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Relato de um mineiro de 1ª viagem no #WebSummitRio2024

Maurício Segundo
MRV&CO Tech
Published in
8 min readMay 7, 2024

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Abrindo a temporada de participação em eventos no ano, tive a oportunidade de ir ao Web Summit no Rio de Janeiro, considerado o maior evento de tecnologia no mundo, e venho compartilhar um pouco (ou nem tão pouco) como foi a minha experiência.

Sessão de abertura do Web Summit Rio 2024

Para começar, alguns macro dados

● São 4 dias de evento* (na sequência vocês entenderão o asterisco! rs)

● + 30 mil pessoas

● + de uma centena de nacionalidades representadas

● + de 1000 empresas dentre patrocinadores, expositores e startups

● E um número infindável de palestras em diferentes formatos

Pontos gerais (muitos relevantes, outros aleatórios)

Parece bobo, mas importante. O primeiro dia é apenas um BIG happy hour, e isso não ficou explícito quando comprei o ingresso. Eu particularmente achei bem legal, mas caso você não faça questão de participar, você pode se organizar para ir a partir do dia 2.

O credenciamento pôde ser feito no Aeroporto, o que foi uma mão na roda. Caso contrário, terá que fazer no happy hour de abertura ou no local (Riocentro).

Há muitas filas, principalmente no credenciamento e no acesso do 1° dia, nas sessões Roundtables e masterclasses (devido as salas serem menores) e, obviamente, para pegar algo para comer. Nada que não seja aceitável pra dimensão do evento.

O app do evento funciona muito bem, é bastante intuitivo e auxilia muito no dia a dia do evento.

Um ponto de atenção é que, ao configurá-lo, é perguntado sobre seus temas de interesse, salvo engano, limitado a 10 temas. Estes interesses direcionam e restringem o conteúdo que aparece no app.

Acesso e revista do Web Summit Rio no RioCentro

O Riocentro fica longe de tudo. Peguei hotel para ficar próximo do evento, e tudo que era sugerido para fazer após o evento era muito longe. Pegar transporte como Uber ou táxi para ir embora demora e é demasiadamente caro.

Dica: tente andar em grupos para minimizar os custos citados. Por sorte, fiz amizade sincera com o gaúcho Diego da Fuerza Studio que estava no mesmo hotel. Além de salvar os custos de deslocamentos, foi uma excelente companhia, gente finíssima.

A maioria dos stands oferecem brindes. Pra quem curte, dá pra voltar com a mala cheia! rs

Inclusive, havia muita coisa interativa nos stands. Alguns exemplos: simulador de F1, máquina pega pelúcia, jogos em realidade aumentada, puzzles dentre outros.

Além dos brindes, seus dados valem um cafézin ou bebidas diversas. Muitos locais ofereciam café, cerveja ou drinks em troca da conexão da empresa deles com você. Bebidas alcoólicas só no fim do dia, ok?

Falando em bebida, todos os dias ocorria um happy hour no local no modelo food trucks, e um outro oficial chamado Night Summit. É um momento muito bom pra descompressão da mente de tanto consumo de informações, podendo descontrair e fazer novas conexões.

Camisa que ganhei ao bater o tempo no simulador da BRB e Happy hour Night Summit no Rio Scenarium

Celebridades & pessoas públicas

Este evento movimenta uma série de celebridades e pessoas públicas que, em sua maioria, foram palestrantes. Mencionando algumas:

  • Bianca Andrade (influencer e criadora da marca Boca Rosa);
  • Maria Paula, investidora e ex-integrante do Casseta & Planeta;
  • O eterno cantor Gilberto Gil;
  • Produtor KondZilla;
  • Skatista Bob Burnquist (a pessoa da foto abaixo \o/).

Não tive a oportunidade de vê-los, mas sei que também estavam lá: o ex-jogador Gilberto Silva, o influencer Lucas Neto, o apresentador Otaviano Costa e vários outros.

De um lado um lendário atleta, do outro, Bob Burnquist rs

Palestras & afins

Eu estava bem focado em assistir palestras, e participei em torno de 20 sessões.

Devido a distância entre os pavilhões, algumas não consegui entrar ou chegar a tempo, pegando só uma parte.

O assunto, como era esperado, majoritariamente abordava Inteligência Artificial (IA). O legal é que foi possível ouvir sobre o tema com diferentes óticas e aspectos, não necessariamente restrito a visão de TI. O que paira sobre o tema são as incertezas…

Muitas palestras foram em inglês (algumas com palestrante brasileiro falando em inglês e havia tradução simultânea no App pra quem precisasse). Para mim foi um excelente momento para “treinar” meu Listening.

A maioria das sessões tinham duração de 20 minutos, o que naturalmente permitia ser explanado insights e provocações para instigar os participantes a aprofundarem sobre os temas após o evento.

Já as masterclasses tinham duração de 45 minutos e aí sim era possível explorar os temas com mais detalhes, alguns até abriam um Q&A com os participantes ao final.

Haviam sessões exclusivas para pitchs de Startups, que foram bem interessantes. Também haviam sessões exclusivas nos stands de alguns patrocinadores, tais como Banco do Brasil, Magalu e Itaú. Inclusive, o BB tinha uma área exclusiva para mulheres.

Por fim, haviam as sessões Roundtables que tinham grupos menores e permitiam maior proximidade ao palestrante. Estas eram bastante concorridas e, apesar de serem espaços abertos, os participantes recebem um microfone, não era possível ouvir do lado de fora.

Se você chegou até aqui sem esperar o artigo virar um filme, vou mencionar algumas palestras com seus respectivos palestrantes que gostei demais de ter ouvido, numa versão comentada e sumarizada:

Philosopher and the chatbot com Filósofo Mário Sérgio Cortella: Além de ter sido nostálgico para mim que já li alguns livros dele, Cortella disse uma frase que me deixou bastante reflexivo: “IA deve ser automática e não autônoma. Ela deve obedecer e não tomar a decisão por nós!

Executive perspective on GenAI com Fábio Costa da Salesforce: Foram apresentados alguns cases, com uma afirmação incontestável: “Não há aplicação de GenAI sem dados estruturados”.

How AI can drive efficiency com Bruno Guicardi da CI&T: Foi discutida a necessidade de adaptação da sociedade com a nova realidade com IA, e que “Temos que tornar nossos clientes bons usuários da IA”.

How to speak the creator language com Kondzilla: ele comentou sobre ter crescido muito, e sentir que agora seu processo parece estar engessado, planejando muito e entregando pouco. Usou a analogia do Titanic e Jetski sobre a dificuldade para se mover, e provocou o seu próprio time em voltar a experimentar mais, ter mais alegria no que faz, disposto a assumir riscos como antigamente quando era menor. Gostei pois reflete alguns cenários que acontecem na empresa que trabalho.

Dreaming a new communication strategy com Luiz Teles da A-LAB: gostei da “dica” feita na sessão: “Tenha pluralidade de skills. Temos como obrigação ter as habilidades de tecnologia e criação. Não fique restrito a um tipo de conhecimento”.

Whopper success com Ariel Grunkraut da Zamp: apresentou o case bem legal da Burger King. Eles estão utilizando IA e Machine learning para entender o perfil do cliente e sugerir hambúrguer a ele. A assertividade está em 70% nas vendas digitais, que hoje correspondem 50% das vendas totais da rede.

Pocket banker: AI bank revolution com Vitor Oliver da Nubank: muito interessante a abordagem sobre a democratização da IA na empresa com “Co-pilot everywhere”, e a menção da mudança de estratégia: “Mudamos de uma plataforma ‘mobile First’ para ‘AI First’”.

Digital First: the new Brazilian economy com Rodrigo Marques da Claro, Luiza Trajano da Magalu e Mate Pencz da Loft. Uma discussão muito leve, onde foi enfatizado: “Personalização e customização para cada cliente é um ganho que a IA tem proporcionado” e também sobre os perigos da má utilização da IA.

HARNESSING AI for a brighter future com Fábio Coelho da Google: foi uma das melhores palestras que assisti. Abordou vários temas como regulação da IA, impacto da IA na educação, e investimentos atuais da Google em IA. Mencionou sobre cultura de dados para: aumentar receita, proporcionar mais eficiência e encontrar novas formas para resolver problemas.

How to empower diversity and equality for global impact com Luiza Trajano da Magalu: fiquei muito impressionado com a autenticidade e lucidez da Luiza. É lindo demais ver o quanto ela é empreendedora e tem orgulho de ser brasileira. Motivou a todos dizendo “Não perca sua essência independente para onde vc for…”. E ao comentar sobre o 1º programa de trainee afirmativo para negros do Brasil feito pela Magalu, ela disse: “Diversidade precisa ser vista como investimento”.

Na mesma sessão, Laura Salles da Plurie reafirmou: “Não existe inovação sem empatia e sem olhar para diversidade”

AI IN ACTION: the evolution of product development com Marcelo Eduardo da Work & Co : foi uma das mais provocadoras. Marcelo apresentou algumas IAs testadas pela sua empresa que deveriam resolver problemas como criação de imagens, gerador de sites e código fonte, que na prática é sempre o ChatGPT encapsulado, e que não resolvem efetivamente os problemas que se propõem.

Fez uma provocação bem interessante com a frase “IAs são máquinas de gerar sonhos”, que no fim não conseguem efetivamente resolver o problema dos usuários.

Assisti outras palestras mas estas foram as mais enriquecedoras!

Registros de algumas sessões

Considerações finais — Será que vale a pena?

● Na maioria das sessões, temos pílulas dos assuntos abordados, provocações e insights, mas sem profundidade (tome notas e corra atrás posteriormente).

● Fique próximo do Riocentro para otimizar tanto tempo quanto custo de deslocamento, e tente andar em grupos para dividir a razão.

● Vá de coração aberto para fazer conexões, mesmo que aleatórias.

● Vale a pena ir aos stands para trocar ideia, beber um café e por que não, ganhar brindes.

● Atenção aos temas que vai escolher ao configurar o app, pois ele restringe os conteúdos que lhe serão oferecidos durante o evento.

● Estude e selecione previamente no App quais sessões tem interesse para otimizar seu tempo.

● Escolha algumas sessões fora da sua área de atuação para abrir a mente para outros aspectos.

● Não fique bitolado em ter que assistir tudo que tem disponível. Algumas caminhadas pelos pavilhões podem ser tão proveitosas quanto.

● Leve sua garrafinha de água e vá com calçado confortável, pois o espaço é bem grande e anda-se bastante entre os pavilhões.

● Se gostar, vá aos happy hours. São momentos muito leves e descontraídos para descompressão e interação com outras pessoas.

● Por tudo isso, digo que é uma experiência única e que vale muito a pena, principalmente para quem quer fazer novas conexões e estar por dentro dos trending topics da tecnologia.

Até o próximo evento!

WebSummitRio2024 #EuFui

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