Meu bucho, minhas regras

Live de 22 de outubro de 2020

E a live de hoje começou desfalcada “`A minha esquerda, Elisângela, nossa intérprete de libras, aqui do meu lado o astronauta Marcos Pontes e tem uma cadeira vazia do fantasma Tarcísio ali. Foi combinado, mas ele não chegou ainda, vou colocá-lo no pernoite aê, quem sabe uma punição sábado e domingo”

(Marcha soldado, cabeça de papel, quem não marchar direito, vai preso no quartel…Como vocês estão, segurando essa barra que é ser brasileiro?)

- Tu já foi punido alguma vez no quartel? (Pergunta o Capita ao Astronauta)

- Já

- Que punição você tomou?

- Bom, justamente porque eu estava atrasado para uma formatura, fiquei dormindo e tomei um final de semana.

E a morta segue negando as aparencias e disfarçando as evidências do conflito entre o Ministro Pazuello e os interesses pessoais do presidente (que estão acima da saúde dos brasileiros)

“Eu vi agora a pouco o cara da televisão falando sobre eu e o Pazuello, que a ala militar está pressionando o Pazuello para reserva”…e do seu jeitinho, explica “Não tem nada disso, acontece desentendimento com a pessoa que você ama, né? Por que não vai acontecer entre nós?” (sabe como é, parafraseando o pum do palhaço da saúde — manda quem pode, obedece quem tem juízo)

E eis que adentra a morta o Capita Tarcísio, aquele que comemora cada quilômetro de estrada asfaltada no Brasilzão. (quantas chibatadas esta guerreira aqui merece por já ter defendido esse aí como “bom”? Deux que me perdoe)

- Tarcísio chegou atrasado, já está no pernoite no final de semana aê.” Avisa o capetão.

- Eu trouxe um presente para o senhor. defende-se Tarcisio

- Ahhhh bom, cê vinha andando, viu o presente, lembrou de mim, comprei-o ou não comprei-o? Acabou comprando. (flerta vossa excremência)

- Comprei-o-o (finaliza o ministro que entrega uma grande caixa amarela ao chefe)

- Caramba! Um busão da Itapemirim, é isso mesmo?

(Era isso mesmo, um busão da Itapemirim desses que vende em posto de gasolina xinfrim.)

Tudo isso para dizer que “A Itapemirim vai entrar no transporte aéreo.” (e vamos pegar o primeiro avião amarelo com destino a felicidade)

Aproveitando o tema, avião, piloto…“Fala alguma coisa daquilo lá, ô Tarcísio, daquele projeto de desregulamentação da aviação” (ui*).

E ele explica “É o Programa Vôo Simples. Bolamo (sic) lá no Ministério um programa que são mais de 50 itens de simplificação do transporte aéreo.”

O crème de la crème do projeto para Jair é a parte que trata de hidroavião, afinal ele quer transformar o Rio Amazonas numa grande pista de pouso “Ali você pousa e pesca sem problema nenhum. E também até para mostrar que a Amazônia não pega fogo. É impressionante! Não pega fogo!”

E já que estamos aqui, vamos humilhar o astronauta?

- Você tem vontade de voltar ao espaço algum dia, Marcão?

- Tenho.

- Mas com essa silhueta não dá. Você tá mais gordo que o Hélio Negrão, porra. O Hélio Negrão está parecendo uma bailarino.

E então Jair faz uma “nota triste” de pesar pela morte do seu aliado Senador Arolde, de covid-19, mas minimiza “Se não me engano estava com 83 anos de idade. É a tendência de todo mundo que chega lá, né? Ainda não encontraram a fonte da juventude.” (ou seja, morreu de velho, como se dizia antigamente)

Mas bora valorizar seus meninos (own):

“Você já foi assediado pela iniciativa privada, ô Tarcísio? Ele é o meu Neymar. Todo mundo quer comprar o passe do Tarcísio. Não há dúvida que ele é assediado com salários astronômicos, mas ele está por patriotismo conosco.”

E tem chamego até pro vendedor de travesseiro:

“Você também né, Marcão? Você poderia estar na NASA agora. Você poderia estar ganhando muito mais, em dólar inclusive. São patriotas que trabalham com a gente, pensando em mudar o Brasil e o Brasil está dando certo.” (falo nada)

E aí vem uma série de assuntos prioritários que vão desde de inauguração de cabeleireiro, aniversário da filha, caças Gripen, Br do Mar, ferrovias de bitola larga e por fim pousos de helicóptero por aí para comer sonho de padaria e tomar coca cola “De garrafa que é bom. Quem gosta de pepsi, tudo bem. Mas eu escolho a cola que boto pra dentro. O bucho é meu pô.” (Empoderada!).

E vamos então a parte mais surreal e criminosa da morta, aquela anti-vacina. (Era só o que faltava)

“Eu publiquei hoje no meu Facebook uma matéria da UOL, né. Olha só, eu publicando uma matéria da UOL. — Diretora da OMS não recomenda que a vacina da Covid-19 seja obrigatória”

“Olha só, quem falou primeiramente que a vacina não tinha que ser obrigatória? Foi eu ou foi a OMS, responde aê?”

“Quem decide é o Ministério do Pazuello, que tá muito bem. Tomou cloroquina e tá bem. Tava mal para caramba, mas tomou rapidamente a cloroquina e se safou” (Ué? Por que não tomou Annita, o vermífugo anunciado pelo astronauta com pompa, circunstância e gráfico fajuto esta semana no Planalto?)

E a vacina? “A vacina tem que ser certificada pela Anvisa:”…“Então a Anvisa não é subordinada a mim. Apesar de quem indica para sabatina no Senado sou eu.”…”O próprio Almirante Barra foi uma indicação pessoal minha”

“E o Almirante Barra já falou também que em aparecendo uma vacina no mundo, ele não vai correr. Não vai ser em 72 horas que ele me disse que vai pegar aqui e autorizar a distribuição no Brasil. Afinal de contas a responsabilidade é enorme.”

E então vossa excremência cobra lealdade na ignorância dos presentes.

“Vou fazer uma pergunta aqui, é só sim ou não a resposta, talkei?…Capitão Tarcísio, a vacina no que depender de você será obrigatória ou facultativa?”

- Facultativa.

- E você? (Astronauta)

- Facultativa

- E você? (Elisângela, intérprete de libras)…O que ela falou aê, alguém traduz?

- Facultativa

E daí, partiu com bola e tudo pra cima do Doriana:

“Pessoal, agora tem um governador aqui que eu não vou falar o nome dele. Que está buscando uma maioria no cenário estadual né? Já conseguiu acho que uns 8 governadores. Eles querem entrar com uma ação no STF, para que o Supremo diga que cada Estado possa determinar se a vacina será obrigatória ou não.”

“Bem, em São Paulo não temos dúvida que se isso acontecer será obrigatória, né?”

“Outra coisa, queriam que comprasse 100 milhões de doses da vacina da China, pô e a vacina não está nem pronta ainda. Não foi reconhecida pelo Ministério da Saúde, não foi certificada pela Anvisa. Queriam que comprasse e eu estou vendo os órgãos de imprensa batendo em mim.”

“Aquele governador que tem um vídeo dele dizendo que vai vender São Paulo todo pra China. De repente dizer que vai ser obrigatório. Quer dizer, para justificar despesa, vai aplicar, é isso?”

“Não funciona assim. Enquanto eu for presidente da república, não vai ser dessa forma. Isso é democracia, é liberdade.”

(respira fundo, que tem mais)

“O que serviu muito essa pandemia foi para revelar aê os aprendizes de ditadores. Figuras nanicas, hipócritas, idiotas, boçais, tá, achando que manda no Estado dele.”…”Vai tomar vacina. Vai tomar você, pô! Toma vacina e o que mais você bem entender. Tá certo? Toma Coca-cola, toma tubaína. Agora obrigar? E outra, o povo não vai admitir issoaê.”

Talkei?

(Glória a Deux! A vacina, meu deux, a vacina. No bípes ou nas nádegas, só quero ouvir você dizer que sim! Amém!)