Rogue One: Uma história Star Wars

A mesma galáxia distante porém com uma visão diferente

Bruno Deolindo
Na Moita
3 min readDec 15, 2016

--

Enfim chegamos ao último blockbuster do ano, de tantos filmes lançados esse ano no hype, que decepcionaram alguns, que surpreenderam outros, que intrigaram a maioria e que geraram a discórdia geral, temos enfim o último filme overhyped do ano a subir ao ringue e provavelmente o mais esperado de todos e para tranquilizar já digo, Star Wars Rogue One não decepciona e é um ótimo filme e que no fim faz sentido o título extenso e exagerado informando que trata-se de uma história Star Wars, pois o filme se passa dentro do universo criado por George Lucas mas tem sua própria pegada que não se assemelha bem ao mote dos filmes numerados e isso pelo menos para mim é o grande charme do filme.

Ainda falando um pouco mais sobre expectativas certamente esse filme tinha grandes sapatos a calçar e uma responsabilidade gigante, primeiro por ser o primeiro filme spinoff da franquia, que se situa dentro do universo da série porém não segue uma linha cronológica ou não é sequência direta de outro filme e por mais que Star Wars seja bem acostumado a ter um sem fim de materiais spinoff em outras mídias os filmes sempre foram reduto único e especial das séries numeradas, sete filmes para quem não está contando, em segundo lugar a responsabilidade de manter todo o bom momento da franquia, que voltou com forca total com a nova vindoura trilogia e não deixar o vácuo tomar conta entre o excelente Episódio 7 e o super aguardado Episódio 8 e em terceiro e talvez o mais importante ser o pilar o ponta pé inicial para os próximos filmes spinoffs planejados da franquia, dando uma dimensão bem maior a todo o universo de uma galáxia bem distante.

Ok agora falando do filme como já informei o filme realmente tem uma pegada, uma vibe bem diferente dos Star Wars clássicos, em uma palavra diria que Rogue One é um filme mais sujo do que os numerados, ele não traz aquela romantização da história, aquele embate entre bem e mal, luz e escuridão ele é um filme composto por pessoas decididas a fazer o necessário pelos seus ideais, o embate não tem aquele ar puro e estético, ele é pesado em um determinado ponto até selvagem, na minha opinião com uma das melhores sequencias de ação de todos os filmes que exemplifica bem quão sacrificante é o esforço da Rebelião e quão opressor é o poder do Império.

O filme também possui um plot bem aceitável respondendo uma das questões que todo o fã já levou em consideração mas sempre relevou pela qualidade do produto, com uma direção de arte belíssima retratando algumas locações bem inéditas como Scarif, um planeta tão azulado como o nosso, com uma base do império no meio de um Caribe espacial, um ritmo que começa lento mas conforme vai apresentando os personagens vai criando corpo e forma e até mesmo um pouco de fan service para enlouquecer quem estava com saudades de um certo sujeito de preto.

Em questão de personagens o filme também acerta bem, Jyn Erso é uma ótima personagem principal, disposta a fazer o que tem que ser feito sem piscar e dona de uma personalidade forte, Cassian Andor não é o mero herói/galã e sim alguém dedicado de corpo e alma a causa, o robô da vez K-2SO mantém a tradição sendo o simpático e carismático droid mas num nível muito mais Marvin da série Guia do Mochileiro das Galáxias e o vilão Diretor Krennic traz um pouco daquela serenidade e insanidade na medida certa dos bons vilões e acompanhado de olha só Stormtroopers que sabem atirar, provavelmente a péssima mira deles deve estar relacionada a cor branca.

No geral Rogue One consegue ser um bom acerto da franquia e um ótimo filme, conseguindo se sustentar sem depender da força, Jedi’s, Sith’s e nem bebendo muito da fonte de problemas familiares, mostrando que mesmo com um plot caça-níquel que era o roubo dos planos da estrela da morte é possível criar uma boa história no universo Star Wars e dar uma visão diferente a luta da Rebelião contra o Império, mostrando que muito antes de Luke Skywalker levantar seu sabre de luz, já tinha havido muita luta, daqueles dispostos a morrer no X-Wing ao lado dele.

--

--

Bruno Deolindo
Na Moita

Um cara foda e humilde aos fins de semana andando por aí na rua da vida, enquanto escreve um pouco sobre o que o coração das cartas mandar.