Políticas linguísticas críticas em diálogo com distintas áreas do conhecimento: debates e reflexões críticas
Visando promover diálogos interdisciplinares, em especial com o foco em temáticas que viabilizem o debate e a reflexão conjunta acerca da relação entre políticas linguísticas e colonialismo, globalização, capitalismo, gênero e raça, em uma perspectiva crítica, o terceiro SEMINÁRIO DE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS CRÍTICAS (SPLC) ocorre de 5 a 7 de junho de 2023, na modalidade remota, com transmissão ao vivo pelo YouTube: canal do Grupo PoLiTicas (UFSC/CNPq). Coordenado por Cristine Gorski Severo (PPGL-UFSC), Eleonora Castelli (PPGL-UFSC), Maria Luiza Rosa Barbosa (PPGL-UFSC) e Luciano Ponzio (Universidade de Salento | Lecce, Itália), o evento conta com uma programação diversificada, composta por atividades que serão realizadas nos períodos matutino e vespertino. Na programação, disponível em vídeo no canal do Grupo PoLiTicas, estão previstas duas palestras, duas mesas-redondas, dois grupos de trabalho (GTs) e uma roda de conversa com ativistas.
Na primeira palestra, Julia Ponzio, conceituada pesquisadora e professora de Filosofia e Teoria da Linguagem na Universidade de Bari “Aldo Moro” (UNIBA, Bari, IT), focaliza as implicações do conceito de violência linguística na relação entre linguagem e corpo, em 5 de junho de 2023 (13h | 15h, horário de Brasília). A fala da professora Julia conta com a mediação de Érica Salatini Maffia, pesquisadora e professora de língua e literatura italianas no Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia (IL-UFBA). Pós-doutora pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), realiza significativas pesquisas sobre as relações Brasil-Itália, a partir da obra do escritor italiano Antonio Tabucchi, e conta com inúmeras publicações em livros, periódicos e coletâneas. Coordena o grupo de pesquisa em Literatura Italiana e tradução do IL-UFBA e participa Conectando Culturas (Edital Humanidades CNPq), projeto interinstitucional que envolve pesquisadores do Brasil, Argentina e Itália. Atualmente, desenvolve pesquisa de pós-doutorado sobre a poesia feminina italiana contemporânea no Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGLIT-UFSC), onde integra, também, o Núcleo de Estudos Contemporâneos de Literatura Italiana (NECLIT).
Em relação à professora Julia Ponzio, é importante sublinhar que, ao longo de sua trajetória como pesquisadora, tem desenvolvido estudos em que analisa, pelo viés da semiótica, os processos de reconhecimento e construção de identidades e problematiza aspectos performativos da linguagem tanto nos processos de constituição de identidades e relações de poder quanto nos discursos de ódio, sempre em diálogo com Peirce, Derrida, Deleuze e Judith Butler. Doutora em Filosofia Moderna e Contemporânea (Universidade de Bari-Ferrara-Urbino, 2000), ministra as disciplinas Semiótica do Texto, Filosofia da Linguagem e Filosofia e Teoria da Linguagem, ofertadas na UNIBA, e atua como docente nos cursos de doutorado da mesma instituição: Estudos de Gênero e Estudos Humanísticos. Ademais, é tradutora de Pierce na Itália e integra comitês científicos de coletâneas e periódicos italianos e de outros países do mundo. É, também, diplomada em flauta transversal pelo Conservatório GB Martini de Bolonha; como musicista, tem participado de concertos e festivais, como o Duni Ensemble (Matera, 2018, 2021), e integra a Orchestra Barocca Santa Teresa dei Maschi (Bari, Itália).
Dentre as inúmeras publicações de Julia Ponzio, é importante mencionar: L’oggettività del tempo: la questione della temporalità in Husserl e Heidegger (1999), publicado pela Edizioni dal Sud (Bari, IT); Il presente sospeso, alterità e appropriazione in Heidegger e Lévinas (2000), editado pela Cacucci (BARI, IT); Il ritmo della scrittura. Tempo, alterità e comunicazione (2005), cuja edição foi realizada por Schena Editore (Fasano, IT); Violenza contro le donne. Uno studio interdisciplinare (Aracne, 2016); L’altro corpo del texto: il modello sintattico dell’interpretazione in Jacques Derrida (2015), publicado pela Mimesis Edizioni (Milão, IT); “The chimerical tale of the feminine. Intersections between the question of sexual difference and the question of readability of the text in Jacques Derrida”, artigo publicado em Southern Semiotic review (2015); e “Aquilo que conduz a escritura na noite: uma leitura de Memórias de cego, de Jacques Derrida”, publicado na Revista Teias (2019).
Contando com a mediação de Graziele Altino Frangiotti (NECLIT-UFSC; DLLE-UFSC), cuja trajetória acadêmica será circunstanciada à frente, a segunda palestra do evento: “Identidade e singularidade na globalização” ocorre em 7 de junho de 2023 (10h | 12h, horário de Brasília). Proferida por um dos maiores estudiosos em Bakhtin na atualidade: Augusto Ponzio — Professor Emérito de Filosofia e Teoria da Linguagem na Universidade de Bari “Aldo Moro” (UNIBA, Bari, IT) — , essa palestra tem como foco questões atinentes à linguagem, educação, plurilinguismo, ideologia, entre outras. Autor da primeira monografia completa sobre Bakhtin e seu Círculo, intitulada Michail Bachtin. Alle origini della semiotica sovietica (1980) — publicada pela Dedalo Edizioni (Bari, IT) — , o professor Augusto tem legado ao mundo uma vastíssima produção intelectual, de valor inconteste nos mais variados campos do saber. Também dirige a Collana Athanor, editada pela Mimesis Edizioni (Milão, IT); e, em parceria com Susan Petrilli e Cosimo Caputo, é diretor da Collana Il Segno e i suoi Maestri, editada pela Pensa Multimedia (Lecce, IT). Note-se que essas coletâneas focalizam, no caso da primeira, a semiótica, filosofia, arte e literatura; e, na segunda, as reflexões sobre os signos verbais e não verbais e os textos dos Mestres.
Outro aspecto a destacar é que, como editor e tradutor, o professor Augusto tem contribuído, significativamente, para a difusão do pensamento de Ferruccio Rossi-Landi, Pietro Ispano, Mikhail Bakhtin, Valentin N. Voloshinov, Pavel N. Medvedev, Ivan I. Kanaev, Karl Marx, Adam Schaff, Roland Barthes, Emmanuel Levinas e Thomas Albert Sebeok, tanto na Itália quanto em outros países, como o Brasil. Organizou, também, a edição bilingue (russo e italiano) do livro Michail Bachtin e il suo circolo. Opere 1919–1930, publicado em 2014 pela Bompiani (Milão, IT), cujos textos foram traduzidos do russo por Luciano Ponzio, e editou pela Edizione dal Sud (Bari, IT) a primeira tradução direto do russo da obra Problemi dell’opera di Dostoevskij (BACHTIN, 1997 [1929]), em parceria com Margherita de Michiel, que realizou a tradução do texto. Fruto de sua dedicação aos estudos filosóficos e linguísticos, à educação e à pesquisa, sua vastíssima produção científica — quer sejam livros, quer sejam artigos em periódicos — vem sendo traduzida em diversas línguas, como inglês, francês, português, chinês, entre outras. Dentre as traduções das obras do prof. Ponzio no Brasil, destacamos: Fundamentos da filosofia da linguagem (2007), que contou com a colaboração de Patrizia Calefato e Susan Petrilli e foi editado pela Vozes (Petrópolis, RJ); A revolução bakhtiniana: o pensamento de Bakhtin e a ideologia contemporânea (2008), cuja tradução foi coordenada Valdemir Miotello e a edição foi realizada pela Contexto (São Paulo, SP); Encontros de palavras: o outro no discurso (2010a), Procurando uma palavra outra (2010b), Dialogando sobre o diálogo na perspectiva bakhtiniana (2012) e No círculo com Bakhtin (2013), traduzidos por Valdemir Miotello [et alii] e publicados pela Pedro & João Editores (São Carlos, SP); e, em parceria com Susan Petrilli, publicou pela Pedro e João (São Carlos, SP) Thomas Sebeok e os signos da vida (2011), cuja tradução foi realizada por Pedro Guilherme Orzari Bombonato. É importante sublinhar, ainda, que o professor Augusto ministrou palestras e minicursos e participou de congressos, conferências e seminários tanto na Itália quanto em outros países, como o Brasil. Além de participar do comitê científico de periódicos brasileiros, tem participado do Círculo — Rodas Bakhtinianas (desde 2010) e do Encontro de Estudos Bakhtinianos (desde 2013). Ademais, proferiu palestras e ministrou minicursos em Brasília (DF), Campinas (SP), São Carlos (SP), Vitória (ES), Uberaba (MG) e Niterói (RJ), a convite de instituições federais localizadas nessas cidades.
É relevante sublinhar, também, que as belas capas dos livros das coletâneas, organizadas quer sejam pelo professor Augusto Ponzio, quer sejam pela professora Julia Ponzio, são ilustradas com imagens de obras artísticas de Luciano Ponzio, professor de Semiótica do Texto e Semiótica do Cinema na Universidade de Salento (Lecce, Itália), que é um dos organizadores do terceiro SPLC. Graduado em Língua e Literatura Russa (2000) pela Universidade de Bari (Itália), é mestre em Artes (Pintura), diplomado em 2003 pela Academia de Belas Artes de Bolonha (Itália) e doutor em Ciências Literárias, Linguística, Filologia e Glotodidáticas (2004) pela Universidade de Salento (UNISALENTO), em Lecce (Itália). Dotado de múltiplos talentos, também é poeta, pintor, ilustrador e designer gráfico. Realiza pesquisas sobre a relação pintura/escritura desde 2004, com foco em linhas experimentais, num movimento por ele denominado de Differimentismo. Atua, também, como parecerista de revistas italianas e de outros países (inclusive brasileiras); faz parte de diversos grupos de estudos bakhtinianos. Colabora, igualmente, com universidades brasileiras, nas quais ministrou seminários e minicursos (2012–2022), ora como professor convidado, ora como visitante. Além de ter artigos publicados em periódicos e em capítulos de livros, tem organizado volumes especiais em periódicos e participado de conselhos científico-editoriais e de comissões organizadoras de importantes revistas, tanto na Itália quanto em outros países, como o Brasil.
Dentre as inúmeras publicações de Luciano Ponzio, destacam-se Icona e raffigurazione. Bachtin, Malevič, Chagall (Adriática, Bari, 2000; Mimesis, Milão, 2016); Visione del texto (Graphis, Bari, 2002; Pensa, Lecce, 2016); Lo squarcio di Kazimir Malevič (Spirali, Milão, 2004); Differimentismo (Edizioni dal Sud, Bari, 2005a); Differimenti. Annotazioni per un nuovo spostamento artistico (Mimesis, Milão, 2005b); L’iconauta e l’artesto. Configurazioni della scrittura iconica (Mimesis, Milão, 2010); Roman Jakobson e i fondamenti della semiotica (Mimesis, Milão, 2015 [tradução do livro em andamento no Brasil]); L’immagine e la parola nell’arte tra letterarietà e raffigurazione (AGA, Alberobello, 2017a). No Brasil, publicou Visões do texto (Pedro & João, São Carlos, SP, 2017b) e Ícone e afiguração: Bakhtin, Malevitch, Chagall (Pedro & João, São Carlos, SP, 2019). Organizou, também, a publicação La persistenza dell’altro. La singolarità dell’altro fuori dall’appartenenza identitaria (Pensa, Lecce, 2020). Além disso, traduziu do russo para o italiano algumas obras de Bakhtin e de seu círculo; “Símbolo”, de Averincev (2008); e Semiótica do cinema e lineamentos de cine-estética, de Lotman (1973 [tradução para o italiano em 2020]).
Em se tratando das mesas-redondas do terceiro SPLC, a primeira ocorre em 5 de junho (das 10h às 12h — horário de Brasília) e conta com a presença das professoras Soleni Biscouto Fressato (PPGCS-UFBA) e Janyne Sattler (PPGFIL-UFSC) que discorrem sobre linguagens, estética e transgressão. Essas pesquisadoras são reconhecidas, tanto em âmbito nacional quanto internacional, pela excelência do trabalho que empreendem e pela relevância social de seus estudos e projetos. Importa destacar que, doutora em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia (PPGCS-UFBA), Soleni Fressato é pesquisadora da Oficina Cinema-História, do Núcleo de Produção e Pesquisas da Relação Imagem-História (UFBA) e atua como editora da revista O Olho da História. Além disso, é autora de inúmeros artigos, publicados em periódicos nacionais e internacionais, e dos livros Caipira sim, trouxa não. Representações da cultura popular no cinema de Mazzaropi (EDUFBA,2011) e Ser bandeirante em Curitiba. O catolicismo como política (Casa Publicadora, 2021). É organizadora, em parceria com Jorge Nóvoa (UFBA) e Kristian Feigelson (Paris III), do livro Cinematógrafo. Um olhar sobre a história (EDUFBA; EdUNESP, 2009); e, em parceria com Jorge Nóvoa, de Olhares sensíveis. As belezas das cidades e suas barbáries (Appris, 2019) e de Soou o alarme. A crise do capitalismo para além da pandemia (Perspectiva, 2020).
No que concerne à trajetória de Janyne Sattler, cabe destacar que ela é doutora em Filosofia pela Université du Québec à Montréal (2011), pós-doutora pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, 2011–2012), professora do Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGFIL) da UFSC e vice-coodenadora do GT de Filosofia e Gênero da ANPOF. Além disso, é pesquisadora do Núcleo de Ética e Filosofia Política (NÉFIPO) e do Instituto de Estudos de Gênero (IEG) da UFSC. Atua, também, como coordenadora do Grupo de Estudos em Reflexão Moral Interdisciplinar e Narratividade (GERMINA) e do Projeto Uma Filósofa por Mês, que tem se configurado de excelência, com importantes contribuições à educação, em diferentes níveis de ensino. Atua, também, como professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGFIL) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em Santa Maria (RS), e na Universidade da Fronteira Sul (UFFS), em Chapecó (SC). Autora de inúmeras publicações — quer sejam em capítulos de livros, quer sejam em periódicos nacionais e internacionais — , publicou os livros L’éthique du Tractatus: non-sens, stoïcisme et le sens de la vie (Nepfil, 2014); Wittgenstein em retrospectiva (EdUFSC, 2012), organizado em parceria com Darlei Dall’agnol e Arturo Fatturi; e Tractatus 100. Revisitando a obra de Wittgenstein (Pucpress; EdUFSC, 2022), em parceria com Léo Peruzzo Júnior e Darlei Dall’agnol. Dos capítulos publicados em livros, convém destacar: (i) “Epistemologia feminista”, que integra o livro Filosofia feminista, organizado Marcia Tiburi, Susana de Castro, Maria Borges (Senac São Paulo, 2023); (ii) “Margaret Cavendish e a Impetuosidade da palavra”, publicado na coletânea As pensadoras, organizada por Rita de Cássia Fraga Machado [et alii] (Editora As Pensadoras, 2021); (iii) “Trotula de Ruggiero, médica e mestra da escola de Salerno” (SATTLER; COSSIO, 2022), publicado em Mulheres intelectuais de ontem e hoje, organizado por Aline Rosa, Susana de Castro e Victória Xavier (Atena, 2022); (iv) “The axes and the bodies: feminist epistemologies and axial concepts”, publicado na Skepsis (2023); e (v) “Este é o mundo errado: elementos para uma utopia política feminista”, publicado em Cadernos de Ética e Filosofia Política (2021).
Na mesa-redonda de 6 de junho (das 10h às 12h — horário de Brasília), que tematiza “Educação, linguagem e autoria”, as convidadas especiais: Neiva de Souza Boeno (SEDUC-MT | SME-Cuiabá) — também convidada especial para traduzir as falas de Julia Ponzio e Augusto Ponzio — tece considerações sobre linguagem e autoria, com base em uma leitura interpretativa transversal de Água viva (1973), de Clarice Lispector. As professoras Patricia Peterle (PPGLIT-UFSC | NECLIT-UFSC) e Graziele Altino Frangiotti (DLLE-UFSC | NECLIT-UFSC) focalizam aspectos subjacentes ao projeto Conectando culturas, como ensino de línguas estrangeiras, literatura italiana, tradução, políticas públicas, inclusão social, entre outras. Trata-se, igualmente, de pesquisadoras reconhecidas nacional e internacionalmente, cujos estudos que empreendem revestem-se de relevância social e contribuem para a reflexão sobre caminhos a trilhar para a melhoria na educação. Dada a singularidade de cada uma delas, convém um breve registro de suas belas trajetórias.
Doutora e mestra em Estudos de Linguagem pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Neiva de Souza Boeno é professora efetiva, desde 2000, da rede estadual de Mato Grosso (SEDUC-MT) e da rede municipal de Cuiabá (SME-Cuiabá). Realizou estágio de doutorado na Universidade de Salento (UNISALENTO), em Lecce — Itália, com apoio do Programa CAPES/PDSE 2016/2017. Também atuou como bolsista de pesquisa na Universidade de Bari “Aldo Moro” (UNIBA), em Bari — Itália, com bolsa do Progetto GLOBAL-DOC 2017–2018. É membra fundadora do Grupo “Ágape: nascemos para escrever” (2015), em parceria com Luciano Ponzio, professor da Universidade de Salento (Lecce, Itália) e com a professora Lucimeire da Silva Furlaneto (SEDUC-MT). Desde 2008, tem escrito artigos científicos e capítulos de livros, com foco em temáticas centradas em educação, linguística, literatura, programas e projetos educativos, estudos bakhtinianos e estudos lispectorianos. Na função de organizadora e revisora dos aparatos textuais, participou da tradução dos livros de Luciano Ponzio publicados no Brasil: Visões do Texto (Pedro & João, 2017) e Ícone e afiguração. Bakhtin, Malevitch, Chagall (Pedro & João, 2019). Prefaciou o livro de contos intitulado O universo no espelho: aqueles outros e suas versões das histórias, de Antonio P. Pacheco, publicado em 2021. Além disso, tem contribuído para o aprofundamento e a disseminação do conhecimento da teoria de Bakhtin no Brasil, tanto por meio da tradução dos artigos de Augusto Ponzio e de Luciano Ponzio quanto por intermédio da escritura e publicação de seus próprios textos em periódicos nacionais e internacionais ou em capítulos de livros— como “Fluidità e alterità della scrittura letteraria nel romanzo Água Viva di Clarice Lispector”, que foi publicado em La persistenza dell’altro: La singolarità dell’altro fuori dall’appartenenza identitaria (2020), organizado por Luciano Ponzio e publicado pela Pensa MultiMedia (Lecce, IT) — e das pesquisas que empreende. Dentre seus textos, encontra-se uma das primeiras entrevistas realizadas com Augusto Ponzio, no Brasil, intitulada “Augusto Ponzio: Come parlare delle alle parole” [“Augusto Ponzio: como falar [das] às palavras”]. Esses textos, tanto a versão em italiano quanto em português, foram publicados na Revista Polifonia (v. 20, n. 27, 2013), de modo a contribuir para a difusão do pensamento desse importante filósofo da linguagem.
Em relação a Patricia Peterle, importa sublinhar que, além de doutora em Estudos Literários Neolatinos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006), é pós-doutora em História pela UNESP-Assis e em Poesia Italiana pela Università degli Studi di Genova (Itália, bolsista CAPES). Professora do Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras (DLLE) e do Programa de Pós-Graduação em Literatura (PPGLIT) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), também atua como membro permanente externo no Programa de Pós-Graduação em Língua, Literatura e Cultura Italianas da Universidade de São Paulo (USP). Tradutora de textos filosóficos e literários (G. Agamben, R. Esposito, T. Negri, G. Caproni, G. Pascoli, V. Magrelli, E. Testa, R. Calasso, M. G. Calandrone), integra o Núcleo de Estudos Contemporâneos de Literatura Italiana (NECLIT). Foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Literatura (PPGLIT) e do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução (PPGET), ambos da UFSC. Coordenou o projeto “Literatura e arte no pensamento italiano contemporâneo”, contemplado no Edital Escola de Altos Estudos — CAPES 14/2018. É poeta, crítica literária, coeditora de Mosaico Italiano, colabora com o Rascunho, Antinomie e outros periódicos de circulação nacional e internacional e organizadora de diversas obras poéticas e de caráter ensaístico. Conta, também, com uma extensa publicação de artigos em livros e periódicos nacionais e internacionais. Na relação Itália-Brasil-Itália, coordena acordos entre a UFSC e universidades estrangeiras, e tem sido responsável pela vinda de professores visitantes internacionais à UFSC, com apoio das agências de fomento. Ademais, coordenou o GT de Literatura Comparada da ANPOLL (2013–2014) e atuou como membro do júri do Prêmio Oceanos (2021, 2022, 2023). Atualmente, coordena o projeto em rede Conectando Culturas, participa Conectando Culturas (Edital Humanidades CNPq), que envolve pesquisadores do Brasil, Argentina e Itália.
Professora adjunta do Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras da Universidade Federal de Santa Catarina (DLLE-UFSC) e coordenadora do Curso Extracurricular de Italiano (DLLE-UFSC), Graziele Altino Frangiotti é mestra (2014) e doutora (2019) em Letras (Língua e Literatura Italiana) pela Universidade de São Paulo. Também participou de Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior, na Università degli Studi di Roma Tre. Graduou-se em italiano-português pela Universidade Estadual Paulista (2009), tendo cursado parte da graduação na Università degli Studi di Perugia (2008). É vice-coordenadora do Núcleo de Estudos Contemporâneos de Língua e Literatura Italiana (NECLIT) e atua como membro do Núcleo de Estudos em Língua Italiana no Contexto Brasileiro (NELIB) e do Grupo Ensino e aprendizagem de línguas: uma abordagem quantitativa. Conta com uma significativa produção acadêmica, publicada em periódicos e coletâneas, resultantes de suas pesquisas com ênfase especial nos seguintes temas: aprendizagem de língua adicional; ensino aprendizagem de italiano como língua adicional; variação linguística e ensino de línguas; estratégias de ensino implícito e explícito; metodologias didáticas para o ensino de línguas, entre outros. Atualmente, participa do Conectando Culturas (Edital Humanidades CNPq), projeto interinstitucional que envolve pesquisadores do Brasil, Argentina e Itália.
Além das mesas, a roda de conversa com as ativistas advindas de diferentes regiões do Brasil, em 7 de junho (das 15h às 17h30 — horário de Brasília), configura-se como um momento ímpar para refletir acerca das questões de linguagem, raça, gênero e poder. Participam da roda mulheres que empreendem ações socialmente relevantes: Leila Maria de Jesus Oliveira (Educadora Popular | SEE-DF), licenciada em Artes Cênicas pela Faculdade de Artes de Brasília (1991), mestra em Educação pela Universidade de Brasília (2007), doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Goiás e professora na Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal desde 1989; Yabá Tenily Guian (Encanto do Pina | Baque Mulher | PE), capoeirista, educadora social, batuqueira da Nação Encanto do Pina e do Grupo Baque Mulher em Recife e regente do Baque Mulher RJ e da Roda de Estudos RJ da Nação Encanto do Pina; e Luciana de Freitas Silveira, (Educadora Comunitária | Militante do Movimento Negro Unificado), licenciada em Ciências Sociai pela UFSC, mestra em Educação (2022) pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da UFSC, doutoranda do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH) da UFSC e líder de um grupo de mulheres intitulado Escutação.
No que concerne aos grupos de trabalho (GTs), quinze pesquisadoras(es), cujos resumos foram selecionados, apresentam seus estudos em forma de comunicação. No GT 1 — SUL GLOBAL, COSMOPOLÍTICAS E LINGUAGEM, em 5 de junho (das 15h30 às 18h), ocorrem sete comunicações; e, no GT 2 — NEOLIBERALISMO, RESISTÊNCIAS E LINGUAGENS, em 6 de junho (das 15h às 17h30 — horário de Brasília), oito pesquisadores apresentam seus trabalhos.
Em relação à programação completa do evento, cabe pontuar que, além da animação em vídeo, há o CADERNO DE PROGRAMAÇÃO: III SEMINÁRIO DE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS CRÍTICAS (em formato PDF), que está disponível no site do Grupo PoLiTicas. Importa ressaltar, ainda, que ouvintes poderão realizar sua inscrição por meio do link que estará disponível no bate-papo do YouTube, no decorrer das atividades do evento (5, 6 e 7 de junho de 2023). Haverá certificado para participantes e ouvintes, que será emitido pelo sistema de certificação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Outros detalhes podem ser conferidos na página do evento no Facebook ou no site do Grupo PoLiTicas. Agendem-se, caras(os/es) leitoras(es) e participem, pois serão momentos ímpares para interagir e trocar ideias e saberes com as(os/es) convidadas(os/es) especiais!
Anexos
Programação do evento
Cartaz do terceiro Seminário de políticas linguísticas críticas: diálogos interdisciplinares
Integrantes do comissão organizadora e científica do terceiro SPLC
CADERNO DE RESUMOS DO TERCEIRO SEMINÁRIO DE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS CRÍTICAS
Referências
- BOENO, Neiva de Souza. Como falar (das) às palavras. Entrevistado: Augusto Ponzio. Polifonia, Cuiabá (MT), v. 20, n. 27, p. 355–387, jan./jun. 2013.
- PONZIO, A. Augusto Ponzio website: vida e obra. Bari, IT: [s.n.], 2023. Dispinível em: http://www.augustoponzio.com/index.html. Acesso em: 17 maio 2023.
- SEVERO, C. G.; CASTELLI, E.; BARBOSA, M, L. R.; PONZIO, L. (coords.). ENCONTRO DE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS CRÍTICAS, 3., 2023. Comissão organizadora e científica: Alline Pedrotti [et al.]. Florianópolis, SC: PoLiTicas; PPGL-UFSC, 2023. Disponível em: https://politicaslinguisticas.ufsc.br/iii-seminario-de-politicas-linguisticas-criticas/. Acesso em: 17 maio 2023.
- SEVERO, C. G.; CASTELLI, E.; BARBOSA, M, L. R.; PONZIO, L. (orgs.). Caderno de programação: seminário de políticas linguísticas 3. Florianópolis, SC: PoLiTicas; PPGL-UFSC, 2023. Disponível em: https://politicaslinguisticas.ufsc.br/wp-content/uploads/2023/06/v3_1jun23III-SPLC_Programacao_5-7-junho2023-2.pdf. Acesso em: 17 maio 2023.