Conheça o Livro dos Mortos do Egito Antigo

Recentemente, um fragmento do Livro dos Mortos do Egito Antigo foi encontrado e restaurado após 2.300 anos. Você conhece esse livro?

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3 min readAug 5, 2021

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Hieróglifos egípcios escritos em uma parede. Imagem do PxHere.

Pesquisadores do Museu Teece da Antiguidades Clássicas, na Nova Zelândia, encontraram um antigo fragmento da caixa funerária de uma múmia e decidiram digitalizá-lo em um banco de dados.

Do outro lado do mundo, nos Estados Unidos, egiptólogos perceberam que aquele achado era muito importante.

Os estudiosos americanos (do Getty Research Institute) analisaram o artefato de 2.300 anos e notaram que aquela peça complementava um pedaço do Livro dos Mortos, que há muito tempo havia sido encontrado, mas cuja decifração era impossível pois estava incompleto.

Apesar de oferecer uma nova compreensão sobre o livro, o diretor dos arquivos do Instituto Oriental da Universidade de Chicago (Foy Scalf) disse que ainda há muito mais a ser descoberto. Todavia, encontrar os restantes da obra egípcia não será fácil, uma vez que os pedaços podem estar espalhados ao redor do mundo, inclusive em coleções privadas.

O Livro dos Mortos de Hunefer, folha 7.

Mas o que é o Livro dos Mortos do Egito Antigo?

Sabemos que os egípcios eram bastante religiosos. Eles faziam de tudo para garantir uma boa passagem para a morte. Inclusive, a maior parte da arte egípcia não era para ser vista, mas sim tinha uma função mágica e ritual, servindo para garantir o bem-estar de uma pessoa falecida após a morte.

O Livro dos Mortos servia ao mesmo fim. Ele foi escrito e modificado por sacerdotes ao longo de mil anos no período mais próspero do Egito (Império Novo), de cerca de 1550 a.C. a cerca de 50 a.C.. Tratava-se de uma coletânea de feitiços, fórmulas mágicas, orações, hinos e litanias, que serviam para ajudar na passagem do falecido pelo Duat (submundo) e na vida após a morte.

O nome original egípcio é melhor traduzido como Livro de Emergir na Luz. Esses textos funerários eram colocados junto ao caixão ou à câmara mortuária do falecido.

Fragmento do Livro dos Mortos em um caixão, no templo funerário de Hatshepsut.

Um fato interessante é que não havia um único livro dos mortos. Cada coleção de textos variava bastante em suas ilustrações. Algumas pessoas parecem ter encomendado suas próprias cópias do livro, escolhendo feitiços que consideravam mais importantes para sua progressão para a vida após a morte.

O Livro dos Mortos também era mais comumente escrito em hieróglifos ou em escrita hierática em um rolo de papiro. Muitas vezes eram ilustrados com vinhetas retratando o falecido e sua jornada para a vida após a morte, que poderia falhar ou ser bem-sucedida.

O melhor exemplar existente é o Papiro de Ani (Ani era um escriba egípcio). Ele foi descoberto por Sir E. A. Wallis Budge em 1888 e levado ao Museu Britânico, onde atualmente reside.

Você já conhecia o Livro dos Mortos? Deixe seu registro nos comentários!

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