A maior tempestade do século XXI

Este texto é o epílogo da série “Mr. Bitcoines Apresenta: Bitcoin, criptomoedas e dinheiros digitais”. Neste episódio, discuto qual o impacto do dinheiro fiduciário no sistema político, na tomada de decisão e na vida quotidiana dos Portugueses. Para isso, analiso 12 estatisticas financeiras, monetárias e fiscais chave, ao longo de um período que comporta entre 30 a 40 anos.

Pedro Febrero (@febrocas)
Mr. Bitcoines Apresenta
26 min readAug 9, 2019

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“por mares nunca dantes navegados”

Uma das características mais impressionantes dos Portugueses, uma que espero ainda existir dentro de nós, é o nosso destemer.

Uma habilidade inata presente no nosso ADN que, por obra das circunstâncias do universo, ou talvez por obra dos próprios deuses, nos permitem transformar o impossível em mais uma simples tarefa de “Segunda-feira à tarde”.

Não falo apenas da capacidade que temos em nos adaptar a circunstâncias adversas e a culturas diferentes. Gostamos de nos cingir a isso, mas na verdade, somos muito mais do que simplesmente adaptáveis.

Os Portugueses não têm medo. Os Portugueses não se vergam.

Em boa verdade e bom Português, os Portugueses são fodidos.

Podem achar-nos pacóvios e banais; podem dizer que gostamos é de sol, praia, gajas boas e vinho verde (nada que não seja verdade, e nem vejo mal nenhum nisso). Podem dizer a porra que lhes apetecer. Sabem também, o que é um facto?

Somos os verdadeiros inquebráveis.

Talvez pelas guerras que os nossos antepassados travaram, contra os mouros e os meus primos, os Espanhóis; talvez porque que somos o país do mundo com as fronteiras mais antigas; ou por termos sido os primeiros Europeus a olhar para o mar de frente e peito aberto.

Quiçá outros povos marcharão contra os canhões, como nós, os Portugueses, marchámos.

Sem medos nem receios. Venha o que vier; e o que tiver que ser, que seja.

«Quem é que ousou entrar, Nas minhas cavernas que não desvendo, Meus tectos negros do fim do mundo?» E o homem do leme disse, tremendo: «El-rei D. João Segundo!»

Talvez seja esse espírito, habituado à dureza da vida, à melancolia do que já passou e dos tempos que já lá vão, que porventura me leva a crer na nossa genuína habilidade para ultrapassar a pior tempestade deste século. Uma que ainda está para vir.

E tal como muitas outras tempestades que vieram, e muitas que aí virão, a grande lição que o nosso humilde e bravo homem do leme nos ensinou, uma que ficará comigo e, espero eu que convosco também, até partirmos juntos para o fundo do mar: o que é incontornável, incontornável é.

Gostaria de poder dizer-vos que existe um rumo diferente e que não estou a ver bem a coisa. Não serei eu, certamente, a ditar a queda de um império; até porque eu nem sou ninguém para o fazer.

Contudo, algo que me parece ser óbvio, até para quem não acredita em lendas e mitos de criaturas fantásticas que vivem solitariamente no fundo dos oceanos à espera dos próximos conquistadores… É que existe uma névoa que se debruça sobre a nossa forma de vida, quer queiramos, quer não.

Não me refiro, contudo, à névoa que trará El Rei D.Sebastião de volta para cumprir o seu eterno reinado. Refiro-me a algo menos místico, a que uns apelidam de “o fim do capitalismo”; outros chamam-lhe apenas uma nova política monetária e financeira. Eu gosto de chamar as coisas pelo que elas são, afinal foi isso o que me ensinaram.

O fim do império fiduciário

Todos os impérios são construídos com base no uso da força. Ou pelo menos é essa a ideia que a história conta.

Quando não são guerras, são trabalhos forçados; quando não são trabalhos forçados, são faltas de liberdades individuais e colectivas.

Inexplicavelmente, todos os impérios têm uma fixação em obter poder absoluto. Poucos conseguem chegar perto; penso que, talvez, este tenha sido o maior império que alguma vez existiu e um que vai devastar meio mundo quando caír.

Efeito dominó

Se o leitor dúvida que nem todos os impérios caem, ou que alguns irão permanecer cá para sempre, ou pelo menos durante o seu tempo de vida, não se deixe enganar.

Desde os Bizantinos e Romanos até aos Alemães, Gregos e Venezuelanos, a coisa acaba sempre (ou quase sempre) da mesma forma.

Não posso dizer que alguma coisa me surpreenda nesta história, apenas acho peculiarmente interessante o facto deste império de que falo, ter sido o primeiro império verdadeiramente global, e um que se baseou na imposição de uma ditadura monetária mais pela doutrina, e menos pela força.

Falo-vos claro de um império chamado dinheiro fiduciário.

Aquele que se desvinculou da realidade depois da segunda-guerra Mundial, e que em 1971 nasceu verdadeiramente; após perder a sua ligação ao bem maioritariamente usado pela humaniade nos últimos cinco mil anos como forma de guardar valor.

O ouro.

Pior, e algo que alguns de vós talvez não saibam, mas todo o dinheiro fiduciário se baseia em algo muito subjectivo, que depende muito das crenças de cada um: na .

Pessoalmente, não me parece correcto ser esta a política monetária a adoptar num país como Portugal, que diz não ter uma religião oficial.

Dinheiro vs Moeda

Os problemas que hoje sofremos começaram infelizmente, há mais de 50 anos atrás.

Com a fusão entre “dinheiro” e “moeda”, tecnologias bastante distintas, os governos conseguiram acumular riqueza de uma forma incrivelmente fácil.

As populações, inevitavelmente, passam quase exclusivamente a transacionar numa moeda desvinculada de um standard. Ao dístituírmos a moeda do dinheiro, é possível criar uma quantidade ilimitada da mesma, sem imediatamente destruír a economia.

Assim, não é necessário controlar a dívida e despesas porque:

i) é fácil impor impostos mais altos e/ou mais impostos sobre os rendimentos, bens e serviços, visto que as populações são obrigadas a usar a moeda do estado, com penalização judicial caso não cumpram a lei.

ii) é fácil criar dinheiro através da impressão de mais obrigações de tesouro (aka, divida soberana), que no fundo “não afectam os preços dos bens”, só que no fundo afectam através de uma inflação sentida no médio e longo-prazo.

iii) é fácil adicionar e retirar “valor” à economia com taxas inconsequentes (juro, inflação), ditando ciclos económicos mesmo que desfasados da realidade. É importante relembrar que a inflação apenas representa a perda de poder de compra de uma moeda.

Visto que se torna inacessível obter ouro de uma forma fácil, ou de transacionar com a mesma facilidade que se transacionam notas e moedas — sem a intrusão do papai estado — as populações ficam dependentes da capacidade de gestão dos governos.

100% dependentes.

Se pensam que estou enganado, façam o seguinte exercício: Se amanhã houvesse um black-swan, isto é, um evento imprevisível e catastrófico como o valor dos Euros caír 20% a 50% vs Ouro, dólares, libras, etc, como guardariam o vosso dinheiro?

Como salvaguardavam o vosso valor em menos de 24 horas?

Como garantiam que conseguiam aceder a uma moeda que não está dependente da “boa gestão” de terceiros, de uma forma rápida e sem barreiras?

Se este cenário parece absolutamente improvável, no momento em que o caro leitor está a deglutir esta pequena delícia, então proponho as seguintes hipóteses:

A. O caro leitor não se recorda dos meses anteriores à última crise financeira (actualmente a de 2008, dependendo do momento do tempo em que estiver a ler, talvez a data seja outra); nem que todos os indicadores mostravam o que todos os economistas diziam ser “impossível” e “improvável”. Uma crise derivada do sector bancário. Contudo, lembre-se do que aconteceu.

B. O caro leitor acredita que as crises podem ser amenizadas e não pensa que iremos sofrer “tanto” como na última crise anterior. Felizmente, para si, o ser humano é um bicho inteligente, logo, não cometeria os mesmos erros visto que aprende com os mesmos.

Só a tentar é que se consegue

Qualquer uma das hipóteses, na opinião do Mr.Bitcoines, são um tiro ao lado e demonstram uma falta de compreensão de eventos incompreensíveis. Isto é, o que não pode ser previsto, não pode ser certamente contabilizado. Dito de outra forma, o mais interessante não é prever o que não pode ser previsto, mas sim, entender que medidas tomar para garantir que se está com o pé direito no prato da balança que sobe, e não no que desce.

Será sempre mais importante garantir o mínimo de perdas possíveis, e não o máximo de ganhos possíveis. Caso contrário, estaremos sempre à mercê de eventos imprevisíveis como a usurpação de fundos públicos, a utilização indevida dos mesmos durante mais de três décadas, ou até mesmo, à espera que um evento hiperinflacionário aconteça.

Poderá ser solução para este pau-de-três-bicos, uma detalhada análise das estatísticas que mais influenciaram o desenvolvimento do nosso país?

Será possível retirar as devidas conclusões de como alterar o rumo do sistema, simplesmente alterando o factor mais crítico, que permite aos governos terem um comportamento corrosivo e destrutivo do valor acumulado pelas gerações anteriores?

Se pensa que sim, então prepare-se. Vou analisar as mais importantes e decisivas tendências macro dos últimos trinta a quarenta anos, tentando sempre que os dados abranjam o maior espaço temporal possível, de modo a que todos os leitores possam, verdadeiramente, averiguar qual o impacto das políticas monetárias, altamente expansivas, promovidas pelo Banco Central Europeu e executadas pelo Banco de Portugal, na vida quotidiana dos Portugueses.

Preparados para O verdadeiro balde de água fria? Agarram-se ao convés, caros marujos, porque esta vai ser uma viagem bastante atribulada.

O lado Negro do dinheiro: 40 anos de história

Gráfico 1: Emissão de moeda M1 é a oferta monetária que inclui notas e moeda física, depósitos à ordem e cheques.

Para conseguir explicar o princípio do fim, terei de recuar cerca de 40 anos, até aos inícios da década de 80, ponto para além do qual já não conseguimos ir.

Durante este período até cerca de 1989, a emissão de dinheiro era controlada pelo Banco de Portugal (BdP), que apesar de hoje em dia ser um amplo fã da nova teoria monetária (MMT), que discutiremos mais em baixo, na altura gostava de ter as rédeas curtas e de jogar direito, tanto com as taxas de juro como com as de inflação. Nao sei ao certo se fizeram um bom ou mau trabalho, até entrarmos na economia do Euro, o que sei é que os números não mentem:

Após a entrada para a UE, em 1989, começou o boom na expansão da massa monetária. E reparem bem, caros leitores, onde parou. Precisamente ali no final de Outouno, princípio de Inverno, de 2007.

Lembram-se certamente do que aconteceu nesse ano? Nem a bolha da internet nos anos 2000 conseguiu desacelerar esta expansão monetária (aka, criação de dinheiro) absolutamente devastadora para a economia.

Apenas em 2008, quando a crise financeira explodiu, a massa monetária contraiu seriamente. Um processo doloroso e temeroso que tivemos de sofrer, para apróximar a economia financeira da economia real e produtiva.

Infelizmente, foi sol de pouca dura.

O que aprendemos com esta lição? Ora, ao que parece… absolutamente nada. Desde 2006 que a massa monetária em circulação mais que duplicou.

Poderíamos, porém, sublinhar que é necessário um aumento da massa monetária para satisfazer aumentos reais na produção, que derivam de um aumento do investimento privado e público. Faria sentido defender que o estado deve, obviamente, investir na sua própria economia!

Acredita, o caro leitor, que foi isso que aconteceu? Ora vejamos o gráfico seguinte, que mostra a taxa total de investimento em todos os ramos da actividade, em % do PIB.

Gráfico 2: Taxa de investimento público, em % PIB, 1995–2016

Como argumentei em cima, quando há um aumento da massa monetária espera-se que exista um aumento do investimento privado e público.

Será, certamente, para isso que introduzimos mais dinheiro em circulação: pela necessidade das empresas em contratar mais pessoas, para poder investir em aumentar a produção ou, até mesmo, para implementar melhorias de eficiência e inovação. Qualquer que seja a razão para investir, certamente deveríamos esperar um esforço financeiro do estado com esse propósito.

O que constatamos, por outro lado, é precisamente o oposto.

Não só o investimento caiu, como a tendência tem sido de uma queda constante durante os últimos 20 anos. Em 1995 a fatia disponível para investimento era cerca de 26% do PIB; já em 2016 estamos a falar de apenas 18%, o que representa uma queda de 8%.

Algo não me parece bater certo.

Mais, se a massa monetária aumentou, onde está ela? Quem se financiou? Onde foi gasto o dinheiro?

Penso que para encontrarmos a resposta, devemos olhar para a evolução da despesa pública, que pode ser analisáda através da dívida contraída pelas várias administrações públicas.

Gráfico 3: Dívida pública, em % PIB, 1991–2018

Talvez este gráfico em cima nos ajude a descobrir os culpados.

Espero que não pensem que vou apontar o dedo a “este” ou “aquele” governo; meus caros, não se deixem enganar. Falo de um sistema inteiro que está montado para crescimentos explosivos e quedas abruptas.

Se não, qual o motivo para mais de 50% do nosso PIB ter ido parar ao lado errado do balanço? Isto é, se em 1991 cerca de 56% do PIB Português era usado para pagar as dívidas do estado, em 2018 estamos a falar de cerca de 124%.

Não conseguimos produzir riqueza suficiente em Portugal, num ano, para pagar o total da nossa dívida. Pior, o que me gera ainda mais confusão é que seja possível, em menos de 20 anos, termos conseguido destruir completamente os esforços financeiros, nomeadamente poupanças e acumulação de capital, feitos pelas gerações anteriores.

Guardem bem esta informação para que nunca se esqueçam: tudo o que produzimos em Portugal serve apenas para pagar dívida financeira, que contraímos devido:

  1. Ao sistema monetário ser pouquíssimo transparente, baseado numa estrutura piramidal;
  2. onde o acesso é exclusivo para alguns membros na tomada de decisão, e as informações financeiras sobre as instituições que controlam os nossos bens, não são 100% públicas;
  3. e porque é fácil de coagir o sistema, ao ser possível rapidamente implementar mecanismos que beneficiam os poucos em deterimento dos muitos.

A verdade, crua e dura, é a seguinte:

Nenhum sistema é absolutamente corrupto. Até o ser.

Este sistema financeiro baseado na criação de dinheiro sem ligação ao ouro, sem qualquer standard, onde em cada depósito e crédito os bancos imprimem notas e moedas digitalmente, de forma fraccionaria, permitiu a criação de riqueza com base na produção de bens, serviços e trocas comerciais, durante mais de cinquenta anos.

Após o crescimento exponencial do sector financeiro, com base na impressão constante de notas e moedas digitais, o pêndulo do crescimento oscilou para um sector não produtivo.

Que cria bolhas. Muitas bolhas. Especialmente no sector imobiliário e nos mercados financeiros (como iremos ver daqui a pouco).

Porém, o melhor indicador do valor do dinheiro acaba por ser a taxa de inflação — que segundo o que parece, não tem intenções de voltar a aumentar. Repare bem, no gráfico em baixo que mostra a variação da taxa de inflação ao longo dos últimos quarenta anos.

Gráfico 4: Taxa de inflação, 1978–2018

Começemos pelo que parece razoável.

Uma taxa de inflação constantemente a baixar, o que significa… um aumento muito pouco significativo dos preços, correcto? Sim e não. Significa que os mesmos Escudos (e depois Euros) que precisava num ano para comprar um cabaz de produtos, não iria variar muito no ano seguinte. contudo, repare bem caro leitor, que se analisarmos a fundo a definição de inflação, iremos perceber que não é, realmente, o aumento generalizado dos preços, mas sim o aumento da quantidade de moeda em circulação.

Ou seja, como é que Portugal tem uma taxa de inflação baixa, e ao mesmo tempo, um aumento exponencial na quantidade de moeda em circulação, durante a última década?

A lógica acaba por ser simples: baixas taxas de inflação ditam baixas taxas de juro.

Se o dinheiro for quase oferecido, a tendência será de aplicá-lo em sectores com mais risco. Quanto mais dinheiro é aplicado em sectores de risco, maior é a probabilidade de entrarmos numa espiral de mau investimento, como tem sucedido nos últimos anos (PPPs, sector bancário).

Com a excepção do final da década de 70 até ao final da década de 80, onde a taxa de inflação rondava os 22% em média, devido aos fracos controlos de capital que existiam na altura por parte do sector bancário, a tendência é claramente para termos uma taxa de inflação ~ 0.

O maior perigo deste comportamento será sempre uma pouco eficiente alocação de capital e um agravamento na necessidade constante de investimento — algo que acontece ao inundarmos o mercado com moeda.

— Não será curioso ouvirmos histórias, nos dias de hoje, de empresas megalómanas (bancos, startups, unicórnios, etc) que mesmo tendo uma base enorme de clientes, e gerando rendimento, não conseguem atingir um break-even ou ter lucro? Recordo-me da Uber, do Spotify ou inclusive do Airbnb —

Visto que as taxas de juro normalmente estão correlacionadas à taxa de inflação, poderiam as pessoas ter vantagens em efectuar poupanças, pelo menos?

Gráfico 5: Taxa de juro, 1999–2018

Infelizmente as taxas de juro, como podem ver no gráfico em cima, foram constantemente diminuindo de modo a sustentar um aumento massivo na quantidade de dinheiro em circulação. No fundo, há uma constante necessidade de emprestar capital a pessoas e empresas de modo a sustentar o consumo.

É, de facto, a única forma de evitar que o dinheiro fique parado nos bancos.

Esta foi a ideia por detrás da resolução da crise, aliada á emissão constante de obrigações de tesouro, de forma a financiar as operações públicas. O que conseguimos demonstrar é que esta “solução” está a agravar toda a situação económica mundial, visto que a grande parte dos países desenvolvidos é incapaz de sustentar taxas de juro positivas.

Já se imaginou a pagar para ter o seu dinheiro no banco?

Esta é a pior resolução possível para o comum dos mortais simplesmente porque grande maioria das pessoas tem o seu valor guardado em notas e moedas (físicas ou digitais).

Pior, é que olhando para o comportamento do sector bancário, percebemos que a aposta na expansão monetária através da dívida foi um total falhanço.

Gráfico 6: Total de empréstimos concedidos a particulares, ppc, em milhões Euros, 1978–2018

Ao que parece os montantes emprestados a particulares e a empresas caiu exponencialmente, cerca de 45% entre 2003 e 2018.

Esta diminuição no valor dos empréstimos deveu-se a uma contracção da massa monetária, que como vimos há pouco teve uma quebra no crescimento entre 2008 e 2012. Contudo, nos últimos anos houve um novo aumento do número de empréstimos, que já representa mais de 100%. Ou seja, nos últimos 7 anos o valor da dívida das famílias duplicou.

Não seria de esperar que o aumento mais significativo fosse nas empresas, que criam valor e riqueza?

Assim, só nos resta perguntar porque raio haveriam os bancos centrais de adoptar este comportamento?

O impacto da Nova Teoria Monetária (MMT)

O factor impulsionador desta nova tendência de criação exponencial de moeda, e o principal catalisador para a próxima crise financeira mundial, aquela que será a verdadeira tempestade, é a nova teoria monetária (ou MMT).

Esta teoria defende que, efectivamente, é mais eficiente manter taxas de juro perto de zero, ou abaixo de zero, de modo a fomentar o consumo e não a poupança. Dessa mesma forma, os Bancos centrais apenas têm de controlar a periodiocidade a que são emitidas notas, moedas e dinheiros digitais, para garantir uma estabilidade dos preços, não existindo uma clara necessidade de controlo da dívida pública.

Lol.

O problema é que isto significa que os depositantes perdem dinheiro, todos os dias/meses/anos, por ficar “parado” no banco. É como uma segunda renda sobre o dinheiro, que destrói valor continuamente. Justo, não vos parece?

Claro que para este sistema funcionar a quantidade de notas e moedas físicas em circulação terão de diminuir signitivamente, como acontece na Suécia, ou terá mesmo de desaparecer de circulação. Não quero com isto dizer que a quantidade de moeda em circulação irá diminuir, antes pelo contrário; apenas que a quantidade de papel-moeda irá ser cada vez menor em deterimento de dinheiro digital.

Com este novo modelo económico implementado será como viver numa ditadura monetária, onde o dinheiro ou é gasto ou é perdido. O exemplo perfeito do novo “capitalismo”? Ou o exemplo do que é completamente errado?

Cabe a cada um de nós decidir.

Para fechar esta breve análise, não poderia deixar de olhar para o percurso dos mercados financeiros nestes últimos anos, nem de me debruçar sobre o papel do estado na economia (através da cobrança de impostos).

Qual o comportamento dos mercados?

Durante a nossa jornada pela descoberta de uma resposta a este sistema monetário fiduciário, devemos esforçar-nos ao máximo para perceber quais os erros cometidos pelas instituições responsáveis pela gestão monetária, de modo a evitar os mesmos no futuro.

Algo que me parece a cada dia mais óbvio, é que novas tecnologias nunca resolveram problemas estruturais. Não será, certamente, a FaceCoin aka Libra, a moeda lançada pelo Facebook em parceria com outras 99 organizações, a resolver o problema da desigualdade monetária.

Nem mesmo a Bitcoin.

Uma mudança global de mentalidade, talvez.

É com esta breve introdução que agora me debruço sobre os mercados financeiros em Portugal, que no seu todo tiveram uma performance bastante medíocre, apesar da expectativa positiva que a revolução tecnológica e da internet chegaram a trazer, no princípio da década de 2000.

Olhemos para o PSI-20, a principal bolsa Portuguesa.

Gráfico 7: PSI-20, 1993–2019

Ao analisar o gráfico em cima, vão rapidamente perceber que não se trata da Bitcoin, não senhor, apesar de mostrar claramente duas bolhas enormes, uma durante 1997–2000 e outra depois entre 2003–2008.

Apesar a expansão monetária, os mercados financeiros em Portugal já tiveram melhores dias.

O que me fascina neste gráfico é o aumento exponencial de volume, entre 2014–2016, que não afectou o preço devido a ser oriundo das mesmas instituições. Pelo menos é a única explicação que encontro de momento.

Ou seja, a massa monetária que foi depositada na compra de acções no PSI-20 cresceu em mais de 50%, de cerca 4B, entre 1993 e 20103, para 8B, entre 2014 e 2017. Mas isso em nada afectou os preços na generalidade das acções, visto que o valor médio do PSI-20 não teve aumentos de todo semelhantes às bolhas anteriores, nos anos 2000.

Incrivelmente, os acontecimentos inexplicáveis não terminam por aqui.

Gráfico 8: Taxa de rentabilidade das obrigações de tesouro a 10 anos, 1999–2018

Um claro exemplo da loucura dos mercados financeiros, como podemos ver em cima, é a taxa de rentabilidade das obrigações de tesouro. O que este gráfico mostra é que de 1999 a 2018, a confiança dos investidores na capacidade de pagamento do juro, por parte dos governos, caiu significativamente. Se em 1999 o juro oferecido era perto dos 5%, já em 2018 o mesmo juro corresponde a cerca de 1.8%. Não se deixe enganar pelos números, em termos representativos a magnitude desta queda ronda uma diminuição de 75% nos juros oferecidos.

Ou seja, até já os próprios governos admitem uma total incapacidade em pagar a sua dívida, no longo-prazo.

Estaremos nós, daqui a relativamente pouco tempo, como a Alemanha, onde o valor dos juros da dívida soberana, a 30 anos, atingiu valores negativos, de cerca de -0,4%? Será que iremos chegar ao ponto de os investidores pagarem um juro ao governo para este não fazer default na sua dívida?

Absolutamente incrível, o que os Alemães aceitam!

Não obstante de menos críticas, outro sector que ainda mais me surpreende, é o imobiliário.

A maior aposta dos últimos anos, em termos de investimento, tem sido em comprar e arrendar. Claramente podemos ver essa decisão no gráfico em cima. Poderíamos ser levados a pensar que os média afinal andam a dizer a verdade sobre a recuperação económica pós-crise 2008. Para comprar mais casas, as pessoas têm de ter, necessariamente, mais dinheiro disponível.

Mais, acrescento que à data de Julho de 2019, Portugal se tornou o país com as casas mais caras do mundo, quando vistas à luz da inflação real.

Será que este comportamento representa uma clara melhoria das condições económicas em Portugal?

Ou será apenas um golpe momentâneo que rapidamente se irá dissipar, provocado por investimento, na sua maioria estrangeiro, de forma a salvaguardar valor (imobiliário) versus uma possível desvalorização do mercado ou da moeda local?

Para nos ajudar a responder a esta pergunta, debruço-me sobre o gráfico em baixo, que mostra o salário médio mensal dos trabalhadores, sempre em paridade poder de compra (ppc).

Gráfico 10: Salário mensal médio, ppc, em Euros, 1985–2017

Os resultados acabam por ser surpreendentes, e por mostrar uma dura realidade para os Portugueses. Façamos, portanto, as contas: os preços das casas e das rendas aumentaram entre 30% a 40%, no período que cobre 2015 a 2018, enquanto os salários médios aumentaram, talvez, 1% no mesmo período.

Parece-vos coerente? Pior, é a tendência de 1985 até 2010 não se manter.

Isto é, não só os salários estagnaram e caíram nos últimos 10 anos, como o preço das casas aumentou exponencialmente.

Será que isto faz sentido? Parece-vos lógico as pessoas estarem a receber menos e a pagar mais pela sua habitação?

Certamente que esperaríamos um contragolpe do estado, de modo a salvaguardar os interesses dos Portugueses. Isto é, se os dados mostram um aumento, crescente, na disparidade entre o preço das habitações e os salários médios, porque não tomar medidas concretas?

Será que pelo menos em termos de impostos, o Estado teve uma mão mais leve, de modo a ajudar as empresas a expandir e a contratar mais pessoal, e de ajudar os índividuos a guardar mais dinheiro (que no fundo é seu por direito), em termos líquidos?

A dura realidade dos impostos

Infelizmente, como grande parte de vós sabe, não foi isso que se verificou nos últimos anos, muito pelo contrário.

Irei em baixo analisár alguns gráficos que nos mostram perfeitamente esta situação, que quando alinhada com maiores gastos estatais, me levam a crer que grande parte do dinheiro utilizado, é certamente expropriado ou usado em acções pouco produtivas.

Senão como explicamos o gráfico em baixo, que mostra as receitas fiscais do estado (aka, impostos) a aumentar consecutivamente ao longo dos anos?

Gráfico 11: Total de receitas fiscais com impostos, em milhões Euros, 1980–2017

Se em 1980 eram arrecadados cerca de 1000 milhões de Euros, já em 2017, quase quarenta anos depois, este valor superava já os 40,000 milhões, ou seja, um valor mais de 40x superior.

Mais, não só a receita com impostos aumentou, como esse aumento veio de impostos directos e indirectos sobre os salários e produtos consumidos, e não de impostos de capital ou financeiros. Isto é, quem mais pagou foram os assalariados, não os detentores de capital — o que pode ser, ou não, justo visto que são os detentores de capital quem cria mais postos de trabalho.

Claro que, o argumento mais apetecível será dizer que a receita fiscal aumentou pelo facto da riqueza ter aumentado.

Mas será justo dizer que este aumento foi equitativo? Por outras palavras, será que a riqueza (PIB) aumentou mais do que o aumento de impostos, ou terá sido o contrário?

-acho que já devem saber a resposta, mas de qualquer forma aqui vai-

Gráfico 12: PIB 1960–2016

Olhando para o PIB vemos que em 1980 atingia cerca de 8 mil milhões de Euros, e em 2016 este valor tocava nos 200 mil milhões.

Estamos a falar de um aumento, em média, apenas 25x superior.

Trocando por miúdos, a história torna-se bastante simples:

  1. O PIB aumentou 25x em 40 anos, isto é, conseguimos gerar 25x mais riqueza em 2017 do que em 1980.
  2. Os impostos sobre essa mesma riqueza aumentaram 40x nos últimos 40 anos, isto é, em 2016 o Estado apropria-se de 40x mais riqueza do que em 1980.

Em termos percentuais se em 1980 apenas 12.5% do PIB ia parar aos cofres do estado, já em 2017 este valor representa mais de 20% da riqueza produzida em Portugal.

Alguns estudos apontam para cerca de 35% do PIB.

Com esta lógica, será possível algum dia Portugal recuperar do buraco onde se encontra? Teremos nós a capacidade financeira e emocional para enfrentar a maior tempestade do século?

Pense bem, caro leitor, no que se aproxima…

A maior crise soberana que grande parte dos países, inclusive Portugal, irão enfrentar ao não conseguir pagar a sua dívida aos bancos, que por sua vez farão default devido ao crédito mal parado e maus investimentos.

Será como 2008, só que dez vezes pior!

O Princípio do fim

“Junta-te a mim, ou morre”

Gostava de terminar esta análise num tom mais positivo, mas de momento está complicado.

Sinto que a economia Portuguesa está presa a uma ideia que nos vai autodestruir, se nada fizermos. Olhemos para os exemplos que estão à nossa volta, para os bons e para os maus, e tomemos uma decisão:

  • Vamos aceitar derrota e baixar os braços à negra tempestade que se aproxima? Aquela que nos conduz para escuridão? Onde o nosso trabalho e tempo valem cada vez menos dinheiro, as nossas contribuições para a sociedade são cada vez mais pesadas e os benefícios cada vez menores?
  • Ou vamos optar por fechar os olhos, respirar fundo, e saltar para o abismo? A bom ver, que outra forma existe senão deixar o sistema morrer de modo a que possa nascer um novo?

Quando nos disserem que não há outra forma de fazer as coisas, lembrem-se sempre da mensagem de 99% das séries que papam todos os dias na netflix:

Há. Sempre. Uma. Escolha. Pode é não ser fácil, mas isso é outra história.

Assim, se optarmos por seguir o primeiro caminho, aquele que é mais fácil e sedutor, onde o dinheiro é criado e controlado por homens e mulheres em torres de marfim e onde a nossa participação é inexistente, então o império já venceu.

Não há nada que possa fazer, nem argumento que vos possa demover, caso a vossa escolha seja encolher os ombros e pensar que o problema é dos que aí vêm.

“nunca me juntarei a ti”

Se, por outro lado, optarem pelo segundo caminho, aquele cujo fim é uma incógnita, mas que promove um standard global, então talvez tenham uma agradável surpresa.

Quem sabe, após aquela viagem terrível onde não sabemos o que vai acontecer, nem sequer se iremos sobreviver, consigamos bater com os pés em terreno firme. Mais firme do que alguma vez pudéssemos imaginar.

O que quero dizer com esta analogia de fraquíssima qualidade, é que a escolha, já não é um mito.

Bitcoin: o ouro digital; o dinheiro de ninguém.

Vou concluir este artigo com algum suspense.

O meu desafio para vós, caros leitores, é que descubram qual é a vossa solução e contributo para o problema que enfrentamos.

A meu ver, essa solução chama-se Bitcoin.

Não me cabe a mim decifrar todas as dúvidas que tenham sobre a primeira moeda virtual descentralizada. Não agora, neste artigo. Cabe-me apenas passar a seguinte mensagem:

Pessoalmente, vejo a Bitcoin como a solução necessária para fugirmos a uma economia que baseia a criação de dinheiro em dívida. Será com este novo conceito de dinheiro digital e com este novo standard, que não pertence a nenhum governo em particular, nem a uma entidade específica, mas apenas e só à comunidade que o usa, que iremos conseguir encontrar um refúgio duradouro para o problema do sistema monetário actual.

Para o Mr.Bitcoines, a Bitcoin é o dinheiro de eleição e nenhuma outra moeda consegue competir com ela.

E será através da Bitcoin que iremos voltar para uma economia baseada na criação de valor através da poupança e do investimento, ao invés do que se passa hoje, onde a moeda é apenas um instrumento do estado para controlar a população.

Quando o dinheiro não pertence a ninguém, torna-se difícil de perder valor. Lembram-se do que discutimos inicialmente, sobre o ouro ser o mecanismo de eleição para troca de valor ao longo de cinco mil anos?

A Bitcoin consegue atingir o mesmo propósito, apenas de uma forma digital.

Novamente volto a frisar: não me cabe a mim explicar neste artigo as suas incríveis propriedades. Apenas quero salientar o quão absolutamente motivador é podermos, nos dias de hoje, trocar valor sem intermediários — como bancos, paypals, visas, mastercards e afins. Sem perdermos valor constantemente por querermos comercializar com alguém, que por acaso, se encontra no outro lado do mundo. Ou no outro lado do rio.

Depende das circunstâncias, recordam-se?

Uma economia global requer uma forma de pagamento global, sem a necessidade de pedirmos autorização. Perdoem o meu Francês, mas que caralho tem alguém a haver com as nossas transacções? Pedem autorização para se conectar à internet? Para enviar um email? Para ligar a um amigo ou familiar?

Então porque raio havíamos nós de pedir autorização para enviar dinheiro e guardar o nosso valor digitalmente?

O dinheiro só pertence a quem é dono dele. Period.

Conclusão

Neste epílogo, analisámos as variáveis que nos últimos anos apontam para um declínio da economia Portuguesa, que acompanha sobretudo outras economias Europeias devido à proximidade de politicas fiscais, financeiras e monetárias.

Discutimos quais os pontos de agravamento mais subfstanciais no que toca a evolução do padrão de gastos do estado e do peso dos impostos nos bolsos dos Portugueses, e vimos que, claramente, a tendência é de aumento e expansão da dívida pública, aumentando ao mesmo tempo a carga fiscal sobre os contribuintes, embora o crescimento da economia não acompanhe as enormes necessidades monetárias da administração pública.

Desta forma, consegui demonstrar aos caros leitores que o papel do estado na economia tem sido bastante mais interventivo do que talvez fosse suposto, não podendo concluir se com maior ou menor impacto do que durante o período pré-revolução, durante o Estado Novo, visto que não encontrei dados de fácil acesso na internet.

Contudo, se olharmos para a grande parte das estatísticas disponibilizadas durante o artigo, percebemos que a mão-invisível se tem tornado cada vez mais visível, o que a meu ver raramente é um bom sinal em qualquer economia “livre”.

Para concluir, devo sublinhar que probabilisticamente é muito difícil sabermos qual o momento exacto de viragem de uma economia ou de um mercado. No fundo, devemos estar sempre preparados para circunstâncias adversas, o que implica pensar sempre em formas de gerirmos o nosso risco. Por mais curta que seja a nossa alocação de capital a outros mercados, devemos ter sempre isso em consideração.

“…do que dois a voar”

Nunca nos devemos esquecer que o clima se altera com muita facilidade; o que hoje é certo, amanhã já não o é.

Em grande verdade, a lição é bastante simples. Como sempre se disse no nosso Portugal, na nossa maravilhosa gíria, mais vale um pássaro na mão…

Vão mesmo arriscar não ter nenhuma salvaguarda caso o sistema financeiro falhe?

A história tem uma tendência, não a repetir-se, mas a rimar.

Todos os indicadores apontam num sentido, sentido esse que é bastante mais assustador do que 2008.

Consigo ver ao longe, lá bem fundo no horizonte, estatísticas que me recordam o meu primeiro ano lectivo na faculdade, durante 2007–2008.

Espero estar errado e que o sistema possa recuperar através de políticas deflacionárias, embora não me pareça ser possível neste momento.

Quem sabe, com o aumento do número de utilizadores de criptomoedas e com a pressão que estes agentes fazem em prol de sistemas mais transparentes, os bancos e outras instituições financeiras voltem a recuperar os seus valores mais antigos, de realmente proteger os bens dos seus depositantes e de gerir, com eficiência e bom senso, a massa monetária em circulação.

Deficiente pecunia, deficit omne: quando o dinheiro falta, falta tudo.

Conto com questões vossas e espero ter bastante feedback. Sem medos nem receios, contra os canhões marchar, marchar.

Mr. Bitcoines, #outty 🖕

Até a um próximo capítulo, ma friend.

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Todos os meus artigos diários são publicados na língua Inglesa, no portal CoinRivet. Podem também segui-los no MuckRack.

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Sobre o Autor

Mr.Bitcoines Apresenta

Mr.Bitcoines detém uma licenciatura em economia, tirada a ferros durante seis anos, no ISCTE e actualmente é analista para o portal Coin Rivet, está envolvido na capacidade de Assistente de Investigação na universidade de Huddersfield, bem como, é sócio-fundador e CEO da startup Bityond.

Profissionalmente, o autor foi sempre um trabalhador medianamente assíduo e interessado, embora os seus níveis de energia compensassem toda a sua falta de concentração e fraquíssima capacidade organizacional. A sua especialidade em tempos foram ERPs (softwares de gestão, para os mais ignorantes), tanto em termos técnicos como funcionais, contudo, nos últimos anos, o focus do autor tem sido exclusivamente blockchain e criptomoedas. À data do lançamento de “Mr.Bitcoines Apresenta: Bitcoin, Criptomoedas e outros Dinheiros Digitais”, o autor tem mais de 300 artigos publicados ao longo de dois anos, em plataformas como CCN, Yahoo Finance, Altcoin Magazine ou Coin Rivet, bem como, dois papers científicos submetidos para peer-review em jornais académicos, tudo sobre criptomoeda.

(Uh, la la).

A suas incontáveis experiências fora da Tugolândia, dotam o autor de características bizarras e de formas pouco habituais de estar na vida — que se baseiam na responsabilidade social, transparência e meritocracia. Incrivelmente, a sua vivência em outros mundos e culturas ajudaram-no a compreender a importância das nossas limitações enquanto cidadãos do planeta, especialmente no que toca aos nossos direitos fundamentais como indivíduos.

Para o autor, qualquer ser humano deve ter o direito básico de transacionar livremente sem a necessidade de expor a sua vida financeira a terceiros. Isto é, Mr.Bitcoines acredita que a humanidade precisa de uma moeda digital que nos permita enviar e guardar dinheiro fora do sistema tradicional, tal como enviamos e-mails, fotos, vídeos ou qualquer outro pacote de dados.

Para mais, devido às exigências crescentes no sector da regulamentação, torna-se óbvio, para o autor, a necessidade da existência de um activo exclusivamente digital, de fácil acesso e transporte, completamente descentralizado de poderes centrais, que sirva como mecanismo para guardar valor, em caso de falha de sistemas fiduciários.

Para Mr. Bitcoines, a Bitcoin não é um investimento. É uma garantia de imutabilidade e de transparência da história de todas as transações que já foram feitas.

Contacto: mrbitcoinesapresenta@gmail.com

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Mr.Bitcoins Apresenta: Bitcoin, Criptomoedas & Dinheiros Digitais, Edição Julho 2019

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Pedro Febrero (@febrocas)
Mr. Bitcoines Apresenta

Head of Blockchain @RealFevr. Researcher @QuantumEconomics. Hobbies include swimming and sith lording. Twitter @Febrocas