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O que não te contaram sobre criatividade: dicas para transformar seu dia a dia no trabalho

Se eu te perguntasse o que é ser criativo, qual a primeira coisa que vem a sua mente?

Por acaso você pensaria em um talento natural, quase que como um “dom”? Um espaço bem colorido e com várias atividades estimulantes, bem no estilo “boêmio”? Algo extremamente novo e disruptivo? Ou mesmo aquela habilidade de uma pessoa de determinada área e que acontece de repente e enche os olhos de quem vê? Afinal, por que ninguém pensou nisso antes, né?!

Da mesma forma que acreditamos que “inovar é complexo, caro, exige altos investimentos e uma visão high tech, polida e exclusivista” (clique para ler o texto da Isabela Soares sobre o assunto), ser CRIATIVO NÃO É UM DOM. Não é ser genial ou depender de recursos em sua volta. Muito menos ser restrito a alguma área ou uma “virada de chave”.

O Fórum Econômico Mundial reportou em sua pesquisa mais recente que o pensamento criativo era uma das prioridades para a maioria das empresas no que se relaciona ao futuro do emprego (quase 60% delas o consideram uma habilidade central para sua força de trabalho). Tal característica ficou atrás apenas do pensamento analítico (com quase 70% de votos).

Ambas as características refletem a crescente demanda de um mercado em constante mudança: a capacidade de resolução de problemas complexos.

Ou seja, a criatividade exerce um papel fundamental em nossa capacidade de sair do tradicional, de nos adaptarmos às mudanças e gerar/transformar algo por meio de um esforço colaborativo em determinado processo. Isso, é claro, partindo de um ponto em comum.

Ok! Algumas informações interessantes, mas você deve estar se perguntando: “Afinal, o que é criatividade e como exercê-la no meu trabalho?”

Contextualizados, agora deixa eu compartilhar alguns pontos sobre isso com você:

1. Criatividade é um processo — e tal como qualquer outro, pode ser desempenhado por qualquer um, basta buscarmos o esforço necessário para isso.
2. Surge de uma necessidade — somos criativos quando temos um problema a resolver. Enxergamos a necessidade e começamos a buscar e moldar caminhos para poder saná-la.
3. Vem da curiosidade — já parou para pensar que todas as descobertas e inovações partiram da curiosidade de alguém (ou algum grupo) que buscava resolver um desafio? Por exemplo: para criar a internet pessoas tiveram que se perguntar se seria possível conectar computadores e criar um modelo de troca e compartilhamento de informações que permitisse a sua descentralização. Esse interesse pelo desconhecido, exploração do mundo e busca por respostas faz-se muito necessário para a criatividade.
4. É o resultado de um esforço colaborativo — podemos ser criativos sozinhos, mas quando temos trocas de conhecimento, referências e pensamentos ganhamos uma bagagem muito maior. Steven Johnson trás em um de seus livros que as boas ideias surgem da colisão de dois palpites menores. Ou seja, as vezes para sermos criativos e gerar uma nova ideia, precisamos de partes menores que não estão conosco. Podendo ser encontrada com algum colega de equipe (ou de outra área), que tem uma visão diferente mas complementar.

Para fecharmos e tornar isso ainda mais prático, aqui vão algumas dicas que venho desenvolvendo já há alguns anos e que também podem contribuir para transformar o seu ambiente de trabalho:

• Seja curioso: como mencionado, a curiosidade é essencial para aguçar nossa criatividade e contribui para o nosso desenvolvimento pessoal e aprendizado.
• Tenha referências: busque conhecimento sobre diversos assuntos e percepções. As vezes algumas soluções e ideias criativas está onde menos esperamos.
• Saiba o que está resolvendo: se concentre em um desafio e busque resolver uma coisa de cada vez. Uma frase famosa no mundo da inovação é: “Apaixone-se pelo problema e não pela solução!”
• Expanda e filtre seus pensamentos: anote tudo que sabe sobre o assunto e depois vá priorizando as informações mais relevantes. Precisamos ter uma visão do todo antes de qualquer avanço. Faça isso constantemente.
• Colabore com outras pessoas: ter outras percepções de colegas de trabalho, seja do mesmo setor ou de outros diferentes, pode contribuir para gerar novas perspectivas que vão ajudar no processo de criação.
• Saia de trás das telas: muitas vezes para que a criatividade surja precisamos voltar ao modo off-line. Pegue um papel, post-it, caneta… E deixe a criatividade fluir sem interferências.
• Comece agora e teste: não espere se sentir criativo ou ter algum gatilho para começar. Comece mesmo que ainda não tenha muita certeza, teste e vá fazendo ajustes ao longo do caminho. O erro no processo de aprendizagem é crucial para o nosso desenvolvimento, então não tenha medo.
• Crie um ambiente propício: Converse com as pessoas ao seu redor, do seu convívio de trabalho, para criar um ambiente criativo com as dicas acima.

Para fechar, deixo a sugestão do livro de Austin Kleon, “Roube como um artista”. Essas e algumas outras dicas podem ser encontradas por lá caso queira se aprofundar mais.

Até a próxima!