KING PRINCESS: A reinvenção do Pop

Representatividade é a chave da revolução na música Pop

Mayara Santos
MUI Content
5 min readAug 17, 2018

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fotografia por Ryan Duffin para o site Them.

Esqueça tudo o que você conhece sobre músicas de amor.

Quando descobri King Princess (Mikaela Straus) em meados de março deste ano, foi o acidente mais doce que já me ocorreu desde a norueguesa Aurora Aksnes.
Infelizmente, quando a descobri não haviam releases, descrições de perfil ou quaisquer informações sobre a artista na web, me bateu certa frustração por não poder escrever sobre o seu trabalho de forma consistente logo no início.

Após meses de espera, ansiedade seguida de pesquisas frustradas sobre o seu trabalho, eis que finalmente em junho deste ano, após o lançamento de seu primeiro EP Make My Bed, vislumbrei algumas informações que foram gradativamente liberadas para imprensa algumas semanas antes. Descrições nos perfis da artista e também muitas entrevistas que serviram de fonte, das quais, alguns trechos compuseram o texto de hoje escrito com muito amor.

FILOSOFIA QUEER PARA A VIDA

Conhecida pelo seu famoso single “1950”, que ganhou ainda mais destaque após ser tuitado por Harry Styles, King Princess tem crescido em popularidade e credibilidade dentro do mercado pop, conquistando seus fãs não somente por suas músicas, como também pelo seu posicionamento LGBTQ+, concedendo entrevistas que a elevaram ao título de “Genderqueer Pop Icon”, (ícone pop de gênero Queer, em tradução literal).

Mikaela Straus se identifica como uma pessoa sem gênero, e homossexual que busca passar experiências pessoais em suas composições. Com o intuito de ser alguém com quem o público LGBTQ+ possa se identificar liricamente, sua filosofia é também evidenciada através de seu comportamento, identidade visual e na busca de referências queer dentro do meio artístico como um todo.

“[na adolescência]Eu não tive artistas gay fazendo música como eu precisava que fizessem. Não é culpa deles. É uma questão sistemática. Mas também é realmente possível ser gay nessa indústria porque todos estão realmente com fome de autenticidade. Eu acho que o sistema que está em vigor concede pouca autenticidade.(…) Eu acho que há espaço para ser feito.” — disse, em entrevista a rádio KFOG.

por Michael Bailey Gates para i-D Magazine

“Quando você é jovem hétero, e você está passando por uma decepção amorosa e você precisa daquela música que vai te fazer superar isso, e te fazer chorar e te recompor… Gays precisam disso também. E isto parece óbvio mas é realmente necessário. Você precisa de pessoas que se pareçam com você, e soem como você, no rádio, na televisão, nos filmes(…)”

Ainda sobre representatividade, King Princess afirmou que é necessário a todos o acesso ao ambiente e a cultura queer, não como um nicho restrito às pessoas queer, mas aberto ao público de modo geral. “Pessoas hétero podem ouvir esta música e dizer ‘Ei! Esta música é ótima!’ Não importa se é gay”.

MARK RONSON E INFLUÊNCIAS

King Princess gravou seu álbum sozinha, e contou com a produção de Mark Ronson (já destacado aqui por trabalhar com artistas promissores) que conheceu o som da cantora através de um encontro da Columbia Records.

Live@837 With Mark Ronson And King Princess At Samsung 837 — Reprodução.

Ainda em entrevista a KFOG, Mikaela conta que o processo de assinar o contrato demorou meses até que ela pudesse realmente confiar que teria total liberdade de manter sua arte como é, e que estaria assinando com um produtor que realmente apoia sua filosofia de vida. O EP Make My Bed foi lançado em 15 de junho deste ano, pelo selo do próprio Mark Ronson, Zelig Records, que faz parte da gravadora Columbia Records.

Apesar de ser uma artista da música pop, King Princess possui influências do rock dos anos 70, e citou como inspirações líricas T-Rex, Led Zeppelin e Jack White, sendo seu álbum favorito “Physical Grafitti” do Led Zeppelin.

Em um vídeo de curiosidades para a Billboard, afirmou que se pudesse, faria parcerias com Jack White e Nicki Minaj, e citou como referências visuais Cher, Tina Turner, Perfume Genius entre outros.

LADO B

Apesar de ter somente 5 músicas oficialmente lançadas em seu EP, existem ainda faixas de gravações datadas de 2017 lançadas por outros canais no youtube (Sunburn, Send Pix, Just a Dream e Bullets como King Princess, e Song For You como Mikaela Straus).
King Princess ainda possui duas músicas inéditas apresentadas em um show ao vivo no Elsewhere Brooklyn dia 26 de junho deste ano (House Burn Down e Ohio), um remix da música Run Me Through do artista Perfume Genius, e uma gravação de uma apresentação ao vivo datada de 2015, intitulada Mikaela Rock Song.

CURIOSIDADES

  • Mikaela considera o baixo “o instrumento mais emblemático” e sente leve desconforto na guitarra. “Eu quero ser uma ótima guitarrista, mas para isto é preciso motivação (risos)” — KFOG.
  • Há rumores de que King Princess esteja namorando com Amandla Stenberg (Rue, em Jogos Vorazes), que também editou o vídeo de “Talia. As duas tem diversas fotos juntas na web, no entanto, nada foi confirmado.
  • No youtube há um canal feito por fãs, chamado King Princess Brasil, no qual foram traduzidas entrevistas para Billboard, MTV e a letra com significado verso a verso de “1950” pela própria Mikaela.

NOVIDADES

Ontem (16.08), King Princess lançou o vídeo de “Upper West Side”, quinto e último do EP Make My Bed que possui material audiovisual de suas 5 faixas.

Atualmente a artista está em turnê com datas marcadas para EUA, Reino Unido, Alemanha, Países Baixos e Austrália.

Mais sobre King Princess em:
Site Oficial, Facebook, Spotfy, Twitter, YouTube, Instagram.

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Mayara Santos
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Amante da música, nascida nos anos 90. Criadora do Portal MUI Content | • Love is fuel. Love is revolution.