A primeira e mais difícil decisão: mudar

Patricia Balderrama
Mudamento
Published in
3 min readMay 29, 2018
Porto e seu lindo Rio D'Ouro

Tudo começa com uma vontade enorme de dar uma vida com mais qualidade e segurança para nossos filhos, uma busca onde valores e respeito pelo próximo predominam no cotidiano e na rotina das pessoas de forma natural. Existem problemas fora do país, existe desrespeito, falta de valores? Aaaaah, não tenha dúvida que existe. Mas a equação é bem mais equilibrada — começa não somente no "bom dia" do seu vizinho mas no que vem após isso: a tranquilidade de acordar sem estar atrás de grades e blindagens, usar um transporte público que te leve ao outro ponto da cidade com segurança e qualidade, não marcar no relógio a volta de um compromisso só porque o sol está se pondo, comprar um sorvete sabendo que o imposto do produto volta para o bem-estar da população.

No começo era só a vontade, aguçada a cada viagem que fazíamos para a Europa e nos deparávamos com grupos de crianças visitando museus pelo meio da rua, casais fazendo piquenique em parques com suas bicicletas deitadas na grama e idosos caminhando e passeando tranquilamente por onde quisessem ir e estar.

Então, Lucas aos 44 anos e eu aos 43 começamos a fazer contas do quanto custava a vida aqui em São Paulo para proporcionar um pouco desta "vida desejada" até a nossa velhice. O nosso plano era continuar fornecendo uma das melhores escolas do país, morar em um bairro com estrutura, permitir os passeios de lazer, ter carro para poder transitar com qualidade (mas segurança bem questionável) e chegar na nossa velhice com saúde. Muita coisa? Não…acho que quando se tem um sonho ele precisa ser ousado, e pensando nos nossos filhos, ele precisa ser o melhor possível. Os dois sempre empregados em empresas sustentáveis, bons salários, casa quitada, mas…um filho de 13 anos e uma filha de 5…opa! Tínhamos que manter uma receita que sustentasse isso por pelo menos 15 anos…a saída era mudar de país para cumprir o nosso objetivo de vida.

O país: Portugal. Eu poderia discorrer várias linhas por que Portugal, mas em resumo, de forma bem simples: atende aos nossos objetivos de vida (mencionados acima), a dificuldade com a língua é bem menor- o que ajuda muito na adaptação das crianças, possui equivalência curricular tanto escolar, quanto profissional, não possui dupla tributação em função de acordo entre os países, as pessoas são extremamente agradáveis e receptivas e o país está em uma curva de crescimento admirável e inspiradora. Em próximos textos vou detalhar mais um pouco sobre cada item mencionado, até porque acho importante que o nosso tempo de vivência lá consolide e solidifique nossas primeiras impressões coletadas em visitas, leituras de blogs e pesquisas de internet.

Nossa Família

Depois desta decisão o resto é bem mais simples. Basta planejamento, foco e organização. Além de um preparo diário ao equilíbrio emocional sabendo que estamos deixando nossos pais, família, grandes amigos e toda a nossa história aqui no Brasil.

Os detalhes deste planejamento, prazo, pesquisas e experiências estarão detalhados nos próximos posts. Acompanhe se tiver curiosidade, nos escreva se quiser tirar dúvidas ou ter dicas e compartilhe se achar que pode ajudar alguém na mesma situação.

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