A jornada sempre segue, afinal
Eu acredito em refúgios mágicos, e que o mundo cura as feridas — até mesmo as que ele próprio abre. Acredito que esse planeta é uma fonte inesgotável de novas memórias, assim como é de novos horizontes, e que elas podem encobrir as más lembranças que ainda apodrecem em mim.
As cidades ainda são bonitas, principalmente à noite. O mar ainda me faz imaginar os lugares que encontraria se nadasse em linha reta até a próxima terra à vista. Passeios de escola não fazem as crianças tão felizes e empolgadas quanto aeroportos e rodoviárias me fazem.
Os pés que já pisaram o chão que eu caminho hoje, ou pretendo caminhar não devem me interessar: eu sou dona apenas dos meus — estejam eles descansados, ou doloridos.
E eles são teimosos, orgulhosos, incansáveis e invencíveis.