interromper e procurar descobrir, porque não é a primeira vez, semana passada aconteceu a mesma coisa.”
O genocida então então recomeça falando como o psicopateta da Caixa irá pagar essa semana “o restinho do auxílio emergencial que caiu em análise, né?”
E Pedrão explica “E-xa-ta-men-te. De 6 a 8 milhões de pessoas é a estimativa do ministro Onyx de gente que vai receber a primeira parcela na semana que vem” (“um restinho”, um nada, uma gripezinha 6 a 8 milhões de pessoas)
O genocida então explica sua estratégia genocida “Então rapidamente aqui, assinamos dois decretos essa semana incluindo em atividade essencial aquelas voltada à construção civil e também as atividades industriais, tá? Então a gente vai desafogando a cuestão do desemprego no Brasil. As medidas restritivas ficaram a cargo de prefeitos e governadores. Bem, então como fecharam do lado de lá e teve muita profissão impedida de trabalhar, nós começamos a abrir do lado de cá. Obviamente com critérios, respeitando, aê, as orientações do Ministério da Saúde.” (ou seja, vou colocar o máximo possível de profissões como essenciais para sabotar o isolamento. Acalmem-se, é tudo com anuência do morto-vivo Ministro Teich, que essa semana virou meme ao tentar colocar uma máscara no rosto).
Mas enfim, o importante é evitar a morte de CNPJs…O genocida explica “os empresários dizem que estão na UTI e depois da UTI, vocês sabem o que acontece com a pessoa quando sai da UTI né? Ou vai para casa, ou vai pro repouso eterno” (O foda-se a vida, vale só para pessoas físicas, talkei?)
Mas o wi-fi do Alvorada não resistiu, e caiu morta de novo.
(Take 3)
Jair volta mais full putaço ainda “Eu peço desculpas, mais uma vez tivemos problemas com a internet aqui. Semana que vem é missão para o pessoal aqui, vai estar resolvido esse problema” (ou vai todo mundo virar churrasquinho de miliciano)
O genocida volta às boas notícias falando agora da MP 110 “que trata da regularização fundiária que está na iminência de caducar. A gente espera que os deputados votem essa medida né porque ela leva paz no campo.”…” E é muito importante para ajudar nós aqui no combate aos incêndios e aos desmatamentos na região Amazônica.” (isso mesmo, a idéia é legalizar a grilagem de terras dando como justificativa uma das maiores preocupações do presidente, a preservação da Floresta Amazônica).
Encerra então a live, dando uma alfinetada no francesinho Macron “sobre o pessoal repatriado, o Brasil já repatriou 24.000 pessoas. E vale lembrar, por exemplo, que a França ainda tem 2.000 no Peru que não foram repatriados ” …e explicando que não pretende elevar o Cide da gasolina e o setor sucroalcooleiro que lute (o que me parece certo mesmo).
“Pessoal, semana que vem a gente volta, com toda carga né e a live vai ser para funcionar de verdade”
Glória a Deux! (Salve, salve, lavem o pibão. Com juros a 3,0% ninguém segura, vai crescer em V, de vixe maria. )
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Bônus!
Eu não poderia deixar de comentar a entrevista da Rainha da Suástica: Regininha Duarte Poltergeist esteve ao vivo na CNN Brasil disposta a segurar o emprego na base da vergonha e da canalhice. Revelou-se inspirada por um poema enviado pelo Caio Coppolla (o Kaká fascista), “que falava de heroísmo, de entrega a pátria e que realmente me retrata muito bem”. (um começo de entrevista promissor desses, bicho).
A seguir, os piores momentos:
Sobre a CNN “Eu adoro essa ideia dos dois lados sabe, essa colocação tão democrática. Esse debate”
Sobre os rumores da sua saída do governo “Demissão? Nada disso, essa é uma narrativa que corre lá fora. As pessoas parecem que tem uma certa ansiedade de me ver fora, né?.
Sobre Olavão “Olavo de Carvalho é um intelectual brasileiro que eu continuo respeitando, mas como tem muito palavrão, nomes feios , eu parei de ler.”
Sobre Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares “deixa ele fazer o trabalho dele, eu descobri que a Fundação Palmares está mais vinculada ao turismo do que a cultura, eu não tenho nada com isso”. (sobre a lei que cria a Fundação Cultural Palmares…No artigo 1º, lê-se ”promover a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira”)
Sobre a nomeação do maestro Dante Mantovani (aquele que associou rock ao aborto) “Eu não sabia da nomeação, eu fiquei muito surpresa”…“Eu vi um video dele achei assim muito legal, um cara assim estruturado, parece que conhece o ramo.”
Sobre o silêncio a respeito da morte recente de gigantes da cultura brasileira “Será que a secretaria vai ter que virar um obituário?”..”Se a população quer ser informada de cada óbito eu abro um obituário, não tenho nenhum problema”
Sobre a ditadura militar: “Pra frente Brasil salve a seleção…De repente é aquela corrente pra frente. Não era bom quando a gente cantava isso”…”Cara, desculpa, eu vou falar uma coisa assim. A humanidade não para de morrer. Se você falar vida de um lado, do outro lado tem morte. Porque as pessoas óóóoooooooo…morrem”
Sobre tortura na ditadura militar “Meu deus do céu, isso sempre houve. Stalin, quantas mortes? Hitler, quantas mortes? Não quero arrastar um cemitério de mortos nas minhas costas.”
Sobre a pandemia: “O covid está trazendo uma morbidez insuportável. Não tá legal.”
Sobre o rompimento entre Jair Bolsonaro e Sérgio Moro “Eu tenho na minha sala uma foto dos dois rindo um para o outro, tenho outra foto na minha agenda dos dois em um jogo de futebol. Eu não quis nem acompanhar. Os dois devem estar cobertos de razão. Eu fico até emocionada.”
Sobre um vídeo da Maitê Proença (que cobrava ações para a classe artística durante a pandemia e reconhecimento oficial da contribuição dos artistas mortos): “Baixou o nível, vai botar uma fala?…”Precisei dar um chilique aqui?…”Vocês estão desenterrando mortos, carregando um cemitério nas costas, vocês devem estar cansados, fiquem leves, vamos para frente.”
E encerra a entrevista. Mas antes a âncora da CNN Daniela Lima esclarece “nós não estamos desenterrando mortos, nesse momento nós estamos enterrando uma série de brasileiros, dentre eles alguns dos seus colegas”
(Que morte horrível, que FDP, que drogas estragadas ela andou tomando? Cruiz credo)
(Nem fiz montagem hoje porque as caras de derrota são eloquentes o suficiente)
