Destiny 2 — Warmind

Tentando voltar ao que funcionou

Bruno Deolindo
Na Moita
5 min readMay 10, 2018

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E lá vamos nós novamente falar de Destiny, apesar de tudo eu gosto do jogo e por isso sempre acabo jogando as expansões e nesse caso não poderia ser diferente, além dos amigos que tenho por lá, eu ainda acho o jogo divertido, mesmo que ele não me dê motivo algum para joga-lo. Como alguém que está voltando depois de alguns meses sem jogar, devo dizer o seguinte o jogo continua o mesmo porem com alguns raios de esperança no horizonte. Chega a ser de certa forma estranho todo o potencial de uma franquia sendo meio desperdiçada, Destiny não é um mal jogo, mas fez más escolhas e tem pagado o preço por isso. E se essa expansão não é a solução de todos os problemas pelo menos tenta consertar certos aspectos do jogo.

Sendo bem franco existem pontos na DLC que não me agradaram e outros que me deixaram entusiasmados. Provavelmente seja meio cedo para já ir quantificando as coisas mas certos aspectos negativos não são luxo dessa DLC e sim de Destiny como um todo e o que mais me irrita em toda a franquia, que logo mais parte para seu quarto ano, é como a história não progride, como falei quatro anos de franquia e poucas respostas. Esse deveria ser o charme do jogo, mas quando se pensa numa franquia de dois jogos e seis expansões, ainda termos tantos pontos em branco é um tanto quanto complicado, principalmente quando se percebe que toda aquela ênfase não rendeu nada.

O Lore do jogo é muito bom, o jogo cria ótimos personagens, ótimas situações e ótimos mistérios, mas quando tem que trabalhar com eles infelizmente não consegue desenvolver, a última expansão foi assim ao reduzir uma das melhores adições do jogo que era o Trials of Osíris, a uma seita de pessoas adorando um personagem sem carisma. A sensação as vezes é um pouco de se sentir enganado, o jogo cria mais mistérios que respostas plausíveis e nessa expansão temos isso, ao colocar outra “personagem” importante da franquia Rasputin de escanteio na expansão que leva seu título, ao focar intensamente na colmeia e dar literalmente vida a uma parte do Grimoire dela.

Essa sensação de falta de progresso pela primeira vez também se aplica aos gráficos e level design, D2 focou em tentar algumas abordagens novas, que não agradaram a todos, porém nem tudo foi errado nessas abordagens e o level design foi um dos grandes acertos ao conseguir manter a identidade visual da série, porem apresentar locais e planetas inteiramente diferentes. No entanto dessa vez voltamos a Marte, que mesmo com um pouco de gelo aqui e ali ainda detém vários elementos da Marte de antes, quando digo elementos são cenários iguais com uma textura melhor. Entendo que o jogo já possui sua identidade visual então não poderia ser criado de forma diferente, mas a sensação de fazer a mesma coisa em um terreno já explorado não ajuda muito a se destacar.

Se o jogo de certa forma não progride pelo menos ele tenta voltar as coisas que deram certo antes e aqui as adições são até legais, ao incluir colecionáveis pelos cenários, ajustes na jogabilidade e número de inimigos, eventos públicos de alta dificuldade, objetivos mais difíceis e complexos e um multiplayer mais aceitável pelos fãs e com algumas melhorias. Entre essas “novas” coisas a fazer talvez as mais notáveis seja a aquisição de Masterworks para as armas exóticas, o Escalation Protocol, uma espécie de Court of Oryx, com objetivos a serem cumpridos com uma dificuldade maior e uma redefinição no Crisol a oferecer ranks e pontuações.

Falando um pouco mais sobre esses pontos os Masterworks nas exóticas parecem ser atividades bem desafiadoras, já que exige inicialmente você descobrir o que ativa elas em cada arma exótica ou seja usar as armas em situações especificas, para ativar um certo tipo de jornada para a arma que exige que você cumpra alguns pré-requisitos que até o momento não tem sido tão fáceis ou rápidos, isso aplica um pouco mais de pós-jogo já que completar cada um desses masterworks exige tempo e determinação, mesmo que aparentemente essas melhorias as armas não pareçam ser algo tão necessário.

Já o Escalation Protocol, é uma nova atividade End Game, que exige equipamentos melhores para serem completados devido a sua dificuldade, como falado anteriormente é uma espécie de Court of Oryx, com níveis de dificuldade e chefes a serem derrotados, porem com o diferencial de serem divididos por etapas e cada uma com tempo limite a ser completado, de certa forma se assemelha a uma espécie de modo Horda comum em tantos outros jogos. O interessante do jogo é que a atividade acontece no mundo do jogo então qualquer guardião aleatório pode participar para ajudar, pareceu até aqui uma das atividades mais prazerosas da nova expansão.

E para finalizar sobre as melhores novidades temos o modo Crisol que sofreu algumas boas modificações, algumas que para mim são novas, mas são de outras atualizações como o modo 6x6 que era bastante solicitado pela comunidade, além disso o jogo recebeu enfim a função do jogo anterior de partidas privadas, para poder reunir os amigos e jogar um amistoso multiplayer. Porem a maior mudança seja o novo sistema de pontuação no Crisol, as pontuações de Valor e Glory.

O Valor se aplica as partidas de quickplay e vai acumulando pontos de acordo com as partidas, no entanto não há nenhuma queda de pontuação no caso de derrota. Já o Glory é um sistema de pontos e ranks mais tradicional, com cada vitória ou derrota impactando sua pontuação sendo possível perder ou ganhar pontos, parecem ser sistemas interessantes de pontuação, porem até o momento não pude ver se isso irá impactar no matchmaking das partidas ao encontrar adversários com pontuações semelhantes.

No geral essa nova expansão de Destiny 2 traz conteúdos interessantes a franquia que devem reanimar por um tempo o jogo, porem por melhores que essas adições sejam elas não apagam talvez uma certa preocupação de que o jogo pouco a pouco tem se estagnado em oferecer apenas coisas que fizeram sucesso em outras interações. Se de certa forma o jogo pisa em direção a um conteúdo mais agradável a sua comunidade ele pouco a pouco mostra que não tem muito mais a oferecer além daquilo que já oferece e isso pode ser um problema no decorrer dos anos. Pois mais importante que seja agradar seu público, surpreende-los também é necessário e a Bungie pouco a pouco tem aberto mão disso.

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Bruno Deolindo
Na Moita

Um cara foda e humilde aos fins de semana andando por aí na rua da vida, enquanto escreve um pouco sobre o que o coração das cartas mandar.