12 coisas que fazem eu amar meu trabalho como Product Manager no Nubank

Aqui nesse artigo compartilho o que hoje me faz brilhar o olho e as coisas que acredito que vocês, Product Managers, possam também valorizar na cultura de uma empresa

Jacqueline Yumi Asano
Mulheres de Produto
8 min readJul 31, 2018

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Minha família linda me visitando no Nu ❤

Esse artigo foi escrito com a minha visão sobre trabalhar no Nubank. Minha intenção não é falar que o Nubank é o melhor lugar para se trabalhar no mundo ou de te convencer a vir trabalhar comigo (claro, que se você quiser ficarei feliz).

Ao compartilhar minha visão espero que vocês possam ter maior clareza sobre a visão de vocês sobre a empresa que trabalham e no jeito de fazer produto, de uma maneira positiva.

As coisas que fazem eu amar meu trabalho aqui:

  1. Cultura Foda
  2. Mudar de time sem burocracias
  3. Tecnologia como principal driver
  4. CEO que é apaixonado por tecnologia
  5. O poder de ter uma Founder mulher
  6. Ter uma visão de longo prazo
  7. Não sacrificar produto por causa de tempo
  8. A gente ama fanaticamente as nossas usuárias
  9. Não existe competição entre squads
  10. No bench olhamos falhas e não o que copiar
  11. Challenge the status quo
  12. Humildade

1. Cultura FODA

A cultura é algo que pode tanto atrair as pessoas como fazer elas saírem de uma empresa. Minha principal dica pra você que esta buscando o seu próximo desafio é busque o que você mais valoriza na cultura da empresa.

Resolver problemas com tecnologia, diversidade e colocar a usuária no centro do produto eram os 3 principais motivos pelos quais eu me apaixonei pelo Nubank. E eles fazem parte da Cultura.

2. Mudar de time sem burocracias

Algo que eu fiquei muito feliz de saber quando eu vim pra cá era de como as pessoas mudavam de times e temáticas com frequência, pois a troca de conhecimento entre os times é bem importante para a empresa crescer e obviamente para as pessoas se desenvolverem!

Imagine que você fique um ano trabalhando na aquisição de clientes. Em muitos lugares a lógica é: "essa pessoa aprendeu um monte, não podemos desperdiçá-la enviando para outro time. Ela precisa ficar aqui pra sempre".

Ou então:

"se essa pessoa sair do meu time, meu time acaba".

E eu sou um exemplo disso. Quando entrei no Nubank fazia parte do time que constrói a NuConta. Passado um tempo comecei a me interessar por outros desafios. Conversei com minha líder e alinhamos como meu desenvolvimento seria em outro lugar e bom, aqui estou eu em um novo time, com novos problemas e AMANDO! ❤

3- Tecnologia como principal driver

A gente não usa tecnologia apenas para entregar melhorias, novas features e produtos para nossos clientes. A gente usa tecnologia em tudo: seja pra criar e desenvolver nosso próprio sistema de atendimento ao cliente quanto em integrações para facilitar o trabalho do time de People.

Além de usar para construir e melhorar produtos que nós usamos diariamente, acreditamos que tecnologia empodera as pessoas. Hoje todo tipo de dado que você quiser consultar fica disponível para todas as pessoas que trabalham no Nubank num produto chamado Metabase: basta consultar os dados fazendo queries em SQL (e isso é incentivado!).

4- CEO que é apaixonado por tecnologia

Eu fico inspirada toda vez que vejo um vídeo do David porque eu vejo aquela paixão ao falar do Nubank, porque eu vejo o brilho no olho dele ao falar dos desafios que temos hoje no Brasil e o quão ambiciosa é a nossa missão.

Pode ser bem básico um CEO ser apaixonado por tecnologia, mas conheço várias pessoas que não são. Qual é a diferença?

A diferença é que em todo comunicado importante da empresa a gente fala sobre a evolução dos nossos produtos. A gente comemora as vitórias de cada produto e compartilha os aprendizados que cada time teve ao desenvolvê-lo.

5- O poder de ter uma Founder mulher

Representatividade, that is what I am talking about

Infelizmente ainda temos um grande gap de mulheres na liderança e mais ainda quando falamos de mulheres fundadoras e C-levels.

Quando buscava um novo emprego eu sabia que teria que ser um lugar que tivesse grandes exemplos de mulheres para eu me inspirar. E a Cris é uma dessas mulheres:

Acredito na importância de educar nossas meninas para que elas saibam que carros, aviões e números não são só para os meninos, e que a sua aparência física não as define. Acredito na diferença que uma palavra de incentivo ou de confiança pode fazer no desempenho das mulheres no ambiente de trabalho. E acredito no poder de ouvir e ajudar qualquer pessoa que se veja numa situação de abuso para que ela possa romper o ciclo e encontrar segurança novamente.

Reportagem para Marie Claire, 2018

Com tantas crenças no que pode ser diferente, e entendendo o tamanho da minha responsabilidade em fazer o mundo um lugar melhor, não só pra minha filha, mas para todos nós, fica claro que não posso me abster dessa discussão. Tem uma frase famosa de Martin Luther King que diz que a maior tragédia não é a opressão e a crueldade dos maus, mas sim o silêncio das boas pessoas. E muitas vezes, cientes dos riscos de assumir uma posição, às vezes até da certeza de uma retaliação, esquecemos do custo da nossa própria omissão.

6- Ter uma visão de longo prazo

Como Gerente de Produto trabalho diariamente pra construir uma visão junto com meu time: onde queremos chegar no futuro.

Ter o BHAG claro no Nubank, uma visão audaciosa e de longo prazo é muito inspirador para mim pois sei que tudo que estamos criando, os problemas que preciso endereçar, tudo isso faz parte de algo muito grande e desafiador.

Big Hairy Audacious Goal (BHAG) é um posicionamento estratégico de negócio similar ao posicionamento da visão criado para dar foco em um único objetivo de médio-longo termo para uma organização. O BHAG deve ser audacioso, provavelmente questionável externamente, mas ser considerado possível internamente.

To become the most influential financial services company in the world

7- Não sacrificar produto por causa do tempo

Falamos disso num evento de Product Managers e concordamos em não sacrificar a experiência de uso devido ao tempo.

Dependendo da cultura da empresa uma deadline pode ser imposta e você acaba entregando o que "dá pra entregar naquele período", algo bem diferente do que entregar o melhor possível de forma ágil.

Sou owner do meu próprio destino e junto do time conseguimos decidir quando é o momento certo de lançar algo e também, quando mudar de ideia sobre um lançamento, seja algo grande ou pequeno.

8- A gente ama fanaticamente as nossas usuárias

Isso toda empresa de tecnologia (aliás, toda empresa que tem usuárias) deveria ter como valor. Amar fanaticamente significa colocar a usuária no centro de todo desenvolvimento de produto.

É ter um sistema decente para coletar, processar e endereçar feedbacks para o produto, é chamar usuárias para participar de testes de usabilidade, é fazer pesquisa para entender mais dos problemas que as usuárias possuem, é responder alguém no chat como você gostaria de ser respondido, adequando sua linguagem à cliente.

Fight complexity to empower people

Em tudo que fazemos temos como objetivo eliminar a complexidade para empoderar as pessoas. Hoje isso não é só parte da job de Product Manager mas de todo mundo no Nu :)

9- Não existe competição entre squads

Algo que já vi muito acontecer no modelo de Squads e Tribos é uma competição (que ninguém fala a respeito mas existe):

  • pelas pessoas — fulana não pode sair do meu squad!
  • pelas features — essa feature não é minha, é sua! Resolve aí
  • pelo reconhecimento — meu squad foi o melhor do time de produto!
  • por qualquer outra coisa

O modelo de squads foi criado como resposta para dar autonomia às pessoas resolverem seus próprios problemas. Mas isso não significa que o seu squad é a única coisa que importa. Squads foram criados para facilitar e dar mais agilidade ao desenvolvimento dos problemas mais importantes.

Logo:

  • um squad pode deixar de existir
  • um squad pode ser fundido com outro
  • taskforces podem existir entre squads caso compartilhem de problemas similares
  • squads não são inimigos e deveriam estar trabalhando no fim por uma visão compartilhada em toda empresa

É bem comum aqui uma pessoa engenheira de software se deslocar de um time para o outro de acordo com a necessidade dos squads. E isso é bom :D

10- No bench olhamos falhas e não o que poderíamos copiar

Eu adoro fazer benchmarking para aprender como as pessoas resolveram um problema similar.

Aprender é diferente de copiar

Algo que eu amo no Nubank é como a gente deixa o próprio processo de solução e o entendimento sobre nossas usuárias falar por conta própria.

A gente faz benchmarking sim. A gente aprende com os erros de outros produtos e entende o que deu certo e porquê. Mas a gente não copia cegamente o que outros fizeram.

11- Challenge the status quo

" É muito difícil, não vamos fazer isso"

Quem nunca ouviu alguma variação dessa frase? Complicado, difícil, dá trabalho demais são muitas vezes desculpas para não fazer algo que realmente resolva o problema.

Claro você precisa avaliar o timing, urgência, prioridade de fazer cada coisa. Isso continua, mas algo que me motiva muito aqui é como a gente desafia o que é definido como status quo.

Challenge the status quo seja para criar novos grandes produtos como a NuConta ou mesmo para decisões do dia-a-dia como trabalhar algumas semanas com foco exclusivo em débitos técnicos.

12- Humildade

Uma qualidade que eu nunca tinha prestado atenção e comecei a reparar nesse último ano é a humildade. Você já parou pra pensar em quanta gente foda você conhece e como elas ensinam você diariamente no trabalho?

Eu fico impressionada com todas essas pessoas que não são só brilhantes no que elas fazem, comprometidas e que me ajudam, mas também na humildade delas.

O mundo de uma Gerente de Produto pode ser confundido como um mundo glamuroso, de lançamentos e sim, muito ego.

Já conversei com muitas pessoas incríveis que tiveram um histórico de desenvolvimento de produtos de dar inveja, que aprenderam um monte. Mas que não tinham a humildade que eu vejo nas pessoas Fundadoras do Nubank.

Ser Gerente de Produto não é levar o mérito pra casa sozinha.

É conseguir extrair o melhor de um time diverso pra construir produtos que realmente resolvam os problemas. E para isso, humildade é muito importante. Humildade pra reconhecer que mesmo você sendo a pessoa mais empática do mundo não vai saber mais do que uma pessoa que atende clientes todo dia sobre as dores dele, humildade para perguntar como está determinado projeto para as engenheiras, humildade para celebrar a vitória que não é sua, mas do time.

E você, o que você mais valoriza no seu trabalho e na sua empresa? :)

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Jacqueline Yumi Asano
Mulheres de Produto

Founder & President of Mulheres de Produto, the largest product community in Brazil that aims to reduce gender inequality by empowering women in tech careers.