Romagaga e o preconceito escancarado

Francine Oliveira
Nada Errado
Published in
2 min readFeb 17, 2016

Gata, #ContinueALacrar!

Nos últimos dias quem acompanha a comediante Romagaga — pseudônimo de Lavínia, que se tornou uma celebridade desde que começou a publicar seus vídeos no YouTube — testemunhou algo que faz parte da luta diária de travestis e transexuais na sociedade: o preconceito motivado pelo ódio.

Recentemente, um grupo se uniu no Facebook para atacar a página da artista com xingamentos e ameaças, um tipo de movimentação que parece ter se tornado comum nas redes sociais, vitimando pessoas com o uso da discriminação.

Chama a atenção a quantidade de usuários que participam desses ataques e o quão jovem a maioria é.

E se as abordagens são combinadas exclusivamente em meio virtual, suas consequências são bastante reais e danosas para as vítimas — uma vez que se somam à intolerância que faz parte de suas vidas.

Romagaga publicou, no dia 14 deste fevereiro, um desabafo, pedindo ajuda aos fãs e testemunhando sobre a dificuldade de ser uma pessoa que não está de acordo com as normas. Ela diz:
“A gente que é travesti não tem valor nenhum pra sociedade. Eu lutei até aqui porque vocês me deram força, me deram inspiração. Mas, pra mim não dá mais. O que mexe mais comigo é ter pessoas desejando a minha morte.”

Além da tristeza, preocupa-nos o medo que transparece em sua voz, o cansaço e a decepção com que diz que há quem deseje sua morte.

Como os ataques à página da artista não cessaram, ela decidiu acabar com a personagem e postou um novo vídeo em que raspa o cabelo que se tornou sua marca registrada.

Imediatamente os fãs se mobilizaram e a cantora MC Trans lançou a campanha #forçaromagaga no Facebook e no Twitter em apoio à amiga. Nós, do Nada Errado, apoiamos e clamamos à diva Romagaga, não pare! #ContinueALacrar

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Francine Oliveira
Nada Errado

Doutore em Estudos Literários e pesquisadore de Estudos Queer e extrema direita. Tradutore, revisore e escritore.