Horizon: Zero Dawn

Bonito, mas muito mais que isso

Bruno Deolindo
Na Moita
5 min readMar 1, 2017

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Cara que jogo bonito! Sério 5 minutos depois que você inicia o jogo essa é a primeira coisa que passa pela sua cabeça e até sai sem querer pela sua boca, mais 5 minutos e você já começa a achar essa tal de Aloy uma personagem interessante, outros 5 minutos e você já vê um gameplay bem interessante, de mais 5 minutos e você consegue ver uma história bem promissora pela frente e vários minutos depois você tem quase certeza que está jogando um ótimo e bem promissor jogo exclusivo do Playstation 4, essa pelo menos foi a minha impressão e até esperança frente a Horizon: Zero Dawn o novo e até inesperado filho da Guerrilha, que mesmo sendo um estúdio acostumado com os FPS da vida vai muito bem nessa sua aventura em um Action RPG, pra ser sincero bem até demais.

Nesse meu contato de um dia com o jogo deu pra ver muita coisa promissora porém tem algo que devo dizer ficou bem visível, o jogo não é muito original, ao mesmo tempo que várias reflexões sobre o jogo ser bonito, a personagem carismática, o gameplay interessante, a história empolgante e etc, outro pensamento também vai estar ali permeando sua mente, o de que já vi tudo isso em outro lugar e sabe de algo isso não é nem de longe um problema, sério nós as vezes temos o mal costume de achar que algo tem que ser extremamente original e revolucionário pra ser bom, mas a verdade é que não é precisa reinventar a roda pra fazer um ótimo carro e Horizon é exatamente isso um ótimo jogo sem inventar muito e só absorvendo as melhores ideias e conceitos de vários jogos diferentes e costurando elas pra montar o seu belo e extremamente funcional Frankenstein.

Bem agora vamos lá começar a escrever algo que seja parecido com uma prévia e ir explanando mais sobre os pontos positivos do jogo e é impossível não começar a falar da Beleza do jogo, eu sei já teve ser a quinta vez que falo em quão bonito o jogo é, mas cara ele é bonito, os efeitos de iluminação, partículas e todas as particularidades técnicas necessárias ele cumpre com maestria, sem apresentar bugs, glitch, pop-in, nem nada disso pelo menos nas minhas várias horas com o jogo, mas particularidades a parte o que faz o jogo ser belo mesmo é sua fotografia, montanhas, riachos, florestas, flores, pássaros, animais e robôs, esse último provavelmente bem estranho mas todos esses elementos passam essa sinergia, força e novamente beleza da natureza de uma forma que poucos jogos conseguiram captar, dando inícios as comparações aqui, algo bem parecido com o mundo rico e vivo de Farcry porém com um toque de Natural Planet no meio, ainda aproveitando o tema Farcry o jogo também traz o mesmo sistema de caça de animais e robôs e coleta de recursos para aprimoramentos e criação dos itens em sua jornada.

E nesse mundo rico, belo e vivo do jogo temos Aloy, a protagonista do jogo que te encanta desde os primeiros minutos, existe uma espécie de chama na alma dessa menina difícil de explicar mas que realmente te atrai e faz dela uma personagem bem carismática e de uma personalidade forte, se torna meio impossível não se ver envolvido com a personagem e ter a mesma curiosidade que ela de descobrir sobre o passado não só desse mundo como o dela tambem. Outro fato que aproxima e deve aproximar mais ainda essa integração com a personagem são os diálogos abertos do jogo, continuando as referências, nesse ponto lembra bastante Mass Effect dando o poder do jogador decidir os diálogos da conversa e as reações da personagem frente às situações, até aqui as escolhas de Aloy não tiveram muito impacto no gameplay, porém não tem como prever até que ponto as ações do jogador iram influenciar a narrativa da história.

Porém o que é de um jogo mesmo com um belo mundo e uma personagem carismática se o gameplay não for interessante e aqui o jogo da Guerrilha não decepciona, por mais que o estúdio seja conhecido apenas pela série de shooter em primeira pessoa Killzone, ele manda muito bem nesse seu primeiro rodeio em um RPG de ação/shooter em terceira pessoa de arco e flecha futurista. Todo o combate do jogo é muito bem delineado e caçar robôs em forma de animais, novamente comparações, como os vistos em um jogo um pouco desconhecido Enslaved: Odissey to the West, não pareça de início ser algo muito complexo, saiba que lidar com eles sem um plano de ataque pode complicar um pouco visto a fragilidade de Aloy, sem contar que poder contar com todo o arsenal da jovem protagonista é bem divertido, criar armadilhas e atrair os robôs para elas, captura-los com outras armas e doma-los ou até mesmo usar e abusar do focus, uma espécie de modo detetive dos Batmans da série Arkham, para ver através de estruturas e identificar as fragilidades dos robôs, tudo isso fornece bem a sensação de ser realmente uma caçadora, esgueirando e esperando a melhor hora para atacar suas presas metálicas.

Falando de história agora o jogo possui alguns fatores bem legais na sua narrativa, aquele mistério do passado enterrado, o descobrimento de uma cultura rica e diferente e claro aquela sensação de uma grande jornada pela frente, sinceramente horas e horas de gameplay e tenho a sensação de nem ter arranhado a superfície dos mistérios que toda essa terra sem nome do jogo ainda tem pra oferecer, porém até adiantando um pouco o jogo já teve aquele belo momento whata fuck no meu gameplay que por mais que tenha sido esperado o momento foi inesperado, a história aparenta trazer toda uma grandeza e incerteza do tipo o que são esses robôs? Qual o passado de Aloy? O que houve com essa “terra”? Qual é o verdadeiro plano aqui? Mesmo com horas e horas de jogo e algumas meias respostas o jogo continua sendo bastante intrigante e viciante, pois mexe com o âmago do ser humano a curiosidade.

Sinceramente espero muito que Horizon só melhore o que tenho jogado pois em todos os aspectos o jogo tem sido bem prazeroso de jogar, mostrando que não só vale um rostinho bonito e sim conteúdo e isso o jogo mesmo emulando o conteúdo de outros jogos tem de sobra.

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Bruno Deolindo
Na Moita

Um cara foda e humilde aos fins de semana andando por aí na rua da vida, enquanto escreve um pouco sobre o que o coração das cartas mandar.