Mulheres no Comando

Liege dos Santos
Mulheres no Comando
6 min readJun 12, 2019

Liege dos Santos

Mulheres em cargos de liderança o desempenho da mulher em cargos de liderança. Existe competições dentro das instituições? Vencer a desigualdade e provar seu real valor, é a principal fator que as mulheres enfrentam no dia a dia no campo do trabalho?

Foto: Internet — https://endeavor.org.br/

Historicamente falando, as mulheres eram vistas como o e um ser frágil e suas atividades eram de cuidar da casa e da família e sequer podiam opinar sobre quaisquer assuntos da sociedade, como políticas, não podiam trabalhar fora, devendo se dedicar exclusivamente às atividades domésticas e como consequência deste contexto conservador e patriarcal, às liderança das atividades da sociedade ficavam com os homens.

Às vezes, no entanto, nascia e aparecia na sociedade, mulheres com coragem de enfrentar essa situação e se tornaram pioneiras e reconhecidas por suas competências e habilidades no convívio com o poder masculino da sociedade; eram mulheres com muita coragem, pois tinham que enfrentar um mundo machista que dominavam e sufocavam o seu viver fora do lar. Mulheres que souberam se aproximar do poder, renunciando talvez a um estilo pessoal tradicional e assimilando o modo exclusivista masculino de liderar que era conhecido e aceito como o único jeito de liderar possível.Elas renunciaram as “características ditas femininas”, renunciaram ao sossego, ao conforto, renunciaram aos seus deveres domésticos, compraram briga, sendo que uma delas, foi Margaret Thatcher, mulher líder política, de acordo com o paradigma machista patriarcal de liderança, que ainda predomina as sociedades, mesmo ditas modernas e não conservadoras.

A advogada Lena Madesin Phillips, no período entre guerras, viu a necessidade de criar uma ONG para as mulheres começarem a se ocupar em atividades fora do lar, fazer algo diferente do que ditavam para que elas fizessem, período onde os homens iam para as guerras e as mulheres eram obrigadas a ficarem cuidando dos negócios; essa advogada e líder feminina, teve a ideia e se reuniu com outras mulheres e resolveram se unir e montar a ONG chamada BPW, na Suíça;

Diretora da BPW de Porto Alegre, Lessandra Fraga. Foto: Liege dos Santos

Em Porto Alegre a ONG esteve por 24 anos e retomou os trabalhos em 2015. “Nós tivemos a primeira gestão com a Marinelsa Geyer de Oliveira, que era uma vice presidente da instituição no Brasil e trouxe uma pessoa mais jovem para a associação; retomou; foi ela quem fez a primeira gestão e a segunda gestão, sendo que Silvana Bastian era a vice presidente da associação “e agora a gente está na terceira gestão que é a minha gestão desde novembro, agora de 2018; então minha gestão é de 2019 a 2020”, diz a diretora da BPW de Porto Alegre, Lessandra Fraga.

Atualmente, tal contexto vem se modificando. As mudanças sociais, culturais e do mercado, refletiram também na carreira, na vida profissional feminina. A mulher do século XXI tem mais voz na política, na empresa e na sociedade como um todo. No meio corporativo, o número de mulheres ocupando cargos de gestão, empreendendo, gerando empregos, renda ou investindo é crescente. Elas são influenciadoras, democráticas, flexíveis, criativas, dinâmicas e incentivadoras, e tais habilidades são diferenciais competitivos muito bem vindos nas empresas.

Tem se ouvido mais sobre liderança feminina, pois com o advento da internet, que possibilita qualquer um ter voz, às mulheres despertaram de que precisavam assumir o seu espaço de liderança e assim demonstrar que racionalmente existe igualdade entre o feminino e o masculino. O acesso a comunicação e a formação de opinião é muito mais democrático hoje, neste espaço nós mulheres ganhamos disponibilidade, podemos encontrar nossas turmas e com mais pessoas é mais fácil conseguir uma mudança.

A cada dia que passa a mulher vem ocupando o seu espaço no mercado, enfrentando os inúmeros preconceitos e desafios que ainda existem, a iniciar que a absoluta maioria ganham remunerações menores que as mesmas atividades desenvolvidas por homens. Mulheres donas do próprio negócio, mulheres gestoras, mulheres professoras, mulheres nos tribunais, mulheres jornalistas, mulheres na engenharia, políticas, praticamente em todos os setores e atividades de trabalho são muitos os exemplos de superação e sucesso do sexo feminino, pessoas que contribuem diariamente com a autonomia financeira de suas famílias e são responsáveis por impulsionar a economia do País.

Fonte: Relação Anual de Informações Sociais — Gráfico: Liege dos Santos
Foto: https://www.instagram.com/priscilla_de_sa/?hl=pt-br

“O que é preciso ser feito legalmente para que uma mulher possa ser caracterizada como líder tanto quanto homem, eu acho que em primeiro lugar é garantir que acabe a diferença salarial entre homens e mulheres pro mesmo cargo ou função com o mesmo nível de formação e preparo, isto tem que ser garantido a qualquer preço ou seja, parar de amputar o custo bebê as mulheres profissionais segundo lugar licença maternidade de mesmo tempo para homens e mulheres, pais e mães, mães e mães, pais e pais e pra parar de jogar nas costas da mulher a carga da criação de um filho”, diz a coach Priscila de Sá.

A liderança no Brasil é mais paternalista, ela é mais familiar, então ela é uma liderança mais afetivo e por isso muitas vezes ela é mais autoritária do que deveria ser. A mãe e a mulher ela é a primeira educadora e o mundo aceita o fazer comandado pela mulher até a adolescência e depois o homem é que passa a ter a voz e o espaço de poder e o espaço de fala de responsabilidade maior então.

Dizem que até os 6 anos, meninas gostam tanto das disciplinas de exatas quanto os meninos, e depois elas passam a ser encorajadas a desenvolver a competências de disciplinas mais humana e soft skills (são competências comportamentais, ou seja, atributos pessoais que você precisa ter para ser bem-sucedido no local de trabalho) do que os meninos

“A gente precisa inverter isso para garantir mais mulheres na ciência e nas carreiras que também remuneram melhor e assim a gente facilita. E eu acredito sim que tenha que ter cotas para mulheres nos conselhos de administração das empresas. E assim a gente começa a reduzir distorções e facilita a chegada de mais mulheres na liderança assim, pelo meio legal, existem outras frentes pelas quais as gente tem que aturar pra corrigir isso na prática, mas eu acho que no começo algumas medidas, ações afirmativas são importantes sim pelo menos temporariamente” defende Priscila.

“Nós somos uma ONG feminina e feminista, mas o feminismo não é o feminismo que tá acontece no momento, nosso feminismo é o feminismo que homens e mulheres são iguais, esse é a nosso lema. A ideia mesmo é equidade, nosso feminismo é baseado na igualdade e não na disputa.” diz Lessandra.

“Eu acho que não basta a gente ter esse fazer sutil a gente precisa sim do poder também, o ter o acesso tanto quanto o homem, eu acho que o mundo ganha porque mau ou bem as regras são ditadas por quem está no poder e esse poder pode ser compartilhado em absoluta ele precisa, estar na mão de uma pessoa só”, explica Priscila.

Realmente vivemos novos tempos, onde a mulher participa da sociedade em igualdade de pensar, falar e fazer, no contexto da sociedade, ficando bem evidente que seu viver como feminina está extra lar, além da dona do lar, além do fazer atividades domésticas, além da serviçal da família, do marido, criadora, educadora dos filhos; agora vivenciamos que a participação da mulher no mundo do poder é algo incontestável como demonstração e reconhecimento de que a mulher é competente, hábil e inteligente o suficiente para viver e sobreviver no mesmo nível profissional e de poder que os homens construíram só pra eles, especialmente na nossa sociedade ocidental.

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