Museu Nacional 2018 | Um desabafo
2018 não está nada fácil.
Este ano tem sido particularmente difícil para nós.
Para começar, gostaria de fazer uma breve retrospectiva pelo que passamos somente nestes nove meses de 2018:
- Intervenção militar no Rio de Janeiro, assumindo a incompetência dos líderes políticos quanto a violência que assola o estado há anos;
- Operações “anticorrupção” que fazem vista grossa em favor de partidos políticos;
- Um assassinato, ainda sem respostas, de uma mulher que verdadeiramente dava voz ao povo e hoje caiu no esquecimento da grande mídia;
- Um edifício que abrigava cerca de 90 famílias foi incendiado em pleno centro de São Paulo, tornando-os novamente desabrigados;
- Greve dos caminhoneiros resolvida de forma paliativa;
- Corte de verbas destinadas a ciência, tecnologia e informação, retrocedendo o desenvolvimento do país;
- Incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, patrimônio histórico cultural da América Latina, que havia recentemente completado 200 anos.
Caberia também mencionar aqui a negligência a nível municipal e estadual, desfalque e abandono da educação, saúde e segurança pública, além do desemprego e problemas com a previdência, que já vem de muito mais tempo. Estes, porém, não são novidade para quem enfrenta este perrengue todos os dias em nosso país.
INCÊNDIO NO MUSEU: SERIA A GOTA D’ÁGUA?
Poderia ser. E eu torço para que seja. Mas talvez…
O luto foi geral. Diversos compartilhamentos de imagens e notícias relacionadas ao incêndio no Museu, bombardearam feeds de notícias em redes sociais, e o mundo soube que o brasileiro perdeu seu passado em meio ao caos que vivemos. Não somos mais tão felizes como aparentávamos ser.
Temos passado por tantas coisas nos últimos anos, que nem mesmo o tradicional pão e circo (copa do mundo, novelas, reality shows), tem dado conta de disfarçar a crise pela qual passamos. E não é somente crise política ou econômica: passamos por uma crise ferrenha de identidade. Não sabemos mais quem somos, e estamos cada vez mais distantes de onde viemos.
No incêndio do Museu Nacional no Rio de Janeiro, foram queimados 200 anos da história, que nos lembrava diariamente o quanto lutamos para conquistar o que hoje chamamos de liberdade. Liberdade enquanto ser humano, liberdade de expressão, liberdade intelectual, e todas as outras formas de liberdade que o conhecimento nos traz.
Neste domingo, 2 de setembro, sabemos que o que perdemos terá duras consequências, e não será a longo prazo.
ELEIÇÕES 2018: REESCREVENDO A HISTÓRIA
“Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado.”
— Emília Viotti da Costa
Não temos candidatos que nos representam. Mesmo assim, sentimo-nos impelidos a forçar uma falsa esperança em um ou outro candidato que parece apresentar propostas “revolucionárias”, as quais aparentemente melhorariam nossa atual situação.
Dentre algumas das propostas citadas, me chamou a atenção o destino que alguns apresentam como solução para a educação no país: ensino fundamental e médio a distância, demissão de professores, vouchers (financiados por quem?) para pais tirarem seus seus filhos de escola pública, e matricularem em escolas da rede privada… Algumas dessas propostas visam “imitar” o que é feito em outros países. No entanto, se não temos como sanar dívidas externas, corte de verbas que beneficiem a população acontecem com frequência, e não temos quem administre o país de forma sensata, como podem sugerir que ideias como estas irão funcionar?
Particularmente, me parece que o ensino público caminha para a extinção. E não somente este, como todo e qualquer acesso ao conhecimento está sendo subtraído aos poucos da população em geral. Corte de verbas para financiar pesquisas, desvalorização dos professores, afastamento do aluno com o ensino a distância, valorização do ensino privado para escolas e universidades, sucateamento de escolas e universidades públicas, incêndio no maior santuário da história brasileira…
Parece conveniente que não saibamos de onde viemos, assim não reagiremos para onde vamos, e saber disso será fundamental quando comparecermos às urnas no próximo mês!
Não nos resta mais esperar. Sabemos que esperar a solução aterrissar de jatinho não tem dado certo. Seremos responsáveis pelo que há de vir, e como a história será reescrita.
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