Fotolog, Orkut, MSN e a Saudade

Nostalgia virtual

Mayara Santos
MUI Content
5 min readOct 22, 2018

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Para quem nasceu depois dos anos 2000, dificilmente vai lembrar do que foi a evolução da tecnologia e das redes sociais antes do Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp.

A construção das redes sociais atuais é tão sólida, que poucas vezes lembramos dos sites que fizeram parte do nosso dia a dia até poucos anos atrás!

Ok, nem tão poucos assim. Os fatos que irei relatar aqui estão intimamente ligados ao período tecnológico entre 2007 e 2009.

Mesmo assim, é possível lembrar das doces dificuldades que algumas limitações nos traziam enquanto usuários fieis do Orkut por exemplo. E quem viveu intensamente este período, sabe bem do que estou falando.

DORES DA ACESSIBILIDADE

foto por Genaro Joner para a Canal dos Games

Para quem não tinha acesso a internet em casa, havia a possibilidade de pagar valores entre R$1 e R$5 para uma hora de acesso em lan-houses, que estavam espalhadas por vários lugares. Lá era possível fazer trabalhos para a escola, imprimir pesquisas e principalmente, utilizar as redes sociais. Elas também eram lotadas por meninos enlouquecidos pelas primeiras versões do jogo para PC, Counter Strike.

APAIXONADOS POR FOTOGRAFIA

Os “precursores” do Instagram, os sites Flickr e Fotolog, eram redes sociais para pessoas apaixonadas por compartilhar momentos através da fotografia. Estas redes sociais não chegaram a ser tão populares como o Orkut, mas era uma opção para quem gostava de upar arquivos de imagem.

A inscrição porém, para o Fotolog era limitada, e aceitava apenas 500 pessoas por país, ao dia. Ainda assim, valia a pena ter uma conta gratuita, (um pouco limitada, como quase tudo que é gratuito na internet), apenas para compartilhar os cliques da sua câmera digital. ;)

Marimoon, diva do Fotolog desde 2003. fonte: G1

CONVERSAS ONLINE

Eu sou da época das conversas online através do MSN Messenger. Aquela plataforma em que logávamos logo no início da nossa atividade online, aguardávamos os bonequinhos verde e azul darem o sinal de que finalmente entramos, e então víamos a nossa lista de contatos. Quando menos esperávamos, o pop up subia indicando que mais alguém havia se conectado.

Status “ocupado”, ou “offline” eram absolutamente normais, mesmo que você estivesse online sem nada pra fazer. Eram formas sorrateiras de observar o movimento de quem entra, e quem sai.

Falando com uma pessoa e ela não te responde? Você poderia “chamar a atenção”! E ao clicar no botão, a tela de conversa “tremia” e se sobrepunha as demais telas que a pessoa estava acessando de forma bem incisiva. Eis um dos motivos para manter o status offline durante uma conversa.

Há quem diga que o MSN Messenger é uma cópia quase perfeita do ICQ, mas me limito a relatar minhas experiências pessoais neste caso, uma vez que infelizmente, não tive contato com a plataforma :/

O FAMOSO, SAUDOSO, E INESQUECÍVEL ORKUT

O Orkut deixou de existir em 2017. Desde então, é possível encontrar artigos de homenagens relembrando sua interface, e padrões de comportamento dos usuários em seu auge, destacando o Brasil como o país mais ativo da rede social na época.

Eu, como uma tia internauta que sou, também estive lá. E das diversas experiências que o Orkut nos proporcionava, a dor em ter que escolher somente 12 fotos para carregar no álbum, era uma sensação agridoce inexplicável. Ter que escolher qual foto apagar, para adicionar uma nova era tenso.

Outra curiosidade que hoje dificilmente encontramos em redes sociais, era a possibilidade de saber quem visitou seu perfil nos últimos dias. Uma brecha sutil para alimentar amores platônicos…

Scrap era o que hoje chamamos de “postar no mural”. Um recado público que dificilmente era mantido pelos usuários, geralmente apagados em defesa da privacidade. Lá surgiram aquelas imagens cheias de glitter, e correntes eram muito comuns.

Depoimentos eram pivô de brigas entre amigos, e dívidas permanentes quando não havia troca. Ter seu depoimento no topo do perfil do amigo lhe conferia um status diferenciado. Para escrever um depoimento com cores diferentes, em itálico ou negrito, e ainda adicionar emojis, era necessário saber inserir códigos de html durante a escrita. O mesmo valia para scraps.

fonte: virgula.com

Sem falar das comunidades! Eram quase uma descrição da sua personalidade. Dos mais variados tipos, reuniam membros que certamente concordavam em quando diziam “Eu Odeio Acordar Cedo” (com mais de 6 milhões de membros na época), e “Eu Amo Minha Mãe!” (com mais de 4 milhões de membros).

A MÁ UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS

Sempre tem aquela criança que não sabe brincar e estraga o brinquedo. E com o Orkut por exemplo, não foi diferente.

Uma das principais causas para sua queda de popularidade foi a falta de segurança. Hackear contas, postar e compartilhar fotos de pedofilia dentre outros crimes, incluindo o de pirataria pela comunidade Discografias, (com quase um milhão de membros que adoravam aquele download proibido…), foram alguns dos desafios dos desenvolvedores ao tentar melhorar o site.

UM RECOMEÇO, NOVOS BRINQUEDOS

Tudo isso deu lugar as redes sociais que conhecemos hoje. Poderosas, influenciadoras e altamente lucrativas.

Muitas evoluções aconteceram (ainda bem…?), e graças ao desempenho, e o crescimento das redes sociais, hoje podemos não somente nos divertir com elas, mas também divulgar nosso próprio negócio, trabalhar através delas, organizar megaeventos dentre outros.

A privacidade também foi conquistada aos poucos e a melhora nos aplicativos tornou a comunicação muito mais rápida.

A maior dúvida neste atual momento é: será que desta vez, saberemos brincar direito?

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Mayara Santos
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Amante da música, nascida nos anos 90. Criadora do Portal MUI Content | • Love is fuel. Love is revolution.