Transformação digital — Não é mais o grande vencendo o pequeno, é o rápido vencendo o lento

Se você está lendo este texto, é porque, provavelmente, este título te chamou a atenção. E, confesso, era mesmo esse o objetivo.

A frase parece de efeito, mas ela traduz uma realidade com que muitos gestores não estão conseguindo lidar, e para a qual todos, inclusive eu (lógico) temos que dar respostas.

Quando eu era mais jovem (nem faz tanto tempo) as empresas pareciam instituições muito maiores do que qualquer um de nós. E eram. Difícil, naquela época, imaginar que alguém, uma pessoa comum, abrira aquela empresa, ou que alguém, uma pessoa como eu, lhe tivesse escolhido o nome.

Hoje sabemos que não é mais assim. Não que nosso país tenha melhorado muito na questão burocrática, mas esta “barreira de entrada” não existe mais.

Da mesma forma, quem poderia há alguns anos imaginar poder concorrer com grandes empresas do mercado, muitas delas constituídas há décadas. Mas sabemos que isso também mudou. E é justamente o que nos leva ao título desse texto:

Não é mais o grande vencendo o pequeno, é o rápido vencendo o lento.

Com a facilidade da tecnologia, ninguém mais quer esperar. O cliente quer soluções rápidas para seus problemas, se a solução puder vir ao clique de um botão via seu dispositivo móvel, tanto melhor.

Por isso, a relação com as marcas e os produtos estão mudando, e tendem a mudar ainda mais. A não ser que se trate de uma operação de valor razoável, o cliente, diferente de antes, não esta mais tão atento à “estabilidade” da empresa, quantos funcionários tem ou há quanto tempo está no mercado.

O que importa é ter o que quer, no prazo que aceita esperar.

Por aqui, não somos uma empresa grande. Mas, no meu trabalho, lido com empresas de vários portes, inclusive alguns gigantes. E dá para perceber a diferença.

Do meu lado, sinto falta, às vezes, de ter os recursos necessários para montar um exército. Com ele poderia construir todas as coisas que eu consigo imaginar (e são muitas). Tenho quase que uma “inveja” daqueles meus clientes com tantos recursos.

Mas olhando para eles, por outro lado, vejo com aflição como seus processos gigantescos e seus milhares de controles fazem tudo demorar uma vida. E quanto esforço é necessário empregar para fazer as coisas andarem uma vírgula.

De repente, minha pequena inveja desaparece, pois percebo que mesmo não tendo todos os recursos, conseguimos uma coisa que se tornou parte de nosso DNA: a agilidade. Sem grandes hierarquias e com pensamento no cliente, podemos mudar tudo em uma única reunião, se houver bons argumentos, claro!

Por isso, as pequenas empresas ou start-ups parecem ter algo de diferente. Hoje, conseguimos ter recursos tecnológicos que não são tão diferentes das grandes, mas conseguimos ter uma velocidade que elas jamais teriam.

Sim, continuamos trabalhando para crescer. Para não perder a deixa, se quiser ser nosso cliente, será bem vindo :). Mas, se a opção entre crescer e ser ágil surgir, prefiro ficar com a agilidade.

Então, deixemos de nos preocupar com nossos tamanhos, e passemos a nos ater se somos velozes e eficientes o suficiente.

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Luiz Vianna, CEO of Mult-Connect — Brazil
Mult-Connect

Passionate about technology, people and dedicated to transform business and solving problems. Engineer postgraduated in marketing and CEO for more than 20 year.