O fantástico mundo de Sharon Needles

Nada Errado
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3 min readOct 13, 2015

por Francine Oliveira

Foto: Remulo Brandão/Divulgação @bsurda

Sharon Needles ter sido a vencedora da quarta temporada de “RuPaul’s Drag Race” foi um grande marco do programa cuja popularidade, em 2012, aumentou drasticamente. RuPaul já havia mostrado que buscava por grandes diferenciais quando escolheu, no ano anterior, uma drag mais andrógina que fishy para representar sua “marca”, mas o que Raja trouxe de originalidade para o reality show foi multiplicado com a ousadia de uma drag queen que, até hoje, deve ser a mais subversiva entre todas as participantes.

Suas referências passam por ícones e bizarrices do underground como Elvira, filmes de terror clássicos, os movimentos dark wave e punk, Tammye Faye Messner, Marilyn Manson, Amanda Lepore, resultando em uma abordagem tão glamourosa quanto freak.

Aaron Coady nasceu em novembro de 1981 em Newton, Iowa. As provocações fizeram parte de sua infância e sua adolescência, como ele relata no programa, por ser “gay e estranho” e, como resultado, acabou deixando a escola antes de se formar.

Em 2004, mudou-se para Pittsburgh, na Pennsylvania, onde passou a trabalhar em casas noturnas e a performar como drag queen. No ano de 2011, criou, juntamente com Alaska e Cherri Baum, a “Haus of Haunt”, inicialmente uma espécie de banda performática que depois se tornou uma família composta pelas queens residentes do bar Blue Moon, cujos atos não se encaixavam nos padrões da arte drag.

Em agosto, no Mercado das Borboletas, em BH, fomos conferir, pessoalmente, o resultado dessa história toda. (Veja as fotos da festa aqui)

Foto: Qu4rto Studio/Divulgação @bsurda

A personagem leva sua proposta ao pé da letra: exagerada, quase teatral, pessoalmente ela é uma figura que intimida. Sua fala condiz com sua postura — quando eu lhe disse que a admirava por ter se mantido fiel a suas influências mesmo estando nos holofotes, respondeu que era “apenas um bêbado que só sabia fazer isso na vida”. E, apesar de recusar entrevistas no momento do evento, foi simpática e atenciosa com cada fã.

Ácida, no palco, disse que era fã de todos os que ali estavam, os punks de verdade, e não de uma mulher como Caytlin Jenner, que votara por conservadores antes de se assumir. Empoderou homens gays, mulheres hétero, mulheres trans… Em determinado momento, pediu ao público que tentasse deixar os celulares de lado e curtisse o momento, como ela fazia quando, jovem, ia assistir aos shows de Marilyn Manson e My Life With The Thrill Kill Kult — diga-se de passagem, bandas que parecem ter lhe influenciado na produção do novo álbum, “Taxidermy”, a julgar pela nova música que cantou, felizmente, mais pesada e envolvente que as do CD anterior.

Já ao fim, despiu-se e encerrou a apresentação ao som de “The Dope Show”. Pouco depois ainda voltou ao palco para jogar flores aos fãs. E deixou todos com a certeza de que havia compensado seu atraso!

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