Você trabalha com produtos digitais e já teve dificuldades em comunicar como sua equipe está solucionando os problemas dos seus clientes? Foi questionado sobre prazo de entrega, e não tinha nenhuma referência para informar? Já se sentiu como em uma nau sem rumo, navegando sem saber qual a direção correta a seguir?
Se você respondeu SIM para algum destes questionamentos, o roadmap de produtos pode ser uma excelente alternativa!
Na prática, você sabe o que é um roadmap de produtos?
Roadmap de produtos é uma representação visual que detalha a visão estratégica de um produto digital ao longo do tempo. Ele ajuda a comunicar como o produto evoluirá, geralmente a partir de hipóteses que serão desenvolvidas, atreladas a uma expectativa de quando elas estarão disponíveis para utilização. O objetivo principal de um roadmap é promover o alinhamento entre equipe de desenvolvimento, sponsors, stakeholders e quaisquer partes interessadas em torno de objetivos comuns e priorizações assertivas.
De maneira genérica, um roadmap geralmente contém os seguintes componentes:
1. Visão Estratégica:
O roadmap deve refletir a visão de longo prazo para o produto. Isso inclui metas, valores e princípios que orientam o desenvolvimento.
Na MRV, da mesma maneira que a construção de um empreendimento não é iniciada antes que o projeto arquitetônico seja concebido, previamente a construção do roadmap, definimos os pilares estratégicos para o ciclo, a missão e OKRs. Estes artefatos determinam a direção que devemos seguir.
2. Marcos e Fases (milestones):
Um roadmap geralmente é dividido em fases ou marcos (milestones) que representam diferentes estágios de desenvolvimento e entregas de valor. Cada fase pode incluir um conjunto de funcionalidades ou objetivos a serem alcançados.
É importante ressaltar que o sucesso de um roadmap de produtos não é determinado pela quantidade de funcionalidades que ele contém, mas sim pela capacidade de entregar valor aos clientes e atingimento dos objetivos de negócios. Sendo assim, a cada entrega de valor, não podemos esquecer de colher feedbacks e medir indicadores, para eventualmente, retroalimentar nosso roadmap com novas hipóteses.
3. Cronograma Aproximado:
Embora não seja um cronograma rígido (salvo exceções como regulamentações com data fixa), um roadmap fornece uma estimativa aproximada de quando as diferentes fases ou marcos serão alcançados.
Na MRV, nós adotamos os planejamentos trimestrais, pois nos dá certa previsibilidade de curto/médio prazo, e poder de reação caso haja mudanças. Uma dica valiosa, principalmente em contextos de negócio com constantes mudanças, é não cair na tentação de planejar roadmaps anuais. Um roadmap é um artefato vivo, não um contrato. Ele deve ser adaptável para responder a mudanças no mercado e nas necessidades dos clientes, e quanto mais longo o roadmap, mais ansiedade e frustração podem ser geradas, da equipe de desenvolvimento ao stakeholder.
Outro ponto é que, em esteiras de desenvolvimento complexas com muitas dependências entre times, é bastante importante sincronizar as dependências para que as estimativas sejam factíveis e não haja bloqueios que estendam demasiadamente o cronograma aproximado acordado.
4. Priorização:
As hipóteses e metas são priorizadas de acordo com seu valor percebido para o cliente e para o negócio (geralmente mapeadas na fase de upstream, mas isso é papo para um próximo artigo! rs).
A priorização das hipóteses a serem desenvolvidas precisa estar diretamente conectada a visão estratégica, e se possível, atuando primeiro nas hipóteses classificadas com maior impacto para o cliente/negócio e de menor esforço, para entrega de valor e para colher feedbacks mais rapidamente.
Conclusão:
Parafraseando Melissa Perri em “Escaping the Build Trap: How Effective Product Management Creates Real Value” para reforçar de maneira simples o propósito de um roadmap:
“Um roadmap eficaz não é uma lista de desejos de recursos, mas sim um guia estratégico que ajuda a equipe a tomar decisões e priorizar o que realmente importa para os clientes e para o negócio”.
O roadmap de produto é um poderoso artefato para comunicação e alinhamento geral. Não fique preso a ferramentas e automações mirabolantes para ter seu roadmap.
Caso ainda não o tenha, comece simples, pode ser em um Power Point, Excel, MIRO, ProductPlan, ProductBoard. A parte mais importante não é a beleza visual, e sim a efetividade da comunicação!
