Ema, ema, ema, cada um com seus problemas

Live de 23 de Julho de 2020

A disputa pelo troféu de ser vivo que mais se ferrou em 2020 ganhou uma forte competidora: A Ema do Alvorada. Vamos chamá-la de Jurema.

Ju, que até então tinha uma vida tranquila e pacata, gastando milhões com cartão corporativo em ração, agora precisa fazer sala para o mandatário da nação que a assedia diariamente. Desde que testou positivo para Covid, o presidente não deu sossego para a ema. Não adiantou nem bicá-lo duas vezes. Hoje, Jair chegou a perseguir Jurema com uma caixinha de cloroquina. Parece que só a cobra Naja poderá salvá-la.

(pelo menos os joelhos de Micheque puderam descansar um pouco).

Aleluia, irmãos! Esse é o chamado “novo normal”. Tudo bem com vocês?

Mas vamos para a live desta quinta feira, que começou com nosso herói solitário fazendo sinal da cruz. Faz 17 dias que Jair testou positivo para covid e o vírus continua lá. Isso que é match! Muitos namoros nesses tempos de amor líquido não duram isso tudo. Fato é que pela terceira semana consecutiva tivemos mais uma live no estilo Monólogos da Guarita. Já pode pedir música no Fantástico.

Jair está injuriado, pois não vê a hora de trazer o ministro Tarcísio, o bom, pra falar de asfalto, cheiro de concreto e muito ferro das ferrovias. (ui*).

Mas o presidente fez questão de mostrar que não está só, minha gente. Além de Elisângela, a nossa intérprida de libras na telinha, estavam presentes também atrás das câmeras o Major Vitor Hugo (equilibrando-se como líder do governo na Câmara) e uma turma de “uns 5 ou 6 que estavam fora, afastados”, pra ninguém criticar.

O objetivo da morta de hoje foi ir pra cima de dois adversários, Mandetta & Moro, que em dupla sertaneja ou em carreira solo, podem dificultar a reeleição em 2022.

A primeira cutucadinha foi para o ex-ministro da Justiça:

“Hoje é o dia do Policial Rodoviário Federal, parabéns a esses profissionais do asfalto. Apreenderam 5 toneladas de maconha, 750 quilos de cocaína, 56 mil comprimidos de anfetaminas…Curiosidade né…praticamente triplicou a apreensão de drogas pela PRF, desde que assumiu o novo ministro da justiça, André Mendonça.”

Também estão na lista de prioridades presidenciais para a morta de hoje a ponte sobre o rio Xingu (que só não vai sair se os xiitas do meio ambiente encrencarem) e a MP 984 da liberdade do futebol “uma medida provisória excelente que a gente espera que o parlamento não deixe caducar”.

Mas vamos falar de coisa boa. Cloroquina de jesus: “Sobre o meu estado de saúde…estou muito bem graças a deus, o ministro Onyx e o ministro Milton Ribeiro” (o calouro da educação que chegou, chegando nas festinhas de Brasília) “também foram acometidos e começaram a tomar imediatamente hidroxicloroquina”…“Deixar bem claro aqui que é uma decisão do médico e do paciente, como foi o meu caso. Eu tomei e em 12 horas estava me sentindo muito bem…e o mesmo me reportou o Onyx e também o ministro..oôooo” (alguém sopra, como é mesmo o nome dele?) “ôooo, Milton da educação também está bem”

E depois é a vez de bater no Mandetta “eu vi um governador falando aê, criticando a hidroxicloroquina, não sei o quê, falando em ciência. Até me lembrei do Mandetta, parece até que o governador desse Estado aê fez a mesma faculdade do Mandetta”

E mandou então um Dilmês praticamente incompreensível “Acreditamos na ciência mas não existe comprovação ainda científica né, e como alguns dizem, não é porque não existe comprovação científica né, então o que acontece não é recomendado e não também não é recomendado também, nem é e nem não é” (entenderam? Porque eu tive que voltar o áudio umas 4 vezes para anotar direitinho, hehehe)

Vossa excremência também fez questão de abordar as queimadas na amazônia com as seguintes pérolas:

“Pessoal, tem regiões aqui que todo ano tem focos de incêndio. É o índio, é o caboclo que toca fogo, e se ele não toca fogo ele não sobrevive, é a cultura dele, ou ele não tem o que comer no dia seguinte.”

“Só pra curiosidade né, no início do século passado não sei quem foi que disse, não me botaram a fonte aqui, tínhamos 10% das florestas do mundo e hoje temos 30%. Não é porque foi plantado mais árvores no Brasil é porque em outros países houve desmatamento e aqui não.” (mais uma informação fornecida pelo instituto Tireidoku)

Sobre o Fundeb:

“Foi um embate muito grande e o governo fez a sua parte, porque se passasse a 40% (de financiamento federal para a educação básica) tinha que criar duas CPMF, né?”…”E a educação do Brasil não vai bem há muito tempo, mais do que o problema financeiro é um problema de currículo, o que ensinar em sala de aula, quem vai ensinar, se o professor tem ou não como exercer a sua autoridade”

Para o presidente, educação boa é em colégio militar “onde a molecada aprende de verdade porque tem disciplina, tem hierarquia, tem castigo poxa, moleque que não entrega a tarefa fica até mais tarde” (pelo jeito ensino é igual homessexualidade no exército, com hierarquia e disciplina, u-la-lá).

E com aquele estilo passivo-agressivo, o presida encerra o assunto “Nós apoiamos o Fundeb, nós apoiamos, agora o parlamento vai ter que nos ajudar onde buscar recursos para bancar essa progressividade, já que estamos passando de 10 para 23% em em meia dúzia anos.” (talkei?)

E agora a parte “democrática” da morta onde o presidente abre espaço para perguntas “desde que não sejam muito difíceis” do jornalismo chapa branca “isento” da Jovem Pan.

Primeira pergunta, Augusto Nunes: “Presidente que tipo de limitação física o senhor sente neste momento em consequência da covid 19?”

“É Augusto, eu tô com 65 anos, acho que você tá com um pouquinho a mais do que isso, né.. então limitação normal, da idade” (nada que um viagra não resolva).

E aproveita para dar mais uma sarrafada no Mandetta “Na primeira onda da vida eu lembro do Mandetta falando na reunião de ministros ‘vamos ter caminhões do exército catando corpos pelas ruas’, meudeusdocéu a que ponto nós chegamos. O pico é semana que vem, o pico é não sei mais quando, tá certo? É terror o tempo todo. Um ministro que passava muito mais tempo aê falando para aquela televisão que ele gostava né, do que trabalhando em si, tá certo? Então o pânico foi instalado na sociedade” (84.000 pô…o covid matou foi pôco no Brasil, só não matou menos que a ditadura militar)

Segunda pergunta é jogadinha ensaiada com o Fiúza: “Presidente, boa noite, o senhor poderia comentar as ações das forças de segurança no Rio de Janeiro, na praia de Copacabana, agindo contra banhistas com arma de choque e se possível também as forças de segurança de Santa Catarina que invadiram o domicílio de uma bailarina por ela estar recebendo amigos em casa. Como o senhor está vendo essas formas de cumprimento de medidas de segurança sanitária?”

E a resposta vocês já imaginam né: “Alguns falam que ele desacatou, é sempre essa história, né? Mas é inadmissível o que fizeram. E se o cara fosse cardíaco? Podia ter morrido”. Até porque, excludente de ilicitude não vale para os policiais que estão combatendo a pandemia “porque se dá um problema e o cara morre por causa de uma arma de choque dessas, o policial que vai responder, não vai ser o governador ou o prefeito não”. (talkei? Tá pensando que banhista mal educado na zona sul é igual criança na favela, que pode sair atirando e depois perguntando?)

Segundo Jair “povo está provando e vendo os protótipos de ditadores no Brasil” (e isso vale desde o síndico do seu prédio que fechou a academia até o governador que decretou máscaras obrigatórias em lugares fechados. Ditadores! Todos comunistas, ditadores!)

Última pergunta, Vitor Brown “Boa noite presidente a câmara aprovou nesta semana a renovação do Fundeb, queria a opinião do senhor sobre o texto final aprovado que vai agora ao Senado. Ficou do agrado da equipe econômica, foi um vitória do governo, presidente?”

E o presidente manda aquele embromation, enrolation, pra dizer fundeb é igual sexo ou pizza, mesmo quando tá ruim, tá bom…”só quero ver de onde vai vir o dinheiro”.

É isso pessoal, “até semana que se Deus quiser, com o Tarcísio do meu lado pra gente falar tudo sobre ferrovias no Brasil e outras coisas mais da Infraestrutura”

(Glória a Deux! Vindo de trem ou de avião, lavem o pibão)