Nossa experiência na urgência pediátrica de um hospital público

Lucas Patury
Mudamento
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3 min readJan 19, 2019

Fomos parar duas vezes na urgência pediátrica do Hospital São João aqui no Porto em função de uma virose da Beatriz. Nas duas vezes, o tempo de espera para sermos atendidos foi abaixo de 15 minutos. Primeiramente, passa-se por uma triagem onde ocorrem os primeiros exames e avaliação clínica para direcionar para as filas de espera, de acordo com a gravidade do atendimento.

Importante destacar que são permitidos apenas o paciente e UM acompanhante. Na primeira vez, fomos os três (Pai, mãe e filha, como de praxe no Brasil), mas o Lucas ficou do lado de fora…

Em um segundo momento, o atendimento é feito por um médico que faz uma consulta bem completa. Os médicos foram bem cautelosos em administrar remédios, deixam realmente como última alternativa. O que é positivo com isso é que realmente administrar remédios demais nunca fizeram bem para ninguém. Por outro lado a melhora demora um pouco mais e o sofrimento também. Nas farmácias alguns medicamentos para gripe, tosse, febre são vendidos e podem ser comprados com tranquilidade. O que achei estranho é que apesar da tosse os médicos só recomendaram beber muita água, não recomendaram inalação, mas ainda assim mantive a minha tradição do Brasil, comprei um inalador e fiz a inalação com soro fisiológico, além de dar muita água. A tosse melhora consideravelmente com a inalação, e de madrugada ninguém quer ficar tomando água, água, água… então não poupei esforços com isso e fiz inalações durante algumas noites.

Apesar da experiência positiva de um modo geral, nem tudo são flores. Por ser muito organizado, como falamos, somente é permitida a entrada de um acompanhante por criança e na sala de espera os pacientes ficam todos juntos: é comum ver crianças esperando o atendimento junto com outras fazendo inalação ou em macas tomando soro.

Porém os tempos de espera são respeitados e os retornos são pontuais. Ficamos em torno de duas horas no hospital em função do tratamento da Beatriz, pois ela precisou tomar uma medicação e aguardar um tempo para avaliar o efeito. Depois precisou tomar um chá bem lentamente (1 colher a cada 5 minutos). Todas às vezes que a enfermeira marcava o tempo, no horário exato ela voltava para uma avaliação. Gostei bastante da atenção dada, no Brasil, todas as vezes que o diagnóstico era virose davam uma medicação e nos direcionavam rapidamente para casa sem esperar muitas vezes a reação ao remédio. Não sou da área médica, não sei avaliar tecnicamente o que é melhor, mas como cliente me senti segura da forma que foi o atendimento aqui em Portugal.

Ouvimos de amigos que procuraram a urgência adulta também em hospitais da região e o conceito repete-se. Estamos acostumados a tomar mais remédios no Brasil. Como dissemos — e isto também foi notado pelos nossos amigos, eles relutam bastante em ministrar remédios. Como a gripe é uma virose passageira, eles não dão injeções ou medicamentos para melhora momentânea e isso pode ser encarado como uma "piora" em relação ao Brasil.

Essa foi a nossa experiência…reforço que já ouvimos muitos casos de reclamações aqui. Mas no nosso caso não houve nada que desabonasse a ponto de corrermos para um hospital privado de imediato.

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