Como foi o início das aulas e a adaptação das crianças

Patricia Balderrama
Mudamento
Published in
3 min readOct 17, 2018

A s aulas do nosso filho mais velho, Arthur, começaram no dia 17 de setembro. Começou após uma reunião que ocorreu com o diretor de turma no dia 14/setembro/2018, na qual só participaram os alunos e este diretor responsável pela turma. Na rápida reunião (durou cerca de duas horas), o diretor se apresentava, falava sobre as regras, datas importantes, cronograma dos períodos e tudo o que os alunos precisavam saber naquele momento e durante o ano. Esse primeiro contato foi fundamental para que nosso filho conhecesse seus novos amigos e "quebrasse o gelo".

Estávamos todos nervosos, na verdade. Ele seria acolhido? Bem recebido? Faria amigos rapidamente? E nosso coração se acalmou quando vimos ele sair da reunião cheio de novos amigos ao lado, ajudando-o a carregar o cartão de créditos (vale-alimentação) e dando várias dicas. Parecia que ele já fazia parte da escola. Nesse momento a nossa maior preocupação desde que tomamos a decisão da mudança caiu por terra. E foi assim dia após dia. Sempre com uma novidade; ele feliz, leve e com novos amigos. Já ouvimos histórias de rejeição, isolamento… mas com ele nada disso aconteceu! Tínhamos nos preparado para o pior, e o tínhamos preparado também.

A grande maioria dos colegas de sala eram alunos que já pertenciam à escola e estavam juntos em anos anteriores. Novo, apenas o Arthur. Estrangeiros apenas ele, outra brasileira que havia entrado em março na escola (ainda no ano letivo anterior) e uma japonesa que já estava nos anos anteriores. Após um mês, só tivemos boas notícias da parte dele e da parte do diretor de turma.

No caso da nossa filha menor, Beatriz, as aulas começaram apenas na primeira semana de outubro. Como ela ainda tem cinco anos o estudo não é obrigatório e a pré-escola depende das vagas existentes. O fato de termos chegado em julho em Portugal, quando as matrículas já haviam encerrado (para a pré-escola e primeiro ciclo), tivemos que aguardar até que a realocação de vagas fosse feita — arranjo de crianças aprovadas x crianças matriculadas efetivamente x crianças que realmente vão frequentar as aulas. Isso vale também para as escolas privadas. Conversei também com duas escolas privadas próximas e estavam com vagas encerradas, dado o limite de alunos por sala.

Semanalmente falávamos com a escola (apesar de prédios distintos, era o mesmo agrupamento de escolas que o irmão) e após 20 dias ela finalmente foi à escola. O fato do irmão já estar matriculado no agrupamento e ela ter 5 anos (com 6 já inicia o primeiro ciclo de alfabetização) ela teve prioridade e tudo correu bem.

A adaptação da Beatriz foi muito tranquila. Foi muito bem recebida e as professoras muito gentis e acolhedoras. Ela entra na escola às 9:00h da manhã e sai às 17:30h, podendo ter horários estendidos antes e após o período, mediante pagamento. No caso dela o único ponto de adaptação tem sido o almoço. É costume aqui em Portugal um prato de sopa antes de qualquer refeição e esse tem sido o desafio até então.

Ela é a única brasileira na turma e isso torna-se interessante. Em menos de 1 mês de aula ela já fala dialetos e canta com sotaque. Mas sabe distinguir perfeitamente o português de Portugal e o português do Brasil.

Já participamos de reuniões e festas nas escolas em tão pouco tempo e estamos muito satisfeitos com os resultados até agora.

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