Maruaia de Castro Cruz
MULHER DE FORÇA
Dona de um sorriso cativante e uma incrível confiança em si mesma, essa é Maruaia de Castro Cruz, 32 anos, professora, feminista, mulher e força. Criada em uma família de vários homens, foi mimada e protegida. Durante a infância esteve rodeada por eles, seja brincando ou conversando, ela estava ali. Ao ficar mais velha, com as mudanças do seu corpo, foi iniciado seu processo de auto-aceitação e como se entendia como mulher. Se deparou com um corpo em mudanças, o que foi um processo complicado, começava a ser excluída de coisas básicas como tomar banho de mangueira com seus primos.
O momento de entender seu corpo, se inicia com as novas amizades ao seu redor, diante delas começava as mudanças. Neste período, aos 12 anos, Maruaia como a menina que gostava de estudar e entender as coisas, se interessou pelo feminismo, ela então começa a se desconstruir e a se entender como mulher e como pessoa no mundo.
Seu corpo ainda é uma contradição, tem trabalhado em se libertar dos padrões de beleza, uma luta diária e interna, onde busca não se enquadrar e sim se aceitar. Na fase dos 30 anos, ainda tem se descoberto e se reconhecido, tem sido também questionada sobre as questões consideradas da sua fase, como maternidade e casamento, mas entende que é aos poucos que vai se compreendendo. Sua questão do corpo é de transformação o tempo inteiro, de desconstruir o preconceito racial, e entender que não é preciso ser o que o outro quer que você seja, por isso, ela ainda se constrói, e está em constante reconstrução.
Atualmente, Maruaia faz parte de um coletivo feminista, e como algo que começou lá atrás, ele tem sido um norteador do que pensa sobre ser mulher, mas conta que ainda é algo em construção. Para ela, ser mulher é assumir quem é com garra. “Ser mulher é ser força, independente da classe social, independente da orientação sexual, da religião temos que provar o tempo inteiro quem somos nós e o que queremos, temos que nos posicionar o tempo inteiro, então ser mulher hoje é ser força e coragem”, diz.
A felicidade tem sido sua base de tudo. Em todos os momentos para seguir em frente ela se baseia no amor pelas coisas. “É muito fácil você gostar de uma coisa que é só boa, amar é se reconstruir, as vezes eu saio da escola não querendo mais voltar, entro numa luta social não querendo participar, mas aí eu respiro e vejo que meu amor por aquela coisa é maior ainda e me faz tentar transformar”, relata. Então, mesmo com medo de decepcionar pessoas, de romper com algumas coisas, ser feliz é o seu norte.
Como recado, ela deixa que devemos tentar ser feliz dentro daquilo que podemos ser, daquilo que queremos ser. Maruaia, 32 anos, professora que ama o que faz, feminista que ainda se constrói, mulher, lutadora, ela é força e coragem, indo em busca de seus sonhos, ensinando pessoas, se assumindo, e tendo conforto, dentro da incrível mulher que é.
