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Trabalho, Sociedade e Sujeitos

IHU
Transformações no mundo do trabalho
14 min readApr 27, 2017

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Edição: Jéferson Rodrigues e Rico Machado

Revista IHU On-Line, n. 416

As novas configurações do mundo do trabalho, seus impactos na vida dos trabalhadores e das trabalhadoras e seus desafios para a organização e a luta da classe trabalhadora é o tema em discussão na revista IHU On-Line.

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Linguagem, singularidade e atividade de trabalho

“Múltiplos eixos problemáticos, pouco visíveis num passado recente, hoje se constituem em objeto de investigação. Os paradigmas atuais questionam um conjunto de premissas e noções que orientaram, até há pouco tempo, a atividade científica. Interações inter-transdisciplinares, não-lineares, são convocadas para gerar conhecimento sobre temas que polarizam a atenção de profissionais de várias especialidades.” — Artigo de Marlene Teixeira e Éderson Cabral

Lealdade nas Atuais Relações de Trabalho

“Buscar explicações para o seu tempo é o objetivo do estudo de todo aquele que se propõe a um maior aprofundamento dos conteúdos que adquire em sua formação acadêmica. A reflexão da circunstância vivenciada é uma prática enriquecedora que é motivada pelo espírito crítico e investigativo do estudante que não se contenta apenas com a absorção e reprodutibilidade do conhecimento” — Artigo de Lauro Antônio Lacerda d’Avila

Os Desafios do Trabalho no Século XXI — Prof Ricardo Antunes (Unicamp)
Cristiano de Jesus / Flickr Creative Commons

Mulheres

A mulher empreendedora da atualidade

“Total autonomia as mulheres ainda não possuem. No aspecto econômico, acredito que seja preciso potencializar as ações que promovam a equidade de gênero no mercado produtivo, pois não bastam apenas mudanças quantitativas dentro da população economicamente ativa.” — Entrevista especial com Sueli Batista dos Santos

O alto preço que as mulheres pagam para ascender no campo profissional

“As mulheres se superam cotidianamente no mundo do trabalho com a mesma disposição, garra, perspectivas, com que tocam tudo ao seu redor. São capazes de seguir sempre adiante, sem descuidar dos aspectos, sejam eles estéticos, emocionais, afetivos de todos que estão à sua volta, não se esquecendo delas mesmas. Elas criam resistências domésticas e profissionais, burlam normas. Assumem um papel integrador, unindo o que está separado.” — Entrevista especial com Darli de Fátima Sampaio

Fonte: A Mulher no Mercado de Trabalho | Super Mulheres

Uma em cada duas mulheres trabalhadoras tem um emprego sem garantia de direitos

“Elas trabalham em casa ou em microempresas familiares, no campo, em pequenas lojas na rua ou como empregadas domésticas. Têm contratos sem as garantias mínimas, salários injustos e podem não ter direito a licenças, seguro desemprego, pensão. São 586 milhões num conjunto de pouco mais de 1,24 bilhão, de acordo com estimativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT). As regiões em que se concentra o maior número de mulheres com trabalho considerado informal são a África subsaariana, a América Latina, o Caribe e o sul da Ásia.” — Reportagem de Denise Zani

As desigualdades entre homens e mulheres na disputa do poder

“No Legislativo, elas são 12% no Senado e 9% na Câmara. No Executivo, representam 15% dos governadores e apenas 7,5% dos prefeitos. No poder Judiciário, chegam a 18% no Superior Tribunal de Justiça — STJ, mas ficam em 6% em outros tribunais federais.” — Entrevista especial com Ligia Mendonça.

Desigualdades de Gênero no Mercado de Trabalho — Super Mulheres

Mulheres lutam por igualdade, mas problemas históricos persistem

“O feminismo tem ganhado cada vez mais força na sociedade brasileira. Na internet e nas ruas, mais brasileiras estão se manifestando em defesa da igualdade de gênero e do fim da violência. No ano passado, a Marcha das Margaridas e a das Mulheres Negras levaram milhares de militantes a Brasília para pedir melhorias para a vida de 51,4% da população brasileira.” — Reportagem de Maiana Diniz.

A masculinidade ainda valorizada e assumida

A posição da mulher na sociedade contemporânea tende a ser cada vez mais aproximada da posição masculina. Não podemos nunca esquecer que a lógica do social tende a reproduzir um modelo de feminilidade em que a ideia de fragilidade e de objeto no mercado matrimonial continuam a orientar os comportamentos hegemônicos, permitindo que o paradigma da feminilidade centrado em características como a delicadeza, vaidade e emotividade, entre outras, continue a imperar, mesmo que contestado por outros modelos diferentes que não se enquadrarão neste molde — Entrevista especial com Pedro Paulo de Oliveira

7 mitos sobre mulheres no mercado de trabalho

7 mitos sobre mulheres e mercado de trabalho

Trabalho doméstico passa por um lento processo de transformação

“Uma mão de obra cada vez mais velha, escolarizada, escassa e, consequentemente, mais cara. O trabalho doméstico passa por um lento processo de transformação, decorrente das mudanças socioeconômicas do país na última década. A tendência estatística já sugere que contar com uma trabalhadora doméstica em casa será um ‘luxo’ no Brasil dentro de alguns anos.” — Reportagem de Alexandre Costa Nascimento

Trabalho doméstico brasileiro e a herança da sociedade escravocrata.

A regulamentação do trabalho doméstico durante a transição do trabalho escravo para o livre surge porque os patrões queriam garantir a disciplina dos trabalhadores. A disciplina dos escravizados se dava por meio da noção da propriedade e pela violência, que eram as formas de tentar coagir ao trabalho. Contudo, à medida que as trabalhadoras domésticas eram livres, como obrigá-las a trabalhar, tendo elas a liberdade e a posse sobre o corpo no sentido de ir e vir? — Entrevista especial com Lorena Telles

Manoel / Flickr Creative Commons

Juventude

Frustrados e ‘tentando se virar’: o que estão fazendo os jovens que perderam o emprego?

Fonte: Observatório Jovem UFF

“Estar em casa no meio da tarde de uma quarta-feira pode parecer o paraíso para quem vive preso no escritório. Mas, para os milhares de jovens brasileiros que estão sem emprego, horas, semanas e meses livres não têm nada de descanso.” — Reportagem é de Ingrid Fagundez

Jovens pobres e o novo mundo do trabalho

“A ausência de uma perspectiva profissional, marcada mais pela ruptura do que pela continuidade, faz com que o trabalho fique desprovido de um sentido. […] Por ser uma revolução muito recente, esses jovens que já cresceram dentro dela, intuitivamente conhecem a realidade em que pisam. Por exemplo, sabendo que o domínio básico de noções de informática é importante para ampliar as chances de acessar o mercado de trabalho, muitos jovens pobres fazem cursos nessa área.” — Entrevista especial com André Langer

Esticadores de Horizontes: Ao trabalho, juventude!

“Geração de emprego e renda com responsabilidade social. Hoje, volta a ser tema da série Esticadores de Horizontes, mas para desencadear uma reflexão crítica sobre políticas públicas e livres iniciativas voltadas à qualificação profissional e inserção das juventudes no sistema produtivo, com vistas à inclusão social.” — Texto de Ethel de Paula

K Daniel Zanini H /Flickr-Creative-Commons

Um em cada cinco jovens na América Latina não estuda nem trabalha

“A economia latino-americana viveu uma década de ouro, que incorporou milhões de pessoas à classe média, que passou de 21% da sociedade para 35%. Mas os jovens dessa região não se beneficiaram tanto quanto era esperado. Agora além do mais estão em uma situação muito vulnerável por causa da crise que enfrenta essa área do planeta com a queda do preço das matérias-primas. São 32 milhões de jovens latino-americanos entre 15 e 29 anos, um em cada cinco, que não estudam nem trabalham, de acordo com o relatório Perspectivas Econômicas da América Latina, da OCDE.” — Reportagem de Carlos E. Cué

Geração ‘nem-nem’. As desigualdades sociais e de gênero

“A chamada geração nem-nem no Brasil é mais um fenômeno que traduz os efeitos das desigualdades sociais. A maioria desses jovens que nem estão no mercado de trabalho, nem na escola — daí a expressão nem-nem — encontram-se inevitavelmente em famílias de mais baixa renda. São pessoas que dependem do ensino público para a formação profissional, mas que, em função da má qualidade da educação, se colocam no mercado de trabalho mais precário. Sem qualificação e formação, acabam alijados de ambos.” — Entrevista especial com Adalberto Cardoso

Fenômeno “nem-nem” é reflexo de problemas estruturais.

“O aumento do número de jovens que não trabalha, não estuda e não procura emprego no país, reflete “questões estruturais”. De 2014 para 2015, o número de jovens com idade entre 15 e 29 anos, que não trabalham e não estudam subiu de 20 para 22,5%, e desses, explica, 14,4% além de não estudarem e não trabalharem, não procuram emprego.” — Entrevista especial com Luanda Botelho

Revista IHU On-Line, n. 449

A desigualdade sobrevive. Aliás, o mundo contemporâneo tem testemunhado o aceleramento dos níveis globais de desigualdade. Ao analisar historicamente o capitalismo e desconstruir o mito da meritocracia, Piketty desafia a narrativa de que o liberalismo poderia resultar em uma sociedade mais igualitária.

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Eu, Daniel Blake

“Uma das melhores reflexões sobre o mundo conturbado em que vivemos veio do inglês Ken Loach, com a joia humanista Eu, Daniel Blake, que lhe garantiu a segunda Palma de Ouro no Festival de Cannes 2016. Sua primeira Palma havia sido Ventos da Liberdade (2006).” — Comentário é de Neusa Barbosa

Nós, Daniéis Blakes

“Impossível não chorar vendo Eu, Daniel Blake, o novo filme do cineasta britânico Ken Loach. A questão é: você chora por você mesmo, chora por causa de seu humanismo incontornável ou chora porque sabe que tentar deter planos de extermínio dos mais vulneráveis é como enxugar gelo em Ipanema?” — Comentário é de Jotabê Medeiros

Filme: Eu, Daniel Blake (versão em espanhol)

A voz dos mais fracos: o cinema político de Ken Loach

“Bem, há que matizar, como recomendam os filósofos. Primeiro que sim, há muita gente em todos os cantos fazendo cinema desse gênero. Basta ver a quantidade de obras dedicadas a aspectos históricos e políticos em todo o mundo e também no Brasil.” — Comentário é de Luiz Zanin Oricchio

Ken Loach: “O Estado cria a ilusão de que, se você é pobre, a culpa é sua”

“Daniel se torna um pai para Katie e um avô para as crianças. A humanidade que demonstram realça a indignidade do monstro que os condena. Aí está, como terão reconhecido seus fiéis, o toque de Ken Loach.” — Entrevista de Pablo Guimón.

Sergio Amaral/STJ

Idosos/as: O tempo da sabedoria acumulada

Idosos voltam ao mercado de trabalho

Há quase três anos, Julio Cesar Alves Ferreira viu o sonho de ser empresário se desfazer diante da falência de seu negócio de distribuição. Hoje com 63 anos e sem aposentadoria, olha para o saldo de suas reservas, acumuladas durante décadas de trabalho, e enxerga um número cada vez mais próximo de zero. “Estou procurando emprego em qualquer área. Estou precisando. O pouco que tinha fui usando, e agora a reserva está acabando.” — Texto de Idiana Tomazelli e Vinicius Neder

Um senhor estagiário

Ben Whitaker, um viúvo de 70 anos, sente que a aposentadoria deixou um vazio em sua rotina. Quando aparece uma vaga como estagiário em uma empresa de moda on-line, Ben a enxerga como uma oportunidade para voltar à luta.

Nunca é tarde para tentar

Direção: Nancy Meyers
Roteiro: Nancy Meyers e Suzanne Farwell
Com Robert De Niro e Anne Hathaway
Ano 2015 |121 minutos

Idosos na força de trabalho sobem 65% em dez anos

“Outro recorte nos dados do Censo 2010 mostra forte tendência de envelhecimento do trabalhador brasileiro na última década. A quantidade de pessoas com mais de 60 anos que está no mercado de trabalho cresceu 65% desde 2000. O número pulou de 3,3 milhões para 5,4 milhões em 2010.” — Reportagem de Luiz Guilherme Gerbelli e Rodrigo Burgarelli

Situações embaraçosas…

IHU Ideias, n. 233

“O capitalismo biocognitivo que estamos vivenciando afeta de forma significativa o mundo do trabalho, a saúde e a segurança dos trabalhadores. Relações de resistência são urgentes, pois os trabalhadores vivenciam situações contraditórias diante da pressão e do assédio moral que sofrem. O adoecimento físico e mental dos trabalhadores, vítimas das constantes reestruturações, precarização dos processos e relações nos ambientes de trabalho, geram preocupação, especialmente com o sofrimento causado.” — Artigo de Elsa Cristine Bevian

O trabalho e suas dimensões estruturadora e opressora: faces da mesma moeda

ZMCA / Flickr Creative Commons

O mundo do trabalho é composto por múltiplos aspectos que vão além das questões somente econômicas e do fazer técnico de cada área. Em verdade, tais elementos não podem ser dissociados dos contextos social e psicológico das relações laborais em um esforço de interpretação dos sentidos e práticas geradas pela experiência do trabalho. — Marcelo Afonso Ribeiro

O suicídio de trabalhadores. Os casos do Brasil e da França

O trabalho pode levar ao suicídio? Muitos suicidas na Ásia e na Europa usam como justificativa a pressão e o excesso para o fato de acabar com a própria vida. A prova disso, hoje, está nos 25 suicídios, só nos últimos 20 meses, ocorridos entre os funcionários da ex-estatal e hoje líder de mercado France Telecom. — Entrevista especial com Marcelo Finazzi

A política do precariado no mundo do trabalho.

Os quase 12 anos de atuação do governo petista de situação foram bastante significativos para as mudanças da figura do precariado brasileiro — o proletariado precarizado. A facilitação do registro para abertura de empresas, a simplificação tributária e o acesso ao crédito, por exemplo, colaboraram para a diminuição dos números de trabalho informal. — Entrevista especial com Ruy Braga

Aula Pública: Precarização do Trabalho com Ruy Braga

Trabalho infantil. “Não quero fiscalizar trabalho em matadouros porque não aguento.”

“Nós nos deparamos com essa situação de trabalho infantil, na qual as crianças trabalham dia e noite, com exceção de sexta-feira, dia em que entregam a produção para o atravessador, e nos fins de semana, mas ficamos de mãos atadas, porque as famílias incentivam o trabalho.” — Entrevista especial com Marinalva Cardoso Dantas

Cícero R. C. Omena / Flickr Creative Commons

Escravidão contemporânea

Trabalho escravo no Brasil: uma realidade cruel

Fonte: fgvnoticias.fgv.br

O Brasil está passando por uma tentativa de desmoralização da fiscalização do trabalho escravo e, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), isso se deve à pressão da bancada ruralista no Congresso Nacional e a setores ligados ao agronegócio, que, por muitos âmbitos, estão desmoralizando não apenas uma ação, mas todo o País . — Entrevista especial com Frei Xavier Plassat

Trabalho escravo: um problema que persiste

Ao tratar o problema, revela-se que não apenas na Amazônia há a ocorrência desses crimes, mas também em estados economicamente ricos, como São Paulo e Rio de Janeiro, ou culturalmente reconhecidos, como o Rio Grande do Sul e Paraná. — Entrevista especial com Marcos Pedlowski

“Há fazendas com hospitais para o gado, mas o trabalhador não tem nem água tratada”

Há dez dias, a chamada lista suja do trabalho escravo, que revela o nome de empregadores envolvidos em contratações análogas à escravidão, voltou a ser publicada. Ela estava suspensa desde 2014, quando o então ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, acatou o pedido feito pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), que conta com construtoras flagradas explorando trabalhadores expostas na lista. — Entrevista com Ronaldo Fleury.

O trabalho escravo reinventado pelo capitalismo contemporâneo

“A cada dia, há novas denúncias de exploração do trabalho escravo em fazendas brasileiras. Mas não se trata apenas de um trabalho incessante do qual é quase impossível livrar-se. Trata-se de uma constante ameaça e um pavor que degradam o ser humano submetido a tais condições. Quanto mais o capitalismo leva às empresas a competitividade frenética, o trabalho escravo é escolhido como a opção mais barata para obter cada vez mais lucro.” — Entrevista especial com Leonardo Sakamoto

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Transformações no mundo do trabalho

O Instituto Humanitas Unisinos — IHU busca apontar novas questões e respostas para os grandes desafios de nossa época...