Godzilla

O Lagartão em alto nível

Bruno Deolindo
Na Moita
3 min readMay 20, 2014

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Vamos começar falando sobre aquilo que todos querem saber, Godzilla é um bom filme, uma ótima adaptação a tudo que o Lagartão representa no Japão, uma força da natureza incompreensível e implacável, que não se qualifica como bem ou mal e o filme capta bem essa ideia e mostra que cada vez mais hollywood está aprendendo a fazer adaptações de qualidade e fiel ao seu material original, pode haver deslizes aqui e ali, mas nem se compara a bizarrice do filme de 1998.

Por mais que seja um filme do maior anti-herói da terra do sol nascente, a trama não foca exatamente nele e traz sua trama americanizada, seguindo a história do tenente do exército Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson) que deixa sua família em São Francisco e vai ao Japão tirar seu pai Joe Brody (Bryan Cranston) da cadeia, pois novamente foi preso tentando comprovar que o acidente na usina nuclear da qual trabalhava 15 anos atrás e vitimou sua esposa não foi obra de um acidente natural e sim algo mais, Ford relutantemente acompanha seu pai de volta ao local do acidente e descobre que definitivamente não foi obra da natureza o acidente e entra na jornada para voltar a sua família no meio do caos causado pelas criaturas tentando ver quem é o dono do parquinho chamado Terra.

Muito belo o design do Lagartão

Apesar do foco na humanidade na trama quando o Lagartão está em tela ele mostra ser o verdadeiro protagonista do filme, assim como nos filmes originais Godzilla é apenas um predador que encontrou uma nova caça e simplesmente nem liga para o que acontece ao seu redor, isso traz um aspecto bem interessante ao filme trazendo uma destruição inimaginável causado pelo embate das criaturas do filme e os humanos tentando inutilmente destruí-los.

O filme é bem construído e cria uma tensão para o embate dos Kaijus e deixa você ansioso para o confronto final entre eles, a direção de arte também é belamente realizada criando cenas muito bonitas para um filme de monstro e apesar de todo esse processo de destruição e força da mãe natureza o filme não se esforça para trazer toda uma ideologia nesse aspecto e foca mais em ser um acontecimento extraordinário e isso faz o filme ser bem mais cru e crível e se localiza bem dentro do legado dos filmes do monstro que não se preocupa com a ideologia dos atos que acontecem nele.

Porem nem tudo são flores talvez o ponto fraco do filme seja os humanos em modo geral, a naturalidade de alguns diante do verdadeiro apocalipse é tão estranha que chega a ser hilária, ao ponto de existir pessoas trabalhando normalmente no escritório mesmo sabendo que os monstros estão se dirigindo a sua cidade e as autoridades estão evacuando a cidade, talvez faltou um pouco de desespero, medo, emoção a atuação dos personagens, provavelmente pesou a trama do filme de 98 e seu romancinho barato que o diretor do filme, Gareth Edwards, quis passar o mais longe possível de todo esse sentimentalismo, mas faltou momentos fortes e dramáticos no filme.

Apesar de tudo essa nova interação do Godzila realizada por hollywood é uma ótima forma de prestigiar o monstro que completa 60 anos de existência. E traz toda a destruição de Tóquio que nos nerds e saudosistas do isopor estamos acostumados com efeitos de primeira linha.

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Bruno Deolindo
Na Moita

Um cara foda e humilde aos fins de semana andando por aí na rua da vida, enquanto escreve um pouco sobre o que o coração das cartas mandar.