60 anos do Morumbi: todos os caminhos até o Cícero Pompeu de Toledo

Por Domingos Antonio D’Angelo Junior [1]

A cidade é que veio “morar” no bairro do
Morumbi, o Estádio veio muito antes!

Durante a construção do estádio, nota-se a piscina da parte social. E o mais importante: ao redor quase nenhuma casa! | Boteco do Morumbi | Direitos reservados.

1 — Pré-temporada: as casas do São Paulo F.C.

Chácara da Floresta — O São Paulo Futebol Clube foi fundado em 25 de janeiro de 1930, “herdeiro” das grandes torcidas e glórias do Club Athletico Paulistano e da Associação Athletica das Palmeiras. Desta última, recebeu por herança e manteve por cinco anos como sua casa o Estádio da Chácara Floresta, localizado à esquerda da Ponte das Bandeiras, junto ao rio Tietê.

Reprodução | DIMAND, Dora. Club Athletico Paulistano: um clube que cresceu com a cidade. São Paulo: CAP, 1970. p. 34.
Entre 1916 a 1935, o Estádio da Floresta, foi um dos melhores e mais importante da cidade, tendo sido “destruído” pelos dirigentes do C.R. Tietê, quando da tentativa de fusão com o São Paulo. | c. 1930 | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube | Direitos reservados.

Campo da Mooca — Quando o clube foi reorganizado, em 15 dezembro de 1935, não tinha um campo próprio. A situação só foi mudar em 12 de setembro de 1938, quando ocorreu oficialmente a fusão do São Paulo F.C. com o Clube Atlético Estudantes Paulista. Como este clube detinha o direito de uso do Estádio Antônio Alonso, da Companhia Antarctica, no bairro da Mooca, acabou se tornando a segunda casa do Tricolor.

Estádio Antônio Alonso, também conhecido por Antarctica Paulista, no bairro da Mooca. | c. 1940 | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube | Direitos reservados.

O Canindé— Em 1944, sob a “batuta” de Décio Pacheco Pedroso, o clube adquiriu sua maioridade, com a aquisição do Canindé que passou a ser seu campo de treinos.

Para desmentir lendas, é necessário registrar que o Canindé foi adquirido pelo São Paulo F.C. de Aladino Vannucci e Giuseppina Vannucci, através de escritura pública, lavrada no 6º Tabelião de Notas de São Paulo, no dia 29 de janeiro de 1944, devidamente registrada no Cartório de 3ª Circunscrição de Registro de Imóveis da Capital, sob nº 29.874.

Reprodução | NICOLINI, Henrique. Tietê o rio do esporte. SP: Editora Phorte, 2001. p. 302.

Estádio do Pacaembu — Com a inauguração do Estádio Municipal, em 1940, o Tricolor passou a mandar seus jogos neste campo. O São Paulo estreou no Pacaembu em 11 de maio de 1940, em jogo amistoso contra o América F.C. carioca. A partida inaugurou o sistema de iluminação noturna.

Desfile do São Paulo F.C., inauguração do Estádio do Pacaembu. Reprodução | SERRA, Michael. São Paulo FC: 90 anos — volume 1: onde a moeda cai de pé (1930–1943). São Paulo: SPFC, 2020. p. 126.

2 — Torneio Início: em busca de um terreno

Apesar do conforto e das grandes rendas alcançadas no Pacaembu, o objetivo dos são-paulinos era mesmo a casa própria. Antes da definição do local para construção de um estádio, no final da década de 1940 e início da década de 1950, a direção do São Paulo F. C. analisou algumas possibilidades.

A primeira, ao final da década 1940, foi a região do Ibirapuera (antes da construção do atual parque), não encontrou guarida dos poderes públicos.

Poderia ter existido: o São Paulo do Ibirapuera. | A Gazeta Esportiva, São Paulo, 08 abr. 1948.

A segunda possibilidade, um terreno da Companhia Light às margens do Rio Pinheiros, também não deu certo. Constatou-se que a área, além de pequena, estava sujeita a possíveis obras de retificação fluvial.

No início de 1951, a Imobiliária e Construtora Aricanduva adquiriu da Condessa Mariangela Matarazzo e de outros proprietários, uma área de 2 milhões de metros quadrados, denominada “Jardim Leonor”, no bairro do Morumbi [2], subdistrito de Santo Amaro.

O plano era construir um grande loteamento. Mas a localização desconhecida, dificultava o projeto. A empresa procurava uma forma de divulgar seu loteamento para o público. Entre tantas possibilidades, por que não seguir o modelo feito anos antes no bairro do Pacaembu, com a construção de um estádio, que tornou o nome conhecido e chamariz de público?

Dessa maneira, em 15 de maio de 1952, Cícero Pompeu de Toledo, presidente do São Paulo, cria a Comissão Pró-Estádio, constituída, além dele mesmo, pelo secretário Luiz Cássio dos Santos Werneck e o tesoureiro Amador Aguiar, além dos membros Piragibe Nogueira, Manoel Raymundo Paes de Almeida, Altino de Castro Lima e Luiz Campos Aranha. Foi constituído ainda um conselho técnico formado por Carlos Alberto Gomes Cardim Filho, Pedro França Pinto, Roberto de Barros Lima e Oswaldo Arthur Bratke.

Em 4 de agosto de 1952, o clube adquiriu, por doação da Imobiliária Aricanduva, um terreno de 99 mil metros quadrados no loteamento planejado, o primeiro dos três lotes que acabaram negociados e que compuseram a propriedade total do Tricolor.

Observe-se que com a aquisição por doação o clube assumiu a obrigação da construção de um estádio.

Nove dias depois, em 15 de agosto, após adquirir o terreno, sem um projeto e a forma financeira de construção, portanto, num arroubo próprio de visionários e sonhadores, o clube lançou a pedra fundamental, que foi abençoada pelo cardeal são-paulino, Monsenhor Francisco Bastos.

O pavilhão tricolor junto a pedra fundamental. | c. 1953 | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube | Direitos reservados.

Em 2 de setembro a Comissão Pró-Estádio cria um plano para a venda de 3.000 cadeiras cativas, com uso válido por 20 anos, que seria operacionalizada pela empresa Cooperária Construções S/A. (este plano inicial seria modificado posteriormente).

Um empréstimo de Cr$ 5 milhões, feito junto à Caixa Econômica Estadual, foi o primeiro recurso financeiro que o clube teve para o “pontapé inicial” da construção do estádio. Com este dinheiro o São Paulo fez uma concorrência para escolha do projeto arquitetônico e iniciou o trabalho de terraplanagem.

Participaram da concorrência três escritórios famosos ao custo de Cr$ 40 mil cada um: o soviético Antonov & Zolnerkevic; o de Gilberto Junqueira Caldas e o grupo de Vilanova Artigas, Gastão Rachou Jr., José Carlos Pinto, Carlos Cascaldi e David Ottoni.

O projeto vencedor chamou a atenção pela capacidade de público prevista: 120 mil espectadores, além dos menores custos de construção e manutenção. Foi apresentado pelo engenheiro e arquiteto João Batista Vilanova Artigas, que em sua época era adepto do “brutalismo”, conceito que valorizava o concreto exposto. Este estilo deu origem ao gênero conhecido como “Escola Paulista”.

Em 10 de março de 1953 o São Paulo apresentou ao público, na então sede da Avenida Ipiranga, a maquete da sua futura casa. O projeto previa o estádio, ginásio, pista de atletismo e parque aquático com três piscinas, além de quadras poliesportivas. A obra foi orçada em Cr$ 100 milhões.

A maquete e conceito original de Artigas para o Morumbi. | O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 10 abr. 1954 | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube.

Além do empréstimo feito junto à Caixa Econômica, o São Paulo obteve um contrato com a Companhia Antarctica Paulista, para a venda de produtos no estádio, com exclusividade, por 10 anos, com pagamento imediato de Cr$ 5 milhões.

3 — Preliminar: começam as obras

As obras propriamente ditas começaram em 1º de julho de 1953, com a terraplanagem e o clube assumido uma responsabilidade do poder público: a canalização do Córrego Antonico. Ainda hoje as águas do córrego são um problema, causam inundações quando chove, devido à histórica ausência de obras complementares.

A terraplanagem do Morumbi. | Arquivo Histórico do São Paulo F.C. | Acervo Agnelo Di Lorenzo | Direitos reservados.
A área do estádio e o curso do Córrego Antonico. | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube | Direitos reservados.

Em dezembro de 1953 as obras de terraplanagem terminaram. No ano seguinte, depois de obter os direitos de propriedade, o clube modificou o projeto original de Vilanova Artigas, aumentando a capacidade de público em 30%, passando a 156 mil espectadores. Outra mudança foi na chefia do projeto, que passou ao engenheiro Roberto de Barros Lima. Também deu-se o estaqueamento e a construção das fundações do estádio.

Visão dos túbulos para colunas e gigantes. | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube | Direitos reservados.

Ainda em 1954, para aumentar as receitas, foi alterado o plano de vendas das cadeiras cativas, passando a ser uma propriedade permanente e não mais por 20 anos. O contrato com a Cooperária Construções foi rescindido e assinado um novo acordo com a Rádio Bandeirantes e com o produtor de Rádio e TV Oswaldo Molles. Este reformulou a propaganda das cadeiras cativas, criando o personagem “Sentadinho de Oliveira” = SO (sigla de Sócio-Olímpico), proprietário de cadeira cativa, que se tornou um sucesso, aumentando consideravelmente as vendas.

O mascote criado por Mollles para ativar a venda de cativas. | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube.

As cativas foram vendidas a Cr$ 19 mil à vista, Cr$ 20 mil com prestações de Cr$ 1.000 ou ainda por Cr$ 22 mil, em 44 prestações de Cr$ 500.

Até a inauguração do estádio, foram vendidas 12 mil cadeiras, com uma receita aproximada de Cr$ 240 milhões, não se considerando correções monetárias e a inflação.

Diploma de proprietário concedido aos compradores de cadeiras cativas, com o título de sócio-olímpico. | Acervo Domingos Antônio D’Angelo Júnior.

No ano de 1955, foram realizadas importantes obras, como drenagem, túneis, fosso, rede de irrigação e arquibancada térrea.

Em 24 de janeiro de 1956, o estádio foi “batizado”. O Conselho Deliberativo do clube aprovou nome oficial de Estádio Cícero Pompeu de Toledo [3], homenagem ao seu grande idealizador, cuja lema era: “Fazer o possível agora, e o impossível depois.”

Em 31 de julho de 1956, em Balanço da Comissão Pró-Estádio, assinado por Cícero Pompeu de Toledo, Amador Aguiar e Laudo Natel, era informado que o São Paulo havia gasto Cr$ 56.054.599,90 na construção e arrecadara Cr$ 58.872.050,20, ou seja naquela primeira fase a obra apresentava um saldo positivo de Cr$ 487.356,20.

Em 1957 a bola rolou pela primeira vez no gramado do Morumbi. Para divulgar a construção do estádio, foi promovido em 25 de janeiro um jogo extra oficial entre veteranos paulistas e cariocas (na verdade um combinado Bangu/Madureira).

As seleções paulista e carioca de veteranos. | 1957 | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube | Direitos reservados.

Nos anos de 1956 e 1957 foram destinados mais de Cr$ 100 milhões nas obras, ainda assim o time foi campeão paulista em 1957.

O colosso se eleva. | c. 1959 | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube | Direitos reservados.

Em 13 de julho de 1959 o clube adquiriu, também por doação, o segundo lote de 26 mil metros quadrados da Imobiliária Aricanduva.

Entre 1958 e 1960 as obras avançaram e foi possível marcar a inauguração do estádio, ainda que incompleto, o que com o tempo se mostrou uma ótima solução, pois o clube passou a ter sua casa própria e novas receitas vieram.

4 — Primeiro tempo: inauguração parcial

Assim sendo, foi escolhida a data de 2 de outubro de 1960 para a inauguração. Neste dia a bola rolou oficialmente no Morumbi. Há 60 anos o São Paulo F.C. inaugurou seu próprio estádio, em jogo contra o Sporting C.P., de Lisboa, Portugal, com vitória do Tricolor por 1X0, gol do jogador Peixinho.

O Morumbi no dia 2 de outubro de 1960. | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube | Direitos reservados.
Ademar, Poy, Gildésio, Fernando Satyro, Riberto, Victor e Serrone (roupeiro); Peixinho, Jonas, Gino Orlando, Gonçalo e Canhoteiro. | 2 out. 1960 | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube | Direitos reservados.
Peixinho deixando o nome na história. | 2 out. 1960 | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube | Direitos reservados.

A inauguração teve uma segunda parte, na semana seguinte, no dia 9 de outubro. Para tanto o São Paulo promoveu uma rodada dupla. Na preliminar, um time formado por veteranos do Tricolor (com muitos integrantes do famoso Rolo Compressor, dos anos 1940) enfrentou uma Seleção Paulista de veteranos. Na partida principal o Tricolor enfrentou o Nacional, do Uruguai, com vitória do São Paulo por 3X0, gols de Gino (2) e Canhoteiro.

Para esta partida foram convidados jogadores de outros times para jogarem com a camisa são-paulina: Julinho Botelho e Djalma Santos, do Palmeiras e Almir Pernambuquinho do Corinthians, vestiram o manto Tricolor. Pelé também convidado não pode participar por estar contundido.

Os três convidados. Direitos Reservados | MAZZONI. Thomaz. Álbum comemorativo São Paulo Futebol Clube: inauguração Estádio Cícero Pompeu de Toledo. São Paulo: Publicidade Olimpicus, 1960. 166 p.
Serrone (roupeiro); Djalma Santos, Poy, Fernando Sátyro, Riberto, Victor e pessoa não identificada; agachados: Julinho Botelho, Almir Pernambuquinho, Gino Orlando, Gonçalo e Canhoteiro. | 9 out. 1960 | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube | Direitos reservados.

5 — Segundo tempo: sonho alcançado

O período que se seguiu foi de poucos avanços: sem recursos financeiros, as obras não tiveram grandes investimentos. O saldo em caixa foi utilizado em 30 de março de 1965 para comprar o terceiro e último lote de 29 mil metros quadrados com a Imobiliária Aricanduva, com pagamento em suaves prestações.

Em 1968, o clube lançou o projeto Carnê Paulistão, através de campanha criada por Hélio Setti e Oswaldo Molles. O slogan “A Grande Jogada é Construir o Paulistão” foi um sucesso. Inicialmente com uma tiragem de 100 mil unidades, cada carnê era vendido por NCr$ 5,00 (cada qual com 12 prestações no mesmo valor). O sucesso levou a emissão de outras seis séries, totalizando 700 mil carnês.

Carnê da série original. | 1968 | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube.

Com esse projeto as obras voltaram a ter um grande ritmo, ainda que sem nenhuma ajuda ou apoio governamental, como foi toda a construção do Estádio.

Com saldo em caixa o clube pôde inclusive contratar craques como Gérson, Toninho Guerreiro e Pedro Rocha. Após dois anos de construção, o estádio que ficou pronto em 20 de dezembro de 1969. Em de 25 de janeiro de 1970, o Tricolor inaugurou, definitivamente, o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, com capacidade para 149.408 pessoas, em partida amistosa contra o F.C. do Porto, de Portugal. O jogo terminou empatado por 1X1, gols de Vieira Nunes, para os visitantes e Miruca para o time da casa.

Foram 18 anos de muito trabalho, frente a incertezas, mas com muita dedicação. Enfim o Clube da Fé, tinha a sua casa, construída graças ao trabalho de homens como Cícero Pompeu de Toledo e Laudo Natel.

O resultado veio em seguida: o Tricolor venceu o Campeonato Paulista daquele ano, por antecipação, e no dia 13 de setembro festejou em SEU estádio.

6 — Resenha da 2ª feira: as grandes reformas ou modernizações

Ao longo da sua história o Morumbi passou por reformas e modernizações, poderíamos destacar como principais:

24 de março de 1994 — A presidência de José Eduardo Mesquita Pimenta, o clube inaugurou o Memorial Luiz Cássio dos Santos Werneck [4]. Neste espaço, em dois pisos, estão as conquistas do clube. Do futebol masculino e feminino ao boxe, passando pelo atletismo, judô, ginástica e futsal, entre outros esportes em que o clube conquistou títulos e glórias, permitindo ao torcedor conhecer sua história.

Homenagem a Leônidas da Silva, no Memorial Luiz Cássio dos Santos Werneck. | Divulgação | São Paulo F.C. [Site oficial].

1994–1996 — Durante a presidência de Fernando Casal Del Rey, o estádio foi diagnosticado com graves problemas de estrutura, foi interditado e passou por uma grande reforma e restauro que durou dois anos para ser concluído. Estas obras exigiram de grandes investimentos, o que prejudicou o time de futebol, que ainda assim conquistou a Copa Conmebol, a Recopa e o Campeonato Paulista.

2013–2014 — Nesta época o estádio passou uma modernização dos acessos, corredores, sanitários, ampliação do Concept Hall (espaços comerciais, camarotes exclusivos, restaurantes, serviços, lazer) e a troca de todos os assentos. O verdadeiro “banho de loja” foi comandado pelo presidente Juvenal Juvêncio, que se referia ao Morumbi como “nossa casa sacrossanta”.

2019 — Por fim, durante o mandato do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, para sediar os jogos da Copa América, o Estádio do Morumbi passou por nova reforma retrofit, com um novo gramado, melhorias e ampliação dos vestiários, das salas de imprensa, moderno sistema de iluminação, instalação de telões e ampliação e unificação dos túneis.

Morumbi em dia de jogo… | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube | Direitos reservados.
…e em noite de jogo | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol | Direitos reservados.
A cidade veio “morar” ao lado do Estádio. | Arquivo Histórico do São Paulo Futebol Clube | Direitos reservados.

Notas:

[1] Os principais dados e informações, que serviram como base para a produção deste texto, foram obtidos no site do clube e são de autoria do historiador Michael Serra.

[2] Em 1813, na região à sudoeste da então cidade de Santo Amaro, do outro lado do Rio Jurubatuba (atual Rio Pinheiros) era criada uma fazenda de chá, com mais de 700 alqueires. Propriedade de John Rudge, inglês que desembarcara no Brasil junto de D. João VI, em 1808. Rudge batizou seu lote com o nome indígena Morumby. Há controvérsias sobre o significado do termo. Para uns ‘Monte Verde’, para outros ‘Monte Alto’, ou ainda ‘Mosca Verde’. SPFCpédia — A Enciclopédia Tricolor. 24 set. 2017.

[3] Responsável pelo início da construção do Estádio do Morumbi, foi presidente do clube de 1947 a 1958 (eleito seis vezes). Afastou da função por motivos de saúde, vindo a falecer em 8 de agosto de 1959, não chegou a ver o sonho concluído. Um busto em honra ao dirigente está exposto no Salão Nobre do clube.

[4] Advogado ilustre, foi diretor, conselheiro vitalício e presidente do Conselho Deliberativo do Clube, portanto um “cardeal”, teve grande participação na construção do estádio.

Bônus

Para saber mais

D´ANGELO Junior, Domingos Antonio; D’ANGELO, Marcello Antonio. A data de fundação do São Paulo Futebol Clube. São Paulo: DBA, 2020. 48 p.

D´ANGELO, Domingos Antonio; TAKARA, Ademir. Bibliofut: a literatura do futebol brasileiro. Jundiaí: Editora In House, 2019. 386 p.

DI LORENZO, Agnelo. Epopeia do Morumbi. São Paulo: 2006. (não publicado).

MAZZONI. Thomaz. Álbum comemorativo São Paulo Futebol Clube: inauguração Estádio Cícero Pompeu de Toledo. São Paulo: Publicidade Olimpicus, 1960. 166 p.

MUSEU DO FUTEBOL. 60 anos do Estádio do Morumbi. Programa [spot] O Mundo é uma Bola!. São Paulo: CBN; Museu do Futebol, 29 set. 2020. 1 min.

NICOLINI, Henrique. Tietê o rio do esporte. SP: Editora Phorte, 2001. p. 302.

SERRA, Michael. São Paulo FC: 90 anos — volume 1: onde a moeda cai de pé (1930–1943). São Paulo: SPFC, 2020. 217 p.

Autoria

Domingos Antônio D’Angelo Júnior é consultor de Relações do Trabalho e Conselheiro Vitalício do São Paulo F.C. Chegou a ser um razoável volante/quarto-zagueiro do Estrela da Saúde F.C., mas preferiu seguir ligado ao futebol através da literatura e da pesquisa, tornando-se bibliófilo, dono de uma das principais bibliotecas particulares sobre futebol do Brasil e fundando o Memofut — Grupo de Literatura e Memória do Futebol, além de ser autor de dois livros. E-mail para contato: bilvera@terra.com.br.

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