A volta às aulas e a segunda onda de COVID em Portugal

Patricia Balderrama
Mudamento
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3 min readOct 12, 2020

Após 6 meses sem ir à escola, o início do ano letivo escolar e as aulas presenciais retornaram no dia 17 de setembro com várias regras e cuidados. Entre elas, o uso obrigatório de máscara para crianças a partir do segundo ciclo básico (quinto ano); horários diferenciados e intercalados entre as turmas para entradas, intervalos e saída; portões diferenciados para entradas e saídas de modo a não haver encontro entre as turmas intercaladas; uso de álcool gel constante; o material escolar obrigatoriamente precisa estar com o aluno não podendo ser armazenado na escola e o almoço na escola somente será servido com reserva prévia no dia anterior. As crianças do primeiro ciclo (primeiro ao quarto ano) ficam em prédios separados, mas não são obrigadas a ficarem coma máscara o tempo todo, apenas os adultos e profissionais da escola.

As atividades extras, geralmente praticadas em grupo como yoga, oficina de argila e música foram substituídas por aulas de apoio, com retorno de alguns conteúdos do ano anterior para reforço. No esporte os treinos também evitam jogos e campeonatos diretos e passam a ser mais distantes.

A orientação é que se um caso de contágio for identificado, a turma do aluno obrigatoriamente passa a ficar em quarentena, com aulas à distância, mas a escola não fecha. O caso é comunicado à DGS (Direção Geral de Saúde) através da diretoria da escola, e somente a DGS tem autonomia para decisão do fechamento da escola.

Passado quase um mês de aula já existem 7 turmas da escola do meu filho mais velho em quarentena. Nas escolas próximas da região, várias turmas também já foram colocadas em quarentena. À medida que ocorrem os casos suspeitos, os alunos ficam em casa até que o teste de COVID seja feito e as suspeitas descartadas. Não sabemos ainda como será a evolução disso, dado que acabamos de iniciar o outono e o frio de verdade ainda nem chegou. Mas uma coisa é certa, a situação econômica do país está cada vez mais complicada, parar o país mais uma vez trará consequências difíceis. Nestes tempos de COVID, vários exames foram adiados ou cancelados, muitas farmácias deixaram de realizar testes de taxas de glicose, medição de pressão, aplicação de vacinas e as consultas médicas pelos centros de saúde são realizadas geralmente por telefone ou por e-mail. Atualmente são 31 mil casos ativos de COVID, concentrados nos grandes centros urbanos de Portugal para uma população aproximada de 10 milhões de habitantes.

Desde 15 de setembro o país está em estado de contingência, com regras de vigilância sanitária reforçadas e horários para bares e restaurantes restritos, assim como eventos em grupo. Mas o que se nota é que a atuação para decretar confinamento será isolada e focada, não percebemos neste momento uma tendência para fechamento do comércio como ocorrido em março deste ano, apesar da pressão diária da mídia.

Daqui para frente será viver um dia após o outro, com os devidos cuidados, mas estar preparado para qualquer situação. A volta das aulas presenciais foi importante, as crianças estavam eufóricas para rever os amigos e estar no ambiente escolar. Mas já percebemos também que algumas crianças voltaram mais agressivas e ansiosas pelo contexto dos últimos seis meses e provavelmente pelo reflexo do que vivenciaram em suas casas.

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