Mãe, eu quero ser uma Product Owner quando crescer!

Isabela Boaventura
Mulheres de Produto
4 min readApr 25, 2019

Você não achou que frase era minha, né? Assim como você, quando eu era criança sonhava em ser artista, professora, jornalista, dentista, astronauta… Qualquer coisa mesmo (viva a imaginação infantil), mas jamais uma “Product Owner” — ou PO, como é carinhosamente chamado esse papel. Obviamente, porque isso nem existia naquela época.

[Pausa para: Você não sabe “O que é? Como vivem? De que se alimentam?” os PO’s? Não tem problema! Deixei o link de um artigo no final, especialmente para você.]

Quando assumi essa nova função, há cerca de 10 meses, convivi com o medo e desconforto do desconhecido, como acontece com todo mundo quando há mudança de carreira e precisamos desenvolver novos skills. Mas, atuar nessa nova função, ocupar um papel que há pouco tempo não existia também me gerou algumas reflexões. E queria compartilhar com vocês!

A primeira delas: Será que me preparei antecipadamente para ocupar essa vaga?

Tenho muito orgulho da minha história e sei que nas minhas experiências anteriores desenvolvi diversas habilidades, muitas delas inclusive continuo aplicando no meu dia-a-dia. Mesmo assim, me deparei com um ambiente novo, com diferentes modelos de trabalho, metodologias, visões e ambições. Tudo isso me obrigou a ir além do meu universo e me trouxe a provocação se eu não deveria ter dedicado um tempo da minha vida para coisas desconhecidas.

Sempre fomos estimuladas pela escola, vestibular e pela vida a ser “de humanas” ou “de exatas” e que isso bastava. Mas, não concordo mais com isso. Mesmo que superficialmente, acho que precisamos sim dedicar um tempo para outros assuntos aleatórios e fora das nossas zonas de conforto. Entender um pouco de política, neurociência, astrologia, culinária, nunca fez e nunca fará mal para ninguém, pelo contrário, é uma experiência fantástica poder aprender coisas novas. E, o melhor: sem ninguém te cobrar ou esperar que você faça algo com esse conhecimento.

Então, obviamente, logo na sequência, vem outra dúvida: será que eu estou me preparando para o futuro?

Se hoje já vemos algumas profissões novas surgindo, você já pensou como será em 2030? Li em um estudo feito pela Dell Technologies no ano passado, que encontraremos um cenário onde 85% das profissões ainda não existem.

Sendo assim, até lá eu posso já estar em uma nova profissão, completamente diferente da atual. E você também.

Mais do que temer esse futuro incerto, o que me intriga é como nos preparamos para ocupar essas novas funções. Quais transformações elas realmente trarão para o nosso mundo? Graças ao avanço da tecnologia, provavelmente viveremos em um ambiente com cada vez mais automatização e robotização, que deve transformar significativamente como a sociedade se relaciona com as máquinas. Inteligência artificial, machine learning… tudo isso já começou e vai se intensificar em um curto espaço de tempo.

É hora de desespero? Claro que não. Novos empregos devem surgir e precisamos estar conscientes dessas mudanças para procurarmos onde estará o nosso grande diferencial. Somos humanos. Somos seres cheios de emoções.

A minha aposta é que entender, respeitar e estimular o nosso relacionamento com outras pessoas possa ser a chave do que está por vir. Valorize cuidar do seu corpo e, principalmente, da sua mente e das relações com outras pessoas.

Então, por fim e não menor importante, vem a terceira questão: o que você faz hoje para ajudar o mundo — e não só a sua realidade — a se prepararem para as profissões do amanhã?

Para pessoas que, assim como eu, são de classe média, talvez aconteça como eu fiz quando mudei de área de atuação. A gente se reinvente, faça cursos, participe de eventos, leia novas fontes de conteúdo, encontre novos experts para seguir no LinkedIn e novas comunidades no slack.

Mas, e quanto às pessoas das classes mais baixas?

Deixei um link no final, do TED da Michelle Schneider que fala muito sobre as prováveis transformações que teremos no futuro e o impacto que terá na vida dessas pessoas. Vale a pena assistir.

Acredito que agora é tempo de nos prepararmos e também ajudarmos a preparar outras pessoas. É hora de estimular outros adultos a se reinventarem, questionar a educação das nossas crianças e estimular que elas descubram os seus talentos, e é momento de questionar como ficam os menos favorecidos econômica e socialmente.

Gostou? Separei então alguns links legais para você que quer saber mais:

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Isabela Boaventura
Mulheres de Produto

Hi, I’m Isa, a work in progress. Journalist, marketing professional, Product Owner and trying to dedicated myself for what I love: writing.