Rosinha

MULHER GUERREIRA QUE LUTA BRAVAMENTE CONTRA UMA DOENÇA E APRENDEU A ENXERGAR A VIDA DE OUTRA FORMA.

Karine Mota
Mulheres de Belo Horizonte

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Há sete anos, apresentei mudanças em meu comportamento e com o decorrer do tempo veio a falta de memória, e com isso fui diagnosticada com Alzheimer. Para mim, estava sendo muito difícil aceitar a doença. Neste momento começou uma corrida desesperada de encontro a médicos, postos de saúde, medicações e tudo sem um retorno positivo. Naquelas ocasiões aconteceram crises de agressividades, seguidas de delírios e diversas tentativas de fugas da casa da minha filha.

Ficamos assustados, mas, ao mesmo tempo, precisávamos entender esta doença e o que poderíamos fazer. Em uma consulta ao neurologista, ele me perguntou o que eu mais gostava de fazer, respondi que adorava cuidar das minhas plantas, era como uma terapia, me tranquilizava.

Com a evolução da doença montamos uma estrutura necessária para a situação. Inicialmente, eu e a minha filha resolvemos criar um jardim. Compramos vários objetos de jardinagem para manter minha cabeça sempre ocupada.

Hoje estou vivendo um dia de cada vez. Consegui afastar a ideia de querer fugir de casa, estou mais serena, sorridente. A convivência com meus netos e vizinhos tornou-se mais agradável. Agora tenho um hobby que é varrer as ruas do meu bairro todos os dias pela manhã.

A doença não tem cura e com isso vivo cada dia como se fosse o último. O medo e os problemas continuam, mas tenho que enfrentá-los. Quando as coisas não vão muito bem penso que hoje é o tempo que tenho para aproveitar. Agradeço a Deus pela oportunidade e vou desfrutando das companhias dos meus filhos e netos, que são os maiores tesouros da minha vida.

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