Um breve relato da minha experiência no Web Summit Rio

Na última semana estive presente em um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do mundo: o Web Summit, em sua primeira versão realizada na América Latina.

Natane Nalin
Mulheres de Produto
4 min readMay 9, 2023

--

O evento “mãe” deste, é originalmente realizado em Lisboa e já era famoso pela grandiosidade e pelos nomes importantes presentes. A edição latina não ficou por baixo: segundo a mídia mais de 21 mil pessoas passaram por lá nos 4 dias de evento e viram infinitos palestrantes e expositores, divididos em 4 pavilhões do Riocentro.

A ideia deste texto para registrar minha percepção pessoal sobre o evento, pois foi um evento que me gerou bastante expectativa desde quando decidi comprá-lo.

Pois bem, o evento de fato é grandioso. O Riocentro tem espaços enormes que ficaram totalmente preenchidos com os participantes. Gente de 91 países circulando para lá e para cá entre pavilhões.

Quem me conhece a mais tempo sabe que eu fui “eventeira” bastante tempo, ainda que por osmose no tempo que trabalhava com marketing. Isso me faz ter um olhar mais técnico nas produções, o que de cara já me deixou um pouco decepcionada com o WS.

Especialmente no primeiro dia, erros primários de logística (exemplo: número pequeno de seguranças mulheres para revistar o público feminino que chegou no horário da abertura) já tornaram o primeiro impacto um pouco “broxante”. Além disso, problemas técnicos básicos — como não ter um microfone backup quando o principal falha, ou um telepronter quebrando no meio da fala do Luciano Huck — tornaram o dia da abertura praticamente uma piada irritante com os palestrantes, com direito a algumas vaias pra técnica em alguns momentos.

Nos dias que sucederam essa abertura terrível, houveram outros probleminhas, mas que passaram batido diante da grandiosidade do evento, seus inúmeros palcos, stands e uma plenária principal de uma cenografia linda.

Sobre a comunicação: não tinha como ficar desinformado no WS. O app muito bem feito, oferecia informação fácil e organizada, a todo momento. Além disso, uma régua de CRM muito boa nos enviava highlights e informações importantes por e-mail. A comunicação física também funcionou muito bem, em vários pontos do evento com mapas e instruções.

Sobre o conteúdo: Praticamente o evento todo falou sobre Inteligência Artificial, a grande bola da vez. Potenciais, riscos, oportunidades, limites, aplicações nos mais diversos mercados… a maioria absoluta dos temas orbitou nisso, o que em certo momento tornou algumas palestras “mais do mesmo”, na minha opinião.

A trilha que mais gostei foi sobre criatividade, que trouxe alguns designers muito interessantes que saíram até um pouco da prevalência da pauta de IA, e trouxeram cases e frameworks de design

Para quem (como eu) foi com a expectativa de voltar com o bloco de notas cheio de conteúdo, o evento não atendeu. A palestras e talks tem formatos super curtos, muito mais para você conhecer os contatos e entender por cima sobre o que cada um fala, do que para de fato trazer insights mais profundos para casa. Confesso que eu, acostumada a voltar com a cabeça fervilhando dos RD Summits da vida, fiquei frustrada no início, mas logo entendi que não é a proposta deste evento.

Sobre o network: é pra isso que o WS existe. Conectar pessoas e empresas. São milhares (literalmente) de startups e empreendedores expondo na feira, além de grandes marcas. Todo tipo de ação nos stands, de conteúdo até sessão de fotos corporativas. Fintechs, empresas de serviços baseados em IA e coisas relacionadas a segurança da informação predominaram. Grupos de Whatsapp pra todos os lados com pessoas se apresentando e dispostas a fazer negócio. É claramente o foco principal do evento.

Para as startups, é uma oportunidade de ouro de fazer bons contatos, seja com clientes, parceiros ou outros fornecedores. Para empresas maiores também é interessante a experiência, embora elas acabem sendo as “procuradas” justamente pelos empresários menores em busca de oportunidade. Senti isso bastante indo representando a Smart Fit, conversei com bastante gente, mas a maioria do tempo com a sensação de que eu tinha mais a oferecer para a pessoa/empresa do que o contrário. Ainda assim, vale muito as trocas feitas.

Em resumo, foi uma experiência diferente da esperada por mim, mas bastante interessante. Colocar a cabeça pra fora no mercado e entender o que está sendo feito por aí é importante sempre. E ao que parece, tudo que for relacionado a IA será falado por bastante tempo e é um assunto que vale ser trazido pra mesa no nosso dia a dia.

--

--

Natane Nalin
Mulheres de Produto

Produteira, Marketeira e planejadora de viagens nas horas vagas | Product Manager na Smart Fit