A perspectiva da inovação vem de fora

Adoro trabalhar com inovação! Sempre fui considerado um cara “cheio de ideias”. O que significa apenas “ter muitas idéias”, e não que todas sejam boas. Me parece que o principal é se deixar tê-las, mesmo que sejam tolas, sem bloquear o pensamento.

No dia-a-dia, contudo, pode se tornar um vício. Muitas pessoas, e eu também, tem o hábito de ir a lugares como lojas, restaurantes e ficar ali analisando o serviço como um todo. Frequentemente, aparecem ideias de como poderiam fazer as coisas de uma forma diferente para que o serviço pudesse ser melhor ou mais lucrativo.

Outro dia, em um hotel, tive várias dessa ideias (não necessariamente boas) e depois de discuti-las apaixonadamente com quem estava comigo emendei:

Puxa, precisava ter uma dessas “boas ideias” para o meu negócio.

Apesar do aparente desabafo despretensioso, fiquei com isso na mente. Por alguns dias isso não me saiu do pensamento e comecei a olhar em nossa equipe oportunidades de fazer isso, ter ideias para mudar as coisas, aqui mesmo.

Mas foi num encontro com um cliente que as coisas realmente ficaram claras. Me chamou para tratar de um projeto de inovação. Naquele esquema: ligação num dia, reunião no outro. Quis ter mais tempo de analisar o caso, mas a agenda não permitiu, fui a seco!

Chegando lá, ele me demonstrou uma situação que estava vivendo e como pretendia resolvê-la. Mostrou-me seu plano em uma série de slides e me encomendava que executasse o que me pedia.

Sem qualquer pretensão, comecei a perguntá-lo a respeito, com verdadeiro interesse em aprofundar-me no assunto, e no problema que ele tentava resolver. Tentava entender: “Afinal qual o problema que você pretende resolver?”

E depois de algumas perguntas o vi sem respostas. Aquela mesma pessoa confiante que iniciara a reunião mostrando exatamente o que queria. E percebi que minhas perguntas ficaram sem respostas, não porque ele não soubesse respondê-las, mas porque, como me disse: não havia se perguntado antes sobre isso.

Diante do constrangimento aliviei: “ Desculpe, não queria estragar seu planejamento…” e ele igualmente gentil replicou: “ Não, continue…

Mas como sabemos eu e você, não sou um gênio. Então, porque minhas perguntas pareceram tão difíceis, sendo que foram formuladas sem qualquer pretensão? Se fosse muito jovem, talvez ficasse cheio de confiança achando que sou muito capaz, mas minha idade já me ensinou a cilada do excesso de confiança.

A resposta a esta questão me pareceu simples: perspectiva!

O rapaz tentava achar uma nova saída olhando pelo lado de dentro, aprisionado pelas visões do negócio, métodos operacionais e pilares de ofertas. Minha perspectiva era mais solta, avaliei as coisas com o olhar de um cliente em potencial. E neste ponto, a falta de tempo de analisar o caso me deu vantagens, fui sem qualquer formulação pronta, apenas o meu repertório de experiências.

São estes tipos de projetos, dos que fazemos aqui, os que eu mais gosto. Quando temos a oportunidade de aprofundar a real motivação do negócio do cliente e trazer para uma discussão livre de nossa experiente equipe com pessoas de tecnologia, dados, processos e marketing.

É daqui, de uma perspectiva de fora da organização, que temos ajudado nossos clientes a ver as coisas de uma nova forma, não porque enxergamos mais, não! Apenas por ser um olhar experiente, mas que ainda não foi bloqueado pelos limites que o próprio negócio se impõe.

Vive uma situação como essa? Convido a experimentar, basta nos chamar!

Originally published at https://www.linkedin.com on January 30, 2018.

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Luiz Vianna, CEO of Mult-Connect — Brazil
Mult-Connect

Passionate about technology, people and dedicated to transform business and solving problems. Engineer postgraduated in marketing and CEO for more than 20 year.