“É raro, mas acontece sempre” | Como lidar — sem surtar — com mudanças bruscas no roadmap
Você resolveu ser Product Manager, se preparou, estudou, leu, fez cursos e tudo mais... Certo? Certo. Aposto que em muitos conteúdos você viu sobre a importância de um roadmap estruturado, de planejar, de traçar bem o caminho que vem pela frente.
E tenho certeza que já gastou alguns bons dias ou semanas planejando o futuro com sua equipe, fazendo dinâmicas, usando frameworks e outras ferramentas de planejamento para finalmente… tcharaaaam! — ter aquele roadmap bem bonito, do seu trimestre, semestre ou até do seu ano.
É lindo né? Aquele documentão bonito, cheio de intenções e sonhos que vão melhorar demais a vida dos seus usuário e fazer de você um/uma PMzão/zona da porra.
Até que você começa a executá-lo e a realidade bate na sua porta. Por mais que você tenha levado tudo em consideração, usado todos os dados disponíveis, mapeado todos os riscos, tenha feito toda a lição de casa, 99% das vezes você NÃO vai executar o roadmap da forma que planejou.
E pior ainda — por algumas (ou muitas, depende de onde você trabalha, rs) vezes a rota vai mudar tanto, mas tanto, que aquele planejamento todo vai rapidamente por água abaixo. Vivi isso recentemente, uma situação onde eu e meu time tivemos que dar um 180º em nossos planos e partir para uma entrega completamente diferente do que esperávamos para o período.
Refleti sobre o que passamos e trouxe neste texto alguns pontos que podem servir para quem esteja passando por uma situação semelhante. Então aí vai:
“Aceita que dói menos”
Eu e meu time tínhamos um roadmap construído em conjunto, que estava nos deixando muito empolgados. As entregas previstas tinham itens bastante inovadores para o negócio e isso estava deixando todo mundo animado.
Quando recebi a notícia da mudança (sim, foi meio que um top down), eu acusei o golpe, não vou mentir. Fiquei bravona por alguns dias. Mas sabe pra que isso serviu? Só pra eu perder alguns dias que poderia ter produzido, reclamando.
Essas coisas acontecem e não adianta a gente pitizar a respeito. Óbvio que vale questionar, e que pode sim levar uns dias para “absorver” a notícia. Mas ficou claro que quanto antes você aceitar a mudança, mais cedo você poderá aproveitar ela.
Fazer o que precisa ser feito
O resumo desse tópico é: top down existe e eventualmente você precisa lidar com isso.
Gente, longe de mim “apoiar” o top down, que fique claro. Eu tenho a sorte de trabalhar em um time que tem bastante autonomia de forma geral e isso é MUITO bom. Mas o fato é que, de vez em quando, existem sim decisões que não vão caber a você, PM. Que virão já meio prontas e que você precisará executar da melhor forma possível, ainda que tenha outro ponto de vista.
Entenda a origem da mudança
As vezes a gente recebe um top down e simplesmente se limita a fazer (reclamando muitas vezes). Mas por mais que a gente relute, pra uma demanda surgir alguém deve ter uma justificativa para tal. Tente entender o que originou essa mudança, e porque ela é mais importante do que o que já estava planejado. No meu caso, que recebi uma demanda já “pré-definida” me coube tentar entender ao máximo o contexto que levou a existência dela, pra que aquilo fizesse sentido para mim e para meu time. E a partir do momento que entendi que aquilo tinha fundamento, que para o negócio era realmente algo mais prioritário, o olhar sobre a mudança ganha outro significado.
Esses pontos me ajudaram a encarar melhor a necessidade de mudar tão bruscamente os planos e também a organizar melhor as ideias para recomeçar em um novo roadmap. É importante não se ‘apegar’ demais ao que planejamos e entender que a vida em Produto é dinâmica, as necessidades mudam o tempo todo.
Espero que meu relato tenha ajudado você a lidar com situações assim. E sinta-se a vontade para compartilhar se já teve uma experiência parecida!
