Product Managers: quem são e de onde vieram.

De pessoas novas à mais experientes, essa é uma dúvida comum. Quando, onde e porque surgiu a necessidade de se ter Product Manager e como ela se tornou uma peça fundamental no desenvolvimento de produtos ágeis.

Luiza Sangalli
Mulheres de Produto
5 min readJun 20, 2018

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“An old polaroid picture sitting inside a book.” by Jason Wong on Unsplash

Mas afinal, o que é de fato um produto?

Entendemos um produto por definição como algo que tenha sido alvo de fabricação, como exemplo: mesas, cadeiras, copos e objetos diversos.

Remontando à história podemos perceber como esse conceito se desenvolveu e evoluiu. Saindo das feiras de rua e das mãos de habilidosos artesãos, os produtos passaram pelo crivo da Revolução Industrial multiplicando, padronizando e criando uma super demanda de compra que modificaria todo o cenário cultural, político e econômico.

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Junto com a Revolução causada pela máquina a vapor a Imprensa chegou moldando a nova era de comunicação mundial, criando demanda, ofertando produtos e galgando os primeiros passos da globalização.

Com o passar do tempo, aparelhos e produtos como carros, rádio, TV’s e telefone começam a ser produzidos e distribuídos em larga escala, as indústrias agora são muito complexas, oferecem uma gama de produtos ao mercado e surgem, portanto, os “gerentes de produto”.

E surgem as Product Managers…

A origem moderna de PM’s remonta precisamente à década de 1930 representado pela figura de Neil McElroy na Procter & Gamble (P&G).

McElroy, então “Junior Executive” da P&G escreveu o seu famoso memorando de 3 páginas, ditando então os princípios do moderno brand management.

Podemos perceber nesse momento o início do mindset moderno de Product Management. McElroy pontuou como questões importantes, dentre outras, o acompanhamento e análise do processo de vendas e seus resultados como indicadores e fatores chave para a tomadas de decisões sobre o produto, publicidade e promoções além da realização de testes e interação com pessoas usuárias.

McElroy reestruturou a P&G em um modelo brand-centric pouco antes de sair para ser um dos fundadores da NASA e conselheiro em Stanford, onde influenciou dois jovens: Bill Hewlett and David Packard.

Fonte: http://www.hpmuseum.net/exhibit.php?content=Bill%20and%20Dave

O resto da história já podemos imaginar, Bill e Dave fundaram a Hewlett-Packard (HP) e nesse momento podemos ver o esboço claro das modernas estruturações de times de produto.

A Hewlett-Packard dividiu sua estrutura em grupos (com no máximo 500 pessoas) de produtos auto-sustentáveis e autônomos responsáveis por idealizar, fabricar e criar estratégias de marketing.

Outro fator importante nesse processo foi a influência do Toyota Production System. Afetados pelo período pós-guerra no Japão, a Toyota se viu obrigada a adotar um novo modelo de operação para sobreviver ao contexto catastrófico em que o país se encontrava. Foi então adotado o modelo de fabricação just-in-time.

A criação do Toyota Production System promoveu 30 anos de melhorias continuas nos produtos focada em dois princípios que conhecemos bem:

  • Kaizen
  • Genchi

De imediato Bill Hewlett e Dave Packard reconheceram o valor desse novo mindset, centrado ao usuário, com entregas contínuas, inovação, evolução e desenvolvimento lean. Rapidamente isso se espalhou por todo o Vale do Silício impactando diretamente empresas de desenvolvimento de software e hardware criando um movimento global que culminou no modus-operandi, cultura e mindset das empresas de tecnologia modernas.

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A contribuição do software

Seguindo a linha de evolução do produto descrita no início do texto, já no século XX surgiu a internet. Com ela, uma nova era da comunicação, rápida, de fácil acesso e com alto alcance.

Computadores e celulares ganham o mundo e estão todo o tempo ao alcance das mãos de mais da metade da população mundial, que consome além das máquinas, seus Softwares.

Observamos aqui um novo contexto social econômico que trouxe uma nova forma de se fazer negócio e, principalmente, pensar um negócio. O mindset agora traz como novidades times multidisciplinares impulsionados pelo Manifesto Ágil.

A concepção de valor também já não é tão somente orientada a objetivos financeiros, mas sim orientadas às pessoas usuárias, como valor principal da empresa.

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Product Managers: quem são, o que fazem, onde vivem, do que se alimentam …

“You know making a product is hard, but making a team that can continually make products is even harder”

Steve Jobs.

Estando na intersecção entre as áreas de UX / Tech / Business, Product Managers possuem inúmeras funções e é sua responsabilidade garantir a entrega do produto.

Ser Product Manager significa buscar sempre alcançar os objetivos-alvo do negócio através de otimizações no produto.

Saber como o produto é construído, qual tecnologia será usada, e principalmente entender o grau de complexidade ou quanto esforço deverá ser despendido para que o resto do planejamento e as próximas definições sejam coerentes.

Sendo a voz das pessoas usuárias dentro do negócio, Product Managers dialogam muito bem com o time de UX. Realizam testes, falar com usuários, analisam as métricas corretas e conseguem muitos feedbacks. (we love feedbacks ❤)

Jogo rápido…

O que fazem:

  • Auxiliar na definição da visão de produto
  • Conhecer profundamente marca, modelo de negócio e concorrência
  • Conhecer os usuários do seu produto
  • Garantir o sucesso do produto
  • Promover melhorias constantes através de novos aprendizados

Como fazem:

  • Utilizando métodos ágeis de desenvolvimento
  • Sendo um facilitador para o time de produto
  • Alinhando expectativas e valores entre time e stakeholders
  • Analisando e criando métricas para auxiliar suas tomadas de decisão
  • Conhecendo as necessidades reais dos usuários do produto
  • Realizando testes, validações e monitoramento constantes

Sabemos que o escopo de PM é grande, suas responsabilidades perpassam a habilidades técnicas a inteligência emocional.

Ser CEO do produto não tem a ver com ego, com domínio, propriedade, não falamos aqui de uma relação vertical, mas sim de um processo absolutamente conjunto e colaborativo.

Por fim, olhar para trás, para o passado, é entender a importância da mudança, da transformação, é olhar pra frente com resguardo e guardo para a inovação.

“Conhecer o passado é uma façanha tão assombrosa quanto conhecer as estrelas”. Kubler, George.

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Luiza Sangalli
Mulheres de Produto

Group Product Manager apaixonada por produtos, tecnologia, inovação e transição de carreira.