Destiny 2

Bigger, better, bolder and the same

Bruno Deolindo
Na Moita
6 min readSep 8, 2017

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É Senhoras e Senhores precisamos falar de Destiny, obviamente vamos falar dele por ter um novo jogo que acabou de sair do forno, mas também por tudo que representa, para mim pelo menos representa muito, é um daqueles jogos meio angulares, coisa de nível Mario ou Sonic, por serem os primeiros jogos jogados e terminados ou Metal Gear Solid, por ser o primeiro jogo a me atrair pela história, ou um Call of Duty e Medal of Honror da vida, por me apresentarem ao FPS, Destiny figura nesse rol de jogos por ser o primeiro jogo a realmente me introduzir ao multiplayer, me apresentar a uma comunidade linda composta por gente diferente e estranha que acabei tendo a honra de chamar de amigos e por mais que não tenha sido um jogo perfeito coisa que definitivamente não era um problema, era extremamente divertido simplesmente me reunir com meu clã e sair por ai limpando as trevas do sistema solar. E se o jogo anterior não era perfeito e tinha bastante espaço para melhorias, parece meio um tanto quanto óbvio dizer que a sequência é maior, melhor, mais ousada e mesmo assim mais do mesmo, porem foi isso que eu vi no meu contato inicial com D2.

Bigger, Maior, Gigante, tudo em Destiny 2 tem um escopo maior que no primeiro, os mapas novos a explorar são gigantes e belos, cheios de segredos e com designs que remetem ao jogo anterior, mas também com várias facetas novas, Titã por exemplo é um dos mapas novos mais originais do jogo ao apresentar plataformas suspensas sobre um mar composto por umas ondas meio estranhas, mas esteticamente bem bonito. A campanha deu uma leve esticada com missões levemente maiores, porém muito prazerosas de fazer e em determinados momentos épicas, a progressão também aumentou ao dar uma certa enrolada e colocar as missões bloqueadas por alguns níveis assim obrigando os jogadores a perderem um tempo explorando o mundo e completando algumas side quests pelo caminho para evoluir, nada mais de terminar o modo história em 2 horas, de início pelo menos. Falar em side quests elas certamente são bem divertidas de fazer, te levando de um ponto ao outro do mapa, com diversos objetivos a cumprir e suas próprias histórias enriquecendo um pouco mais o lore do jogo.

Better, Melhor, Aprimorado, D2 fez a lição de casa e aprendeu com seus erros, com seus acertos e até mesmo com as coisas que teoricamente nem errou, mas que depois dessa continuação pareciam tão erradas antes que é bizarro.

Não tem como falar de erros de Destiny e não pensar instintivamente na história um dos pontos mais baixos do jogo e estranhamente um dos mais altos ao mesmo tempo, a história do jogo era rica, cheia de detalhes, cheia de potencial, mas porcamente desenvolvida no primeiro jogo, o enredo era meio pífio, os personagens inicialmente sem carisma, sem sentido, sem objetivo, coisa que só foi melhorar na 3° expansão do jogo e pela graça do Viajante fez escola e aqui temos um jogo que nem parece Destiny de tão bem construída que a história é, as missões possuem um objetivo claro e um sentido, os personagens são extremamente carismáticos, o vilão bem construído e recheado de custscenes que contam com a participação do seu guardião mandando aquele aceno de cabeça imponente, brincadeiras à parte é louvável o esforço que a Bungie fez ao trazer todo aquele potencial que a serie possui e demonstrá-lo em algo mais palpável do que o excelente e esquecido Grimorio.

Já na questão de acertos o jogo realmente investe no que deu certo a interatividade entre os players, os clãs ganharam uma página só deles em que podem realizar missões e objetivos para ganharem premiações e recompensas, o gameplay continua extremamente fácil e intuitivo, os inimigos estão melhores, as viagens mais fácil sem precisar ir para a orbita, existe mais plataforma e puzzle entre as fases, os equipamentos e armas exóticos estão mais insanos e variados, basicamente tudo que existia de bom antes está melhor.

Mas acho que o principal aqui quando fala em melhoria são as classes do jogo, todas elas as 3 classes e suas 3 subclasses eram ótimas já, mas o jogo deu uma repaginada tão grande que toda hora me pergunto como eu podia achar que era legal dar um punho do caos só com meu Titã e não vários como agora? Serio foi um rework tão bem trabalhado, tão assertivo que faz as classes do jogo anterior parecerem malfeitas, não que fossem ou talvez agora são perto dessa coisa linda que temos agora.

Bolder, ousado essa talvez seja a forma de descrever algumas mudanças que a Bungie fez, pois é fácil melhorar aquilo que era ruim, aquilo que era bom ou até aquilo que pessoalmente não te agradava, mas os outros não reclamavam, mas agora mudar coisas que ninguém pediu é necessário ousadia e confiança e foi isso que eles fizeram e sinceramente até o momento não consigo dar um valor a essas mudanças, definir como boas ou ruins, pois é algo que o tempo ira dizer mas estão aqui são novos sistemas que não iram a lugar nenhum e que cortam para os dois lados.

O primeiro certamente são as armas, agora temos 3 tipos, Kinect as armas sem danos elementais, Elementais, como o nome diz armas de dano elemental e Power Weapons, até aí de nome nada diferente porem a diferença é que as armas secundárias como sniper fuzil de fusão e escopeta se juntaram as categorias de armas pesadas, bazucas, espadas metralhadoras, tudo junto e misturado agora e as armas principais ganharam queimadura elemental na categoria de arma secundária, você ainda carrega 3 armas mas agora ao invés do tradicional loadout, canhão de mão, sniper e bazuca, agora é possível sair por ai de fuzil de assalto, canhão de mão e fuzil de fusão, estranho não? Sinceramente muito e ainda não consegui formular uma opinião sobre isso, as vezes temos o lado fácil, como derrubar um escudo inimigo a distância com batedor ou mitigar um dano maior com dois canhões de mão sempre carregados e despachar um inimigo elite rapidamente, porém temos o lado ruim, fica meio difícil limpar rapidamente ondas de inimigos com uma Sniper de arma pesada ou resolver um confronto de perto e ainda aplicar dano à um chefe a distância sem ter o combo escopeta/bazuca, como falei é uma mudança bem significativa que muda bem o gameplay do jogo em si e se no PVE as decisões são diferentes no Crisol, PVP elas também são diferentes o fato de as especiais serem agora primárias deixa os confrontos muito mais francos com uma troca de tiro mais direta, sem muito corre-corre de escopeteiros ou snipers na surdina, porém com um perigo mais constante de bazucadas inesperadas por aí.

Falar em Crisol aí temos a segunda mudança ousada sai o 6x6 jogadores para um 4x4, não parece ser muita diferença mas acredite é, antes o fato de ser 6x6 fazia com que os combates fossem mais isolados e caso quisesse andar como lobo solitário, picando alguns kills por aí não era um problema, agora parece que menos jogadores significa mais e andar sozinho é quase um convite a enfrentar dois ou mais jogadores de uma vez o número reduzido de players meio que forçou os jogadores a jogar mais juntos, o ritmo reduzido de recarga das super habilidades também ajuda a isso pois o risco de a qualquer momento tomar uma bomba nova na cara e o time morrer é bem menor e nem é preciso se preocupar já que o jogo ainda faz o favor de revelar quando e qual habilidades estão prontas no time adversário e ai acrescente a isso as mudanças nas armas e a alcateia está montada, não chega a ser uma má mudança no gameplay do crisol como também não chega a ser uma boa é apenas uma mudança que deve ser adaptada e cedo ou tarde vai ser.

The Same, igual, mesmo, mais do mesmo só que requintado, no fim esse é o sentimento jogando Destiny 2 e sabe é exatamente o que eu queria, retornar a jogar um jogo e ainda sentir um pouco daquele primeiro amor e o jogo faz isso, a trilha sonora continua épica, os inimigos estão lá com aquele crítico maroto, esponja de balas e dinâmicas específicas para serem derrotados, o gameplay fluido de sempre, tudo no jogo é tão nostálgico e a sensação de mesmice é mais um acerto do que uma crítica.

No geral agrupado das coisas Destiny ainda é Destiny, porém com melhorias bem-vindas, outras ousadas, mas que não atrapalham e continua sem ser um jogo perfeito, provavelmente nunca será pois não existe perfeição nos jogos e isso continua sem ser um problema.

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Bruno Deolindo
Na Moita

Um cara foda e humilde aos fins de semana andando por aí na rua da vida, enquanto escreve um pouco sobre o que o coração das cartas mandar.