Imagem por Drew Beamer

Como autoconhecimento influenciou nas decisões da minha carreira como produteira

Esse texto traz recortes de reflexões que tive durante a minha trajetória no mundo de produtos digitais.

Cristiane de Azevedo
4 min readNov 16, 2021

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O autoconhecimento me permitiu expandir a compreensão em relação aos meus sentimentos e anseios. Comecei a conectar como esses pontos estavam interferindo na minha vida… Acessando meu inconsciente, pude identificar crenças limitantes (ou também podemos chamar de blockers) que me impediam de me desenvolver mais e/ou ainda, resgatar minhas habilidades como profissional. Senti que, aos poucos, fui me capacitando para identificar meus verdadeiros valores e me tornar owner da minha carreira de produteira.

E como tudo na vida sempre tem um primeiro passo, comigo não foi diferente! Eu estava em uma agenda de PDI (Plano de Desenvolvimento Individual) quando fui questionada sobre o que brilhava meus olhos como visão de futuro na minha carreira, e ali, bateu uma baita insegurança para assumir minha vontade em querer trabalhar com produto digital.

Atualmente, nos times de people, ou pessoas, ouvimos que cada profissional é owner de sua carreira — e somos mesmo! Mas, para profissionais da minha geração, que foram fruto de um modelo educacional baseado no comando controle, na competição insana e principalmente no medo de errar, não é tão simples assim. No meu caso, ainda, como “cereja do bolo” (licença poética aqui para usar uma expressão cringe) soma-se tudo isso à uma bagagem de reflexos emocionais que adquiri por ter quebrado um negócio, e é possível imaginar como foi assumir que eu queria dar um novo passo, um passo diferente. Era algo desafiador demais.

Sobre reflexos emocionais (das frustrações), é importante ressaltar que o que mais dói não é a mudança, mas sim, aceitar que algo fora do seu controle vai acontecer (ou pior, já aconteceu), passar por esse processo é doloroso demais! Por isso, se você está passando por momentos desafiadores, leia este texto até o final!

Você pode estar pensando “nossa que texto denso” — É, tá denso mesmo! Mas, eu acredito muito no propósito de encorajar pessoas que tenham muitas habilidades (como negociação, comunicação, vendas, marketing, projetos, entre outras), mas que ainda não tenham contato com produto digital ou tecnologia, à olharem com mais carinho para essa oportunidade de transição de carreira.

Desde 2016, quando comecei a estudar temas familiares (como métodos ágeis de trabalho, design thinking e service design), e também a ter um entendimento mais amplo sobre times multidisciplinares e colaboração, passei a me questionar muito sobre meu propósito. Quando criei minha empresa em 2008, eu buscava reunir designers com a criação de um coletivo, e hoje, consigo fazer uma reflexão com muita clareza, tinha propósito mas não tinha cultura para sustentar a proposta de valor.

Para ser colaborativo, multidisciplinar, transitar neste contexto, é necessário ser humilde! Humildade não se aprende em cursos, certificações, frameworks, não se aprende nos livros, mas com humanos.

Falando em colaboração, quando olhamos para a natureza, podemos observar que há um ecossistema perfeito, uma cadeia que funciona harmonicamente e que cada qual tem seu papel, responsabilidade e seu protagonismo. Mas então, se somos parte da natureza, porque nosso modelo é tão insustentável? E reparem que quando o homem faz uma interferência na natureza, propositalmente ou não, ela se desarmoniza. Reparem as queimadas, extinção de animais e espécies, e tantos outros impactos que poderia citar aqui, mas que fugiria do propósito aqui dessa reflexão!

Trailer da série One Strange Rock

Forças e fraquezas!

Impossível alguém dar valor para o que você tem de bom se você mesma não dá – O reconhecimento precisa partir de nós mesmos. Quando decidi que queria investir em minha carreira de produto, um trabalho muito importante foi mapear as minhas forças e fraquezas para identificar o que eu tinha de capital e o que eu precisaria desenvolver para atuar na posição de Product Manager.

Para evitar o boicote dos pontos fracos, precisamos primeiramente reconhecer nossos pontos fracos e aceitá-los. Geralmente, nossos pontos fracos são efeitos colaterais dos nossos pontos fortes. Só é possível lidar com aquilo que a gente aceita.

O Product Manager tem um papel fundamental num time de liderança por influência, e um profissional que reconhece seus pontos fracos, serve de exemplo para o time. As pessoas passam a perceber que não ser perfeito o tempo todo é permitido e se permitem errar, e um time que se permite errar, é capaz de inovar, e não tem medo de arriscar para atingir grandes resultados.

Pessoas que não tem medo de não serem perfeitas pedem ajuda quando precisam. Um time ágil precisa de pessoas que pedem ajuda e que expõe os problemas, quanto mais rápido, melhor.

Aplicação na prática!

Muitas pessoas não avançam na vida ou nas suas carreiras, não porque faltam skills para assumir novos papéis ou posições, mas muitas vezes porque não assumem para si mesmas seus sonhos e objetivos. A todo momento, estamos projetando o nosso futuro, quer tenhamos intenção ou não.

O que diferencia, é que quando agimos com a consciência, projetamos com a intenção de criar nosso futuro desejável e toda situação por mais desafiadora que pareça se torna parte da nossa estratégia para nosso plano maior.

Essa mudança de mindset me ajudou nas últimas transições de produto que fiz, e hoje estou liderando uma das tribos de um produto que é o maior HUB do mercado financeiro.

E por fim, não é cronológico, é lógico!

Se você leu esse texto até aqui e se identificou com minha experiência, e quiser bater um papo, será um prazer! Meu LinkedIn para você se conectar comigo!

Que não nos falte a coragem para criar o futuro desejável!

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Cristiane de Azevedo
Mulheres de Produto

Group Product Manager na Leroy Merlin. Líder em otimizar produtos e resultados, apaixonada por pessoas.