Algo mudou

Mayra Gomes
Não é poesia
Published in
1 min readSep 22, 2020

O peso dos anos de silêncio foi levantado.
As palavras abriram espaço para a vida e o ar.
No início, era muito denso, muito espesso, muito.
Entre os dias bons e ruins, eu cambaleei.

Achei que cada respiro conteria as lágrimas.
Uma maré sem fim de tristeza e emoções envelhecidas
Agora, desperta as promessas e lições esquecidas
O eterno sempre termina. Nada é para sempre.

As ondas espalham algas e conchas na costa
A água salgada afoga o ar dos pulmões em tristeza
Descansando o passado e a dor na areia úmida
Parece durar para sempre.

Até que, de repente, a corrente recua,
Como se nunca tivesse vindo, levando algumas conchas e a dor.
O que fica para trás se torna troféu e tesouro.
Momentos reinventados — nem mesmo a memória dura para sempre.

Algo mudou quando minha caneta tocou o papel.
De repente, era a calmaria antes da tempestade,
antes da calmaria, antes da tempestade.
Depois da calmaria, depois da tempestade.

Tradução por Nice Araujo

©Mayra Gomes. Todos os direitos reservados.

--

--