Inovação e empreendedorismo: as molas propulsoras dos dias de hoje

Poliana Ribeiro
NARRATIVA
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14 min readJul 11, 2019

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Conceitos são muito mais do que palavras da moda, pois caracterizam o mundo dos negócios nos dias de hoje

Inovação e empreendedorismo são dois conceitos que se tornaram populares a tal ponto de, paradoxalmente, muitos desconhecerem o que de fato significam. Não é difícil encontrar quem utilize essas duas palavras em conversas cotidianas, como receitas para o sucesso, ou mesmo quem se venda como profundo conhecedor desses fenômenos (se é que podemos enunciá-los dessa forma) tão próprios das últimas décadas, embora tenham sido descritos por Joseph Schumpeter já em 1912.

Mas será que as pessoas realmente sabem o que há por trás desses dois conceitos tão importantes? Será que basta ser inovador e empreendedor para ser bem-sucedido nos dias de hoje? Da minha parte, digo que tive contato mais profundo com essas “palavras da moda” apenas quando ingressei no mestrado, em 2017. Esses conceitos nortearam a minha dissertação sobre empreendimentos digitais de jornalismo, chegando, inclusive, a fazerem parte do título da minha pesquisa (que acabou sendo alterado).

Coincidentemente, no mesmo ano, tive a oportunidade de trabalhar temporariamente na assessoria de imprensa da Expoindústria, grande evento realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), no qual pude me debruçar mais ainda sobre esses temas. Naquela ocasião, entrevistei dois entusiastas brasileiros do assunto: o administrador e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Clézio Amorim, e o jornalista, empresário, escritor e professor da Escola de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM-SP).

Foi uma experiência muito rica, que rendeu alguns releases publicados em vários veículos de comunicação e duas reportagens para edições da Revista Maranhão Industrial, produzida pela Fiema. Dois anos depois, resolvi desengavetar esse material por estar, neste mês, ministrando a disciplina de Inovação e Empreendedorismo na Pós-graduação em Gestão Estratégica de Marketing e Mídias Digitais da Faculdade Edufor. Espero, dessa forma, contribuir um pouco com a turma que tão bem tem me acolhido e com quem mais se interesse pelo assunto.

Aproveito para frisar que fiz ajustes nos textos, pois foram publicados originalmente em 2017.

Soluções com inovação e empreendedorismo

Resolver um problema de forma inovadora deve estar na essência de qualquer novo negócio. Atualmente, existem no Brasil 4,2 mil empresas que se enquadram na categoria de startups, segundo dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups). No entanto, o Maranhão é apenas o 21º estado do país em número de startups com apenas 14 em funcionamento, segundo ranking divulgado em julho de 2017. A primeira posição é ocupada por São Paulo, que possui 1320 empreendimentos com essas características. Mas que características são essas que tornam as startups um negócio diferenciado?

Segundo o professor da ESPM Marcelo Pimenta, uma startup surge de um encontro de pessoas que acredita numa forma inovadora de resolver um problema. “Essa solução precisa ter um valor que o cliente esteja disposto a pagar. Quando se cria uma startup, busca-se um modelo que seja repetível (qualidade e experiência no mesmo padrão cada vez que atende um cliente) e escalável (possibilidade de atender a demanda crescente sem precisar contratar pessoas na mesma proporção)”, define.

Responsável pela curadoria de empreendedorismo das últimas edições da Campus Party — maior evento de inovação tecnológica do país — além de ser também jornalista, consultor, escritor, empresário e palestrante, Marcelo Pimenta afirma que o que faz a startup ser um modelo de negócio inovador é a forma como se combina a proposta de valor, o segmento de clientes, a forma de relacionamento, a forma de cobrança, entre outros aspectos.

“Por exemplo, a Netflix é inovadora pois não cobra por filme (como faziam as locadoras), mas por assinatura. Essa foi a principal inovação no início. Hoje a Netflix tem muitas outras, como séries próprias e poder baixar filme para ver off-line. Já o Whatsapp é inovador pois presta serviços que antes eram pagos, de graça. O YouTube foi inovador pois permitiu que qualquer pessoa tivesse seu canal. Algo é feito de forma diferente. E o cliente percebe valor e paga por isso”, exemplifica.

Inovação e solução — A vontade de facilitr a vida de quem utiliza o serviço de mototáxi resultou, em 2015, na criação de uma startup em Imperatriz, que propôs uma solução inovadora para um problema de mobilidade urbana. Thiago Rodrigues e Rubens Ventura, dois jovens empreendedores, viram a ausência de um serviço que conectasse de forma mais eficiente motaxistas e clientes como a possibilidade de criar um negócio próprio.

“Eu estava saindo da faculdade à noite e não passava nenhum mototáxi perto. Eu tive que andar até uma rua movimentada para poder pegar um mototáxi. E foi daí que surgiu a ideia do aplicativo. A gente começou a desenvolver, mesmo sem ter muita experiência nessa área de startups, inovação, empreendedorismo. Lançamos o aplicativo em 2016”, conta o empresário Thiago Rodrigues, que é analista desenvolvedor web&mobile.

No entanto, o aplicativo Up Mototáxi enfrentou dificuldades por conta da resistência dos mototaxistas mais antigos em usas a tecnologia para se conectar com os clientes. “Mas amadurecemos a ideia. Hoje o UP Mototáxi existe para quem quiser usar, mas a gente está enfatizando mais o Up Entregas, que é como uma derivação do primeiro aplicativo, mas para entrega. Hoje estamos com mais e 10 empresas e vamos levar o app para Campinas também e queremos chegar a outras cidades do Maranhão, inclusive São Luís”, esclarece.

Números e modelos de negócios — Um dos mercados mais explorados pelas startups brasileiras são os aplicativos. Segundo dados da ABStartup, existem 216 empreendimentos deste tipo no país. Em segundo lugar estão os negócios voltados para Educação, seguido pelos da área de Mídia, Comércio Eletrônico e Entretenimento.

Em relação aos modelos de negócios escolhidos, a maioria das empresas, de acordo com a ABStartup, aposta na oferta de produtos e serviços para outras empresas — modelo conhecido como B2B. Também há muitas empresas que investem no modelo de assinaturas.

Um entusiasta da inovação no Brasil

Entusiasta da inovação, do empreendedorismo e da cultura das startups, Marcelo Pimenta diz que sempre foi envolvido com projetos inovadores, mesmo antes desses termos se popularizarem. Atualmente, ele conta que está diretamente ligado à criação de, pelo menos, cinco projetos inovadores, além das aulas e palestras que ministra.

“Eu criei a Conectt em 1994, que era uma empresa de marketing interativo. Vendo, no contexto histórico, era uma startup. Então, sempre fui envolvido em projetos inovadores, modelos que não existiam. Por volta de 2002, criei o site Nutrellinhas que era uma rede social que uma fábrica de pão do Sul contratou. Era uma espécie de Facebook, onde as crianças colocavam fotos da família, textos, imagens, bem como hoje você faz. Mas foi feito antes do Orkut (que é de 2004), antes da banda larga, estava antes do seu tempo. E sempre fui assim, inovando, criando. Quando esses termos surgiram, eu entendi perfeitamente pois fui parte integrante desta história”, conta.

Em 2017, Marcelo Pimenta esteve em São Luís para participar da programação da Expoindústria, evento realizado pela Fiema, em novembro daquele ano. Na ocasião, ele falou sobre Design thinking e modelos de negócios inovadores. “Essa expressão do design thinking pode assustar. É importante entender que o cliente, o consumidor, o usuário é que está no centro agora. Ele tem o poder da decisão, e isso muda o jeito que os negócios antes eram criados”, explica.

Segundo ele, o jeito de pensar do designer (design thinking), aplicado ao mundo dos negócios, ajuda a descobrir as reais necessidades do cliente e criar maneiras criativas de criar algo diferente. “É uma abordagem que reúne uma mudança cultural e ferramentas visuais colaborativas. Elas habilitam o processo de construir modelos de negócios inovadores, que são esses negócios que vão vencer no século XXI, que conquistam clientes pelo benefício relevante que oferecem e não pelo menor preço”, completa o Marcelo Pimenta.

Conselhos — Para quem está pensando em criar um negócio inovador ele dá algumas dicas. “Alguns conselhos: um negócio deve resolver um problema; a ideia é menos importante que a qualidade da execução; o cliente deve perceber valor para pagar pois percebe benefício (e não porque é mais barato); não tenha medo de fazer algo que ninguém nunca fez; controle custos, não gaste antes do tempo; não gaste com propaganda antes de ter clientes; não desenvolva nada antes de validar o negócio no papel; divirta-se ao longo do caminho (a vida é muito curta para você fazer algo que não acredita); acredite em você mas ouça e reflita e aprenda a partir dos outros (principalmente de seus clientes); não se apaixone por sua ideia, mas apaixone-se pela possibilidade de resolver um problema de forma inovadora, mesmo não sendo aquela que você teve inicialmente”, orienta Marcelo Pimenta.

Como driblar o medo de empreender

Autor do livro 55 maneiras de encantar o seu cliente no atendimento, o administrador Clézio Amorim afirma que o medo de empreender ainda existe, mas as pessoas estão assumindo mais os riscos. “É uma questão de vida ou morte para muitos, principalmente em época de crise. Eu creio que o mercado está mais competitivo, mais exigente e isto faz com as pessoas pesquisem mais, estudem mais e testem mais os modelos de negócios, fazendo com que aprendam mais durante o processo de modelagem. O medo existirá sempre e eu acho que ele seja positivo para qualquer negócio”, destaca, o professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e administrador Clézio Amorim.

Clézio Amorim dá alguns conselhos para quem está disposto a correr riscos e criar um novo negócio, principalmente voltado para o setor industrial. “O primeiro conselho sem dúvida é entender o mercado industrial maranhense. É entender as necessidades da indústria local. A partir desta compreensão, sair da caixa e ter ideias ligadas entre mais pontos possíveis”, afirma.

Entrevista — Clézio Amorim

Clézio Amorim

O que torna um modelo de negócio inovador?

Clézio Amorim — O modelo é inovador quando lança uma ideia nova, uma forma diferente de fazer o negócio, de entregar o produto. É quando este quebra uma forma que vinha sendo feita e o cliente percebe agregação de valor. Quando consegue sair do padrão e das cópias que muitas vezes marcam um determinado mercado. Quanto mais difícil de ser copiado, mais inovador será este modelo de negócio.

Quais são os desafios que se colocam no caminho de quem pretende criar uma startup?

Clézio Amorim — Alguns desafios são:

- Espaço para compartilhar ideias, captar fornecedores e desenvolver uma ecologia inovadora. Temos muitos espaços, mas no fundo o espírito ainda não é compartilhamento. Vejo muito como ambiente de trabalho no qual as empresas trabalham isoladamente.

- Tirar a boa ideia do papel. Viabilizá-la. Muitas ideias inovadoras encontrarão resistência natural por medo, desconfiança, etc. Ter persistência para acreditar na ideia e ir modelando até se transformar num sucesso é um grande desafio.

- Escassez de investimento inicial. Por mais enxuta, a startup necessita de investimento. Quando os investidores não possuem o recurso, os empresários precisam captar e aí mais obstáculos. Convencer investidores de que a ideia é boa e vale a pena.

- Encontrar um modelo de negócio que seja escalável.

- Formar uma boa equipe em prol da ideia inovadora.

O senhor acredita que as pessoas estão com menos medo de empreender. Por que o senhor acredita que isso está acontecendo? Os riscos são menores hoje ou o mercado é que está se tornando mais competitivo e levando muitas pessoas a pensar no empreendedorismo como opção?

Clézio Amorim — Eu acredito que o medo continua o mesmo. Achávamos, há algum tempo, que o jovem arriscaria mais. Algumas pesquisas já mostraram que não foi tanto como pensávamos. Eu acredito que temos mais ferramentas, mais dados e aí podemos minimizar mais alguns riscos ou conhecer melhor o ambiente. Isto faz com que o medo seja mais domado. As pessoas estão agindo mais, mesmo a despeito do medo. É uma questão de vida ou morte para muitos, principalmente em época de crise. Eu creio que o mercado está mais competitivo, mais exigente e isto faz com as pessoas pesquisem mais, estudem mais e testem mais os modelos de negócios, fazendo com que aprendam mais durante o processo de modelagem. O medo existirá sempre e eu acho que ele seja positivo para qualquer negócio.

Entrevista — Marcelo Pimenta

Narrativa — Startups é um tema muito abordado atualmente, mas que muita gente não consegue compreender bem do que se trata. Como o senhor definiria uma startup?

Marcelo Pimenta — Um grupo de pessoas que acredita numa forma inovadora de resolver um problema. Essa solução precisa ter um valor que o cliente esteja disposto a pagar por ele. Quando se cria uma startup, busca-se um modelo que seja repetível (qualidade e experiencia no mesmo padrão cada vez que atende um cliente) e escalável (possibilidade de atender a demanda crescente sem precisar contratar pessoas na mesma proporção).

Narrativa — O que torna esse modelo de negócio inovador?

Marcelo Pimenta — É a forma como você combina a proposta de valor, o segmento de clientes, a forma de relacionamento, a forma de cobrança, entre outros aspectos. Por exemplo, a Netflix é inovadora pois não cobra por filme (como faziam as locadoras), mas por assinatura. Essa foi a principal inovação no início. Hoje a Netflix tem muitas outras como as séries próprias e poder baixar o filme para ver off-line. Já o Whatsapp é inovador pois presta serviços que antes eram pagos, de graça. O YouTube foi inovador pois permitiu que qualquer pessoa tivesse seu canal. Hoje a Unilever inova com Omo Express, na qual ela não vende mais sabão em pó, mas vende o serviço de lavagem de roupa que pega em casa roupa suja que é entregue limpa. Algo é feito de forma diferente. E o cliente percebe valor e paga por isso

Narrativa — Quais são os desafios que se colocam no caminho de quem pretende criar uma startup?

Marcelo Pimenta — O fato de ter que descobrir um novo jeito de fazer tudo. Pois criar uma startup não é como criar uma empresa tradicional. Há toda uma fase de busca pelo modelo de negócio que não é simples. Qualquer pessoa pode estudar e conhecer o modelo de uma padaria, por exemplo, e criar uma padaria com um conceito diferente. Já criar um modelo novo exige não só criatividade, mas capacidade de adaptação até encontrar um modelo que atenda um segmento de cliente disposto a pagar por isso. Essa busca exige um novo jeito de pensar (mudança de mind set) além de exigir recursos, investimentos, resiliência, capacidade de adaptação, liderança, tecnologia, enfim, não é simples.

Marcelo Pimenta — O senhor é um entusiasta da inovação, do empreendedorismo e da cultura das startups. Quando despertou para esses temas?

Marcelo Pimenta — Eu criei a Conectt em 1994, que era uma empresa de marketing interativo. Vendo no contexto histórico era uma startup. Então, sempre fui envolvido em projetos inovadores, modelos que não existiam. Por volta de 2002, criei o site Nutrellinhas que era uma rede social que uma fábrica de pão do sul contratou. Era uma espécie de Facebook, onde as crianças colocavam fotos da família, textos, imagens, bem como hoje você faz. Mas foi feito antes do Orkut (que é de 2004), antes da banda larga, estava antes do seu tempo. E sempre fui assim, inovando, criando. Quando esses termos surgiram eu entendi perfeitamente pois fui parte integrante desta história. Hoje estou envolvido diretamente na criação de pelo menos cinco projetos inovadores (além das aulas e palestras).

Narrativa — O senhor falou em uma entrevista, há alguns anos, que as pessoas estão com menos medo de empreender. Por que o senhor acredita que isso está acontecendo? Os riscos são menores hoje ou o mercado é que está se tornando mais competitivo e levando muitas pessoas a pensar no empreendedorismo como opção?

Marcelo Pimenta — São várias coisas:

- O custo de iniciar um negócio pode ser quase zero. Hoje você quer criar uma fábrica de chocolates? Você pode começar com um blog sobre o que tipo de chocolate que vai usar. Pode criar uma página no Facebook posicionando seu produto, conquistando cliente e através dali pode encontrar sócios, investidores. Começar a fabricar “alugando” hora livre de uma fábrica vizinha. Enfim, os recursos nunca estiveram tão disponíveis, todos eles.

- A educação empreendedora no Brasil dá os primeiros passos. Cada vez mais vê o empreendedorismo como opção (e não só por necessidade)

- A crise também ajuda as pessoas a buscarem alternativas.

Mas na minha opinião, apenas empreender é muito arriscado. Veja por exemplo o setor da indústria.Os últimos indicadores do Maranhão que encontrei datam de 2016.

Todos eles mostram queda da atividade industrial. O Comércio deve apresentar números semelhantes. Portanto apenas empreender, atualmente, pode ser uma furada. Mas veja resultados que empresas como a Natura, Boticário, Mãe Terra, 3M, Tesla, Cacau Show e outras estão colhendo. Mas, infelizmente, essas industrias de sucesso são exceção pois a grande maioria tem medo de inovar e se acostumam ou encontram justificativas plausíveis sobre os resultados pífios.

A culpa mais comum é no governo e na economia, etc. A Cacau Show cresce todo o ano. A Páscoa de 2017 foi 26% melhor que o ano passado. A rede de hamburgueria Madero abre lojas em todo o Brasil. A Wize Up vai abrir 100 nova escolas em 2018. Como essas empresas conseguem superar esse cenário de instabilidade política e moral enquanto outras sucumbem? A resposta para mim é a inovação.

Narrativa — Que conselhos o senhor daria para quem pretender abrir um negócio inovador?

Marcelo Pimenta — Que lessem a Trilha Trem, trilha que criei em 2014 e que mostra uma trajetória de um negócio inovador de sucesso. Está disponível em www.trilhatrem.com.br. Mas como você pediu conselhos, seguem alguns:

- Um negócio deve resolver um problema

- A ideia é menos importante que a qualidade da execução

- O cliente deve perceber valor para pagar pois percebe benefício (e não porque é mais barato)

- Não tenha medo de fazer algo que ninguém nunca fez

- Controle custos, não gaste antes do tempo. Não gaste com propaganda antes de ter clientes. Não desenvolva nada antes de validar o negócio no papel.

- Divirta-se ao longo do caminho (a vida é muito curta para você fazer algo que não acredita)

- Acredite em você, mas ouça e reflita e aprenda a partir dos outros (principalmente de seus clientes)

- Não se apaixone por sua ideia, mas apaixone-se pela possibilidade de resolver um problema de forma inovadora, mesmo não sendo aquela que você teve inicialmente.

E na vida pessoal:

- Acorde mais cedo que os outros

- Trabalhe mais

- Divirta-se mais

- Descanse mais

- Coma menos

- Fique longe do Facebook várias horas do dia

- Tome muita água

- Faça exercício físico

- Beije na boca com frequência

Narrativa — Como se caracteriza o Design Thinking?

Marcelo Pimenta — Essa expressão do design thinking pode assustar. É importante entender que o cliente, o consumidor, o usuário é que está no centro agora. Ele tem o poder da decisão. Isso muda o jeito que os negócios antes eram criados. No passado você pensava “não tem balde aqui”, vou criar uma fábrica de baldes e os clientes apareciam. Hoje encontra centenas de soluções sejam baldes, bacias, canecas, torneiras, canos, você precisa resolver de um jeito diferente o problema de como armazenar ou transportar água. Senão vai fracassar. Pois vai ter que dar desconto e desconto é o caminho para você quebrar.

O jeito de pensar do designer (design thinking), aplicado ao mundo dos negócios, ajuda a descobrir as reais necessidades deste cliente e criar maneiras criativas de se diferenciar, de criar algo diferente. É uma abordagem que reúne uma mudança cultural e ferramenta visuais colaborativas. Elas habilitam o processo de construir modelos de negócios inovadores, que são esses negócios que vão vencer no século XXI. Que conquistam clientes pelo benefício relevante que oferecem e não pelo menor preço.

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Poliana Ribeiro
NARRATIVA

Jornalista e professora, mestra em Cultura e Sociedade (PGCult — UFMA). Especialista em Jornalismo Cultural (UFMA). Graduada em Jornalismo (UFMA).